Capítulo 8

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Tanta coisa aconteceu no dia anterior que eu simplesmente tomei um remédio e apaguei por exatas quarenta e oito horas, com se não bastasse o fim do meu dia foi terrível, pois, novamente briguei com Khalil, estamos em uma constante montanha-russa, e nem nos conhecemos bem ainda, porem, já é exaustiva demais essa nossa convivência, mesmo que seja por horas, nunca é completamente de paz.
Encarro o teto rememorando as Palavras de Khalil.
— Cici quero te pedir algo! — Começou ele bem gentil.
— Diga, se eu puder, atenderei com toda certeza — fui sincera em minhas palavras e lá veio a surpresa.
— Vamos comigo hoje para casa, tenho certeza que você precisa de espaço e ficar longe um tempo pode ajudar.
— Para casa? De quem? A sua? — Pergunto atônita.
— Sim, não acha uma ideia boa? Assim daria um tempo desse vendaval e conheceria logo minha família, poderíamos marcar também a data do nosso casamento, organizar tudo como você desejar, curtir um momento só nosso e quem sabe assim te faço esquecer que esse dia aconteceu.
— Khalil, não sei você mais eu quando estou triste quero ficar com minha família e receber todo apoio dela, me isolar do outro lado do hemisfério não seria uma ideia boa para mim nesse momento — falo com calma tentando fazê-lo entender.
— Cecília temos um acordo e a minha parte eu cumpri... — O interrompo.
— Não temos absolutamente nada, devolvi seu dinheiro na mesma noite que te conheci, não se faça de louco — falo brava.
— Lógico que temos, gostaria muito que você fizesse a sua parte, seria perfeito que fosse hoje, no caso daqui a duas horas para ser mais preciso. — As palavras rudes dele com tom manso me deram uma imensa vontade de socar a cara dele, esse comportamento me irrita, pois, era exatamente com essa calma velada que Augusto me tratava.
— Eu não vou a lugar algum e você já pode ir embora, não precisa me esperar, pois, não iremos nos casar, não irei a lugar algum com você! — Dou um ultimato e ele fica bravo. Seus olhos ficam vidrados, com se estivesse prestes a fazer algo. Contudo, ele respira profundamente e usa seu melhor desempenho.
— Cecília eu não tenho muito tempo a perder, arrematei você no seu leilão, paguei avista e preciso que você seja justa comigo e faça o combinado ou... —furiosa corto.
— Ou o que? Você pretende me sequestrar e levar a força para o seu País?
— Claro que não, contudo, você não está me dando muitas opções né?
— Ouse, e veremos com quantos paus se faz uma canoa, para me levar a força daqui você vai precisar de dois paus no meio das pernas meu bem, não pense que sou frágil e ingênua, pois, não sou, e outra, leilão de pessoas é ilegal você sabe, e pior ainda para uma pessoa pública como você. Tráfico de pessoas é ilegal você sabe né, ainda que o valor pago tenha sido para a minha empresa, até que seja provado sua vida estará arruinada. Ainda quer tentar me levar a força?
— Cecília, Cecília, não me desafie, sou um bom jogador e não perco nada, tão pouco uma mulher que desejo ter!
— Khalil Al sei lá o que, se você acha mesmo que sou tão fácil assim faça sua jogada e veremos, não é porque você defendeu minha família e a mim frente a um monte de bosta que é seu socio, que te da, o direito de optar pelo que devo ou não fazer, acredite sou livre a anos, e não me prenderei a uma pessoa que nem ao menos sei quem é.
— Isso é fácil de resolver eu te conto e estamos acertados. Para de dificultar as coisas, muita coisa está em jogo para mim, e você fazendo pirraça. — O encarro bem seria.
— Você não vai me levar a lugar algum, eu não estou fazendo pirraça. Quero apenas uma relação sólida e respeito, coisa que está em falta por todo lugar, as pessoas do seu País são sem respeito com esses princípios básicos de um relacionamento. — Ele apenas e encara, sem nada dizer, parece estar de acordo com minhas palavras. — Qual a dificuldade de vocês pessoas criarem uma relação para depois ver se dará certo?
— A questão aqui Cecília é que ao te comprar eu assumi um acordo de seis meses e estou requerendo apenas isso, que você cumpra sua parte no acordo nada mais.
— Fui COMPRADA PELO SHEIK, agora sou obrigada a cumprir o que você mandar? Me poupe! O senhor deseja que eu o reverencie também? Sinceramente não tenho mais nada a falar com você vá embora da minha casa, ou melhor, da minha vida. Seu dinheiro darei um jeito de fazer voltar para o seu poder, afinal de contas, eu não preciso dele para nada, sou perfeitamente capaz de conquistar o meu sem sua ajuda.
— Então será assim? Você vai dar as cartas e terei que aceitar?
— Sim! Isso é tudo pode ir!
Khalil me olha de cima baixo, meneia a cabeça, e sai sem nada dizer. Ao abrir a portas, me viro e o chamo.
— Khalil, obrigada por cuidar de mim, mas posso fazer isso sozinha.
— Eu gostaria de poder fazer isso por você, mas entendo seu receio, e espero que você se permita um dia conhecer alguém que de verdade demonstra interesse por você! — finaliza e sai porta afora.

Desde então não o vi mais, já havia se passado um mês, desde o último dia que o vi, porem ele não saiu da minha cabeça, soube pelas redes sociais que ele tinha uma pretendente, provavelmente deve se casar em breve, segundo os tabloides ele já havia dispensado duas noivas anteriores por não se enquadrar nos padrões que ele desejava, devido a sua influência a mídia estava em cima para que ocorresse logo o casamento. Seria o acontecimento do ano o Sheik mais jovem se casando.
Retomo meus afazeres agendo minhas lives, respondo alguns e-mails e me deparo com um em especial na caixa de spam que eu nunca olho, mas hoje abri para excluir e lá estava o nome dele.
AUGUSTO OLIVEIRA, me recordo que Flora programou tudo referente a ele para ser encaminhado a caixa de spam. Clico e és um super texto, um pedido de desculpas, muito bla bla bla dizendo que se arrepende e que precisa que eu o perdoe, pois, a vida dele só piorou depois do último ocorrido, e se fosse possível que eu o perdoasse era para encontrar ele no restaurante Morais de segunda a sexta. Morais? Ele não era socio do Khalil? Por que estaria no concorrente em dias de trabalho?
— Flora! — chamo e aguardo a ruivinha aparecer.
— Oi! Cici, me chamou?
— Sim amiga, você já conseguiu organizar tudo para essa semana de trabalho? Ou tem hora vaga na sua agenda?
— Tenho três dias livres, aonde vamos?
— Ao Morais, preciso resolver uma pendência que deixei lá, você me acompanha?
— Claro, amo a comida deles, vamos agora? As crianças têm aula de natação após a escola, não chegam antes das quatro da tarde, dá tempo de almoçarmos e aproveitar a sobremesa deles que é divina também. — Fico irritada por omitir os fatos a minha amiga, mas receio que ela não aceite ir se eu disse que o Augusto estará lá e ele é a pendência que preciso acertar.

— Certo vamos lá então.
— Claro, vou buscar minha bolsa e mudar essa roupa de doméstica, ninguém merece chegar assim em um restaurante. Já volto! — Passo a mão nas chaves do carro em cima da mesa, meu celular e minha bolsa, sigo até a porta, digito uma mensagem para Augusto, guardo o celular na bolsa e saio em direção ao carro, abro a porta entro e ligo o som.
Fico ali aguardando Flora, pensando em Khalil, e como eu fui grossa com ele, não sei se devo ligar, ou sei lá, ir até ele, talvez! Eu deveria ter um manual de instruções porque às vezes nem eu sei o que fazer com tantas dúvidas que tenho. Ele parecia disposto a fazer o que fosse e nunca mais falou comigo, não estava nada pelo visto!
— Oi delícia, está viajando em qual planeta?
— Ain que susto amiga, estava viajando nessa música fossa aí.
— Vamos mudar isso! — Flora conecta seu celular ao carro e começa a tocar uma música animada que eu não faço ideia quem esteja cantando, mas é bom assim não fico pensando bobagem.

*

Khalil

A exatos trinta dias estou retornando ao Brasil, e espero que dessa vez consiga persuadir minha ex futura noiva, pedi que Josh ligasse par Flora, já que eles se tornaram amigos, ela avisou que estariam almoçando em um restaurante concorrente ao meu, com isso, chegarei de surpresa para rever Cecília.
Horas se passaram desde que deixamos o hangar, percorremos o caminho até o restaurante Morais e avisto na área externa uma ruiva e uma loira, certamente são Cecília e Flora, Josh estaciona após o restaurante me permitindo notar que Augusto está sentado à mesa com as meninas.
— Josh vamos aguardar aqui, não quero ser inconveniente — falo furioso, acredito que Cecília nem deveria falar com esse, cara e lá está ela, bem sorridente, posso observar toda movimentação aqui dou outro lado da rua onde estacionamos, pois estamos pouco a frente do restaurante e protegidos pelo viro fumê.
— Senhor quer que faça alguma coisa, ou só aguardamos aqui?
— Aguardaremos caso algo fuja do controle, vimos bem que Augusto foi pacífico demais e provavelmente nossa presença inibiu qualquer ato dele. — concluo e Josh assente.
Confesso que me surpreendeu demais ver essa cena, e estou com ciúmes desse maldito brasileiro, mas ele nem vale meu tempo.
Alguns minutos se passam me detraio respondendo alguns e-mails, até que uma movimentação começa e o falatório fica alto demais, fixo meu olhar no restaurante e vejo Augusto forçando um abraço e Cecília resistindo ao contato, Flora tenta segurar o babaca, e acaba por ser empurrada, Josh e eu saímos do carro rapidamente para socorrer as garotas, que agora gritam com Augusto e a confusão está armada, será possível que essa mulher só atrai confusão.
— LARGUE MINHA NOIVA AGORA — grito assustando a todos por perto.
— Ela não é nada sua, se fosse não estaria aqui se oferecendo para mim com sempre fez, ela é uma mulher vulgar — fala com escárnio. — E de verdade meus amigos sempre tiveram razão eu deveria mesmo ter dado um pé nela a muito mais tempo.
— Para de ser ridículo você me mandou um e-mail todo sentido, ou pelo menos era o que parecia e eu como sempre fui ingênua em acreditar em você seu idiota — fala dando socos no peito de Augusto, logo sendo contida com dificuldade por Flora e Josh.
— Sabe o que é pior, Khalil? — Recomeça petulante o miserável. — Depois que ela saiu da minha vida, pude me profissionalizar e me tornei um excelente chef, Cecilia sempre foi um peso para mim em todos os sentidos, se é que me entende — diz fitando-a.
Sem ao menos esperar, miro um soco na cara de Augusto o fazendo cambalear e bater nas mesas ao lado. Furioso ele vem em minha direção, mas é contido por Josh com uma única mão agarrada em seu pescoço, derrubado no homem no chão imobilizado.
— O que está acontecendo aqui Augusto? — Um homem surge, perguntando assustado.
— Senhor, devo chamar a polícia local? Ou podemos ir e deixar esse homem aqui.
— Pode chamar a polícia ela resolverá o caso de difamação, calunia e perturbação, afinal de contas estamos em um estabelecimento comercial que claramente está sendo prejudicado com esse espetáculo. — Digo rapidamente e me viro para o senhor que agora nos esquadrinha com os olhos arregalados. — Senhor minhas mais sinceras desculpas — falo indo ao encontro do homem e estendendo a mão.
— Olha desculpa não, quem vai consertar essa bagunça — diz o homem exasperado. — Augusto você vai pagar por todo esse prejuízo, você é pago para cozinhar e está arrumando confusão com os clientes.
Ainda imobilizado por Josh que o segura enquanto fala com a polícia, vejo as meninas encolhidas no canto, e os outros clientes falam ruidosamente.
— Me chamo Khalil, vou arcar com os prejuízos haja visto que eu o ocasionei, sinto muito pelo inconveniente. — O homem, ainda desconfortável começa a puxar as cadeiras para arrumar. — Pode liberar o melhor da casa para todos, será por minha conta o dia de hoje — O baixinho arregala os olhos, assustado com minha atitude.
— Senhor Kha...
— Khalil — digo completando sua fala.
— Então senhor Khalil, precisarei avisar ao proprietário, isso pode me causar mais problemas.
— Não se preocupe, ligue para ele que resolvo tudo! — O homem um pouco chucro e sem modos entra, seguidamente, pego as meninas e as levo até meu carro.
— Vocês estão bens?
— Sim estamos! Obrigada pela ajuda, vocês chegaram no momento certo — fala Flora.
— Desculpe por esse acesso de raiva não costumo ser assim, mas ele foi longe demais. — Tento me explicar, enquanto Cecília me analisa de cima a baixo.
— Como você sabia que estávamos aqui? — Flora me encara com quem não quisesse ser descoberta.
— Estava passando, você sabe que meu restaurante é no fim dessa rua. — Tento parecer convincente.
— Flora, você avidou a ele? — pergunta Cecília sem tirar os olhos dos meus.
— Okay, okay, culpada — fala flora com as mãos para o alto. — Ain amiga, falei com Josh antes de sairmos, mas nem em sonho imaginei que ele estava no Brasil, desculpa!
— Sem problemas amiga! — Nosso contato visual e quebrado pela primeira vez, Cici olha para a amiga que sorri.
— Você vai ficar bem aqui com Khalil? Penso que Josh precisa de mim — pergunta Flora sorrindo.
— Claro, a polícia está logo ali em frente ao Morais, qualquer coisa eu os chamo!
— Está certo! Por favor não briguem, chega de barraco por hoje, vamos para casa, aproveitar o sol da tarde na piscina — sugere gentil.
— Vamos sim! Te encontro em casa, Khalil vai me levar, não é mesmo?
— Sim, levo, não se preocupe Flora!
Flora beija o rosto de Cecília em seguida o meu e sai, gosto muito do bom astral dessa garota, ela parece sempre feliz mesmo em meio ao caos.
— Toma, você dirige. — Foram as únicas palavras ditas por Cici.






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Beijinhos raios de Luz

COMPRADA PELO SHEIKWhere stories live. Discover now