Capítulo 3: A Confirmação

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- Sim... E..Eu ace... Eu aceito... - A voz rouca e fraca estava quase desaparecendo de tão baixa que estava.

      Uma grande carga de luz saiu da espada e se espalhou pelo corpo de Hol. Seus olhos brilhavam em dourado. A energia que emanava foi forte o suficiente para queimar o cavaleiro que prendia a menina.

      A energia de Hol que ainda pairava fora do seu corpo tomou uma forma de um felino pequeno, bem na frente da garota, enquanto ela se levantava outros cavaleiros se aproximavam quando o gato saltou para frente de Hol com leveza e abriu a boca liberando um miado, o som ecoou empurrando os que se aproximavam com uma forte onda sonora dando tempo para que a garota ficasse em pé.

      A luz nos olhos da garota eram tão ardentes que pareciam queimar para fora das orbes quando ela correu ficando entre um dos invasores e uma senhora idosa bloqueando o ataque com a lâmina da espada. A mão de Hol apoiava no bloqueio enquanto o cavaleiro tentava quebrar a arma dela ao meio e a empurrava para trás.

- Sai daqui. Agora!! - Por mais que a voz da Hol estivesse firme dava para notar que havia pressa em seu tom.

      Quando a pessoa conseguiu sair dali, as chamas ardentes ficaram ainda mais intensas e a garota começou a se pôr pra frente, toda a força de seu corpo se dividia entre as penas para além de se manterem firmes começarem a andar. Em um impulso se jogando em direção ao seu inimigo, Hol conseguiu criar um espaço entre eles e assim ela pegou impulso para saltar erguendo a espada para o alto, a velocidade do rival foi ainda mais ágil quando também foi em sua direção acertando-a um golpe em sua barriga com uma lâmina preta. Mesmo que ela não tenha se machucado tanto, ainda assim perdeu sangue com o golpe profundo, porém ela não sentia tanta dor.

      Uma sombra se formou acima de sua cabeça e então ela notou que o cavaleiro havia se aproximando muito e estava pronto para partir seu crânio no meio. Ela se jogou para o lado e o ataque acertou o chão com tanta força que levantou poeira ao criar rachadura no solo, foi então no meio de todo aquele pó que Hol aproveitou para acertar a lâmina nos joelhos do cavaleiro. A lâmina era tão afiada que cortou a armadura com muita facilidade, mas não havia tempo a perder ficando impressionada, tinha outros como aquele vindo em sua direção.

      Já em pé estava cercada, o primeiro a avançar foi o da sua frente, enquanto ele se aproximava conseguiu entender a arma usada, era uma parte do corpo deles ou então era a parte da manopla que protegia os dedos, de qualquer forma naquela distância dava para ver que os dedos se esticam e se reuniam tomando forma de uma lâmina, era como se a arma fosse extensão do corpo dele. Hol estava confiante que um ataque por baixo iria ser o suficiente, então investiu ao correr e quando chegou bem perto desvio do ataque se inclinando para baixo pelo lado esquerdo e fez a mesma coisa de antes ao acertar a sua espada nos joelhos do cavaleiro, porém o golpe não surtiu o efeito que esperava.

      A espada ficou presa em um líquido grosso e preto, porém era bastante viscoso para se espalhar com facilidade ao ponto de escorrer rapidamente. Hol começou a puxar a espada, mas ela estava presa e estava sendo... Engolida pelo cavaleiro à medida que o líquido se espalhava.

- E agora? O que eu faço? - Hol tentava puxar com todas as suas forças, mas isso só piorava e ela não podia soltar e então uma voz ecoou.

" Chame por ela e receberá ajuda." - A voz ecoava na sua mente era a mesma de antes, a mesma que lhe mostrou a espada.

      Mas quem era "ela"? Hol não entendia exatamente. Então a garota viu um gato, ele era luminoso e não estava muito longe... Será que...?

- GALARDIA!!

      O nome veio a sua mente como um estalo, parecia ser algo que sempre soube, porém havia esquecido e ao gritar aquilo o animal veio correndo e saltando entre os escombros da vila tão rápido que em poucos segundos ele estava por cima de todos os cavaleiros da roda e girou o corpo mirando a cabeça em direção eles, enquanto deixava o corpo cair ele girava soltando suas ondas de luz se espalharam entre aqueles de armaduras negras o fazendo com que eles queimassem até sobrar apenas as sombras negras no chão. Quando ela chegou perto do chão apenas inclinou mais o corpo para cair em pé nas suas quatro patas já ficando na postura de alerta contra qualquer movimento.

      Com aquele ataque, Hol conseguiu se soltar e agradeceu internamente pelo suporte, mas não era o momento.

      Quando a menina se levantou ainda haviam muitos, ela não entendia de onde eles estavam vindo e porque eles estavam, muito menos se ela iria vencer. Seu corpo começou a tremer e sua mão ia soltar a espada quando ela sentiu algo lhe tocar e a mesma voz de antes falar com ela.

- Está tudo bem. Não estará sozinha nesta guerra, mas não pode fraquejar agora. - A voz era rouca, mas muito tranquila e calma.

      Então, Hol sentiu como se uma mão aberta fosse a sua que carregava a espada. Seus olhos ardiam em uma luz tão intensa que percorreram pelas terras até onde o chão toca o mar. Seu braço direito se levantou lançando a espada para o céu, ao voltar à posição normal, e a espada se manter ainda no céu, suas duas palmas estavam invertidas na mesma direção na altura da cintura ela começou a falar em voz alta o que o sussurro lhe dizia.

- Meu coração é puro e valoroso. Da escuridão eu não temerei, pois com a luz da manhã eu vencerei.

      Enquanto ela repetia as palavras de conforto, uma luz sai da espada ligando a terra e o céu atravessando as nuvens indo muito além que os olhares poderiam acompanhar. Rapidamente a espada desceu e Hol a pegou no ar com facilidade já puxando do pulmão e da garganta um grito ecoante que junto com um balançar da espada cortou o ar. Aquele golpe foi tão forte e destrutivo que uma corrente de ar destruiu o chão e tudo o que vinha pelo caminho por muito quilômetros à frente. O ataque foi poderoso o suficiente para acabar de vez com aquela invasão, deixando apenas um cratera comprida que sumia no horizonte.

       A garota estava ofegante e seus músculos subiam e desciam procurando oxigênio, ela soltou a espada e seu corpo estava começando a cair enquanto tudo ia se escurecendo. Hol ainda conseguiu ver o mesmo gato de luz correndo em sua direção no meio da destruição, mas ela estava fraca demais para sequer pensar algo e quando seu corpo se chocou ao chão seus olhos se fecharam fazendo sua consciência retornar ao reino dos sonhos..

      Os três cavaleiros observaram tudo de longe, mas não sabiam o que eram, o azul e o alaranjado se olharam e depois para o cinzento na frente deles sem dizer uma palavra com as vozes, os olhares diziam tudo. As chamas cinzentas do corcel, estavam queimando tão fortemente no momento em que aquela luz misteriosa chegou ao chão que os projetaram a enorme quantidade de vento que veio do centro da aldeia destruindo tudo o que encontrava pela frente.

      Dois dos cavaleiros se olhavam pelo canto, mas nada diziam, o silêncio já era o suficiente para entender o assunto. Já o cavaleiro do meio apenas olhava para frente enquanto seu cavalo fazia a defesa até notar que tudo estava calmo.

      O dono do corcel cinza também nada falou com a cena, ele apenas deu meia volta e começou a cavalgar em direção ao sul, para as Terras Abandonadas, junto com os dois companheiros.

A Espada da Nova AlvoradaWhere stories live. Discover now