Capítulo 1: A Aldeia

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    Os dias na aldeia Vivian eram sempre iguais. O céu era coberto pelas nuvens boa parte da manhã, os ventos que vinham do Norte eram fortes por serem de muito além dos vales, os moradores eram pessoas consideravelmente de bem, viviam através de trabalho duro nos campos de plantações coletivos e também através do comércio, o clima era sempre variando entre temperaturas quentes no outono e no inverno enquanto no verão e na primavera era ainda mais quente do que nas outras duas estações, porém com muita circulação dos ventos isso ajudava bastante. As pessoas das aldeias da região acreditavam que esses ventos eram na verdade as respirações dos antigos gigantes adormecidos ao norte que vinham pelos vales de Leandrus através das ninfas.      O bosque que havia ali perto era um lugar muito movimento, muitos comerciantes das aldeias próximas usam a rota que havia por dentro para ter um acesso mais rápido, além de que muitas crianças gostarem de brincar entre as árvores e arbustos com animais perto do riacho, mas neste bosque também existia algo a mais. Uma casa simples que ficava perto de Vivian, nela morava uma jovem e embora seu nome verdadeiro fosse Holldrin, ela preferia ser chamada apenas por Hol.

      A pequena moradora do bosque não gostava de viver na aldeia, não era por conta das pessoas em si, mas sim por não gostar de muita agitação e da crença de um grupo muito específico de moradores. E mesmo assim ela frequentava o local, precisava de trabalho e também de coisas que eram vendidas por lá. Hol trabalhava com vendas de legumes de sua própria horta pelo menos quatro vezes na semana junto com outros vendedores.

      No dia de hoje, as coisas em Vivian não aparentavam nada de diferente, de manhã bem cedo Hol saiu de casa usando uma blusa de um tom envelhecido de branco, mas ela teimava em usar o espartilho por cima, acreditava que assim sua pele não ficava marcada, sua calça preta era um pouco frouxa então ela prendia com uma corda, como hoje em especial estava fazendo um pouco de frio talvez fosse chover.

      Era até difícil prever esse tipo de coisa quando o céu era sempre fechado, mas para se precaver pela pegou sua capa, embora ela não tivesse dinheiro para a costureira fazer as mangas ele ajudava bastante com o capuz, toda a sua roupa era em tons escuros, até mesmo a blusa envelhecida, combinava com aquele tom, porém algo fazia de destaque no meio dos tecidos, o cachecol longo e vermelho que nunca saia do pescoço da garota, não importando a situação. Por ser um dia de vendas, a garota levou um caixote com os produtos de sua horta e algumas frutas para conseguir vender o máximo que conseguisse. 

      O caminho de sua casa até a aldeia não era longe, na verdade, de sua casa ela podia ver muito bem as casas e seus moradores andando entre elas devido a leve elevação da terra onde sua casa ficava, deveria ser no máximo uns quinze a vinte minutos andando com muita lentidão e se andasse com um pouco mais de pressa podia chegar em dez a cinco, Hol gostava de andar devagar por ali, ela podia olhar o céu pelas brechas dos galhos se levantasse a cabeça e também podia cuidar de algumas flores com sua garra de água. Quando saiu do bosque deu uma boa olhada para os dois lados, no esquerdo estava tudo igual ao dia anterior, mas pelo lado direito...

        Uma sensação surgiu dentro dela, como se algo fosse acontecer, mas Hol não sabia se isso era algo bom ou ruim, por ver das dúvidas quis acreditar que aquele dia seria bom, ela iria vender muito e finalmente comprar seu primeiro livro na cidade de Marim. E assim, esperançosa, ela seguiu para o seu dia.

      Ela deu alguns tapinhas em suas bochechas para ficar bem acordada, enquanto se aproximava o cheiro da carne misturado com outros odores estava ficando forte.

      A aldeia estava bem agitada, os vendedores montavam suas barracas, algumas mulheres limpavam a frente da casa e outras pegavam água no poço, alguns homens abriam seus negócios colocando bancadas no lado de fora com ajuda de algumas crianças. Um grupo pequeno de crianças passou por Hol seus projetos de machados e espadas, elas falam entre si coisas como: "Volte aqui, oh terrível monstro!", "Avante! Em nome do Rei", "Irei te matar, monstro horrível!".

A Espada da Nova AlvoradaWhere stories live. Discover now