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(Salto temporal de acordo com a série)

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(Salto temporal de acordo com a série)

- Deveríamos ir, nós três.
Olhei Daryl, sentado na minha frente, do outro lado da mesa, me olhando e tentando me convencer a ir com ele até Alexandria.
Balancei a cabeça.
- Eu não sei...
- Leah, já se passou esse tempo todo, Negan continua preso. Além disso, Rick e os outros vivem perguntando por você de cada vez que me vêem. E tem a Judith.
Suspirei. - Ela era pequena da última vez que vi ela.
- Tá, mas lembra daquela vez, depois de acharmos a Lydia, em que fomos até o portão? Ela lembra disso.
Sorri. - É, eu também. A Lydia ficou apavorada e não saiu do meio das árvores.
Daryl esticou seu braço por cima da mesa e pegou na minha mão.
Sentir seu toque era sempre algo tão inexplicável! Como se eu pudesse ficar ali durante anos, assim, sem mexer um músculo, que eu iria sentir sempre a mesma coisa.
- Rick pediu para voltarmos, tem algo a comunicar eu acho. Vem comigo.
Respirei fundo, derrotada e sorri para aquele olho azul.
- Essa será sempre a nossa casa, certo? Nada de mudanças. Eu não quero ficar perto do Negan, por isso eu não quero ficar em Alexandria.
Daryl sorriu. - Fechado.
Tínhamos erguido uma espécie de barreira, uns muros, em redor da casa, o que mantinha ela segura contra os mortos. Além disso, da parte detrás, tinhamos deixado bastante espaço para plantar coisas e para Dog correr nos dias em que não podiamos sair.
A porta abriu e Lydia entrou com Dog. A garota tinha crescido, sendo agora uma bonita adolescente e, mesmo que Daryl não admitisse, nós tinhamos adotado ela. Mais ou menos. Mas eu sabia que nenhum de nós poderia viver sem ela, já era família, e Daryl, surpreendentemente, e mesmo negando, tratava ela como uma filha e fazia um exemplar papel de pai.
- Chegámos. - Falou ela.
- Prepara suas coisas, pouca coisa, iremos em Alexandria. - Falou Daryl.
Lydia me olhou e depois de novo para Daryl.
- Vamos? Porquê? A gente raramente vai.
- Mas hoje vão comigo, e são só dois passos até lá. - Daryl levantou e começou a preparar a besta e uma mochila, para o caso de algo dar errado.
Levantei e dei de ombros para Lydia.
- Vai dar certo.
- Eu nem conheço eles, eles nunca me viram! É capaz de eles me matarem.
Daryl lançou a ela um olhar intenso, mas depois percebi seus olhos descerem até á cicatriz que ela tinha nos pulsos, que fora feita pela mãe dela, e ele olhou ela nos olhos de novo.
- Eles não vão fazer isso.
Daryl se identificava com Lydia por ambos terem tido uma péssima infância, com péssimos pais, e talvez fosse essa a razão para ele proteger essa garota tanto quanto protegia a mim.
- Eu protego você. - Sorri e toquei no seu ombro, dando leves tapinhas e me aproximando do caipira.
- Tá. - Falou ela, nada convencida.
Daryl sorriu e olhou ela por cima do ombro. - Ela ainda é aquela Sargento de quem todo mundo tinha medo, antes de descobrirmos quem era na verdade.
Sorri, lembrando do tempo que fora uma Salvadora e, pelo menos em Hilltop, era temida.
Lydia abriu muito os olhos, que já eram enormes, me encarando.
- Você era um Sargento?

Era meio da tarde quando parámos em frente do portão de Alexandria e vi Sasha na torre. Ela nos sorriu e mandou abrir o portão.
Lydia, do meu lado esquerdo, começou a mexer as mãos nervosamente, olhando em frente.
Estiquei a mão e coloquei em cima das suas.
Ela me olhou e eu sorri. - Calma, vai dar tudo certo.
Ela respirou fundo e assentiu.
Daryl, do meu lado direito, me olhou e sorriu fraco.
- Você está bem?
Assenti. - Pior que a Lydia. - Falei só para ele escutar. - Mas... está tudo bem.
Ele pegou meus dedos e apertou um pouquinho, como se mostrasse que estava tudo bem e que ele estaria ali comigo.
Suspirei. Esse apocalipse tinha mexido comigo. A Leah de antes, enfrentava qualquer situação sem pensar duas vezes, sem nervosismo, apenas ia. A Leah desse apocalipse já fora assim, naquele momento não era mais. Talvez porque perder as pessoas que amamos fosse demasiado cruel e eu já tinha perdido bastante. Além de que no passado, nenhum louco me torturara da forma que Negan fizera e...
- Leah.
Olhei Daryl, que me olhava de volta, de cenho levemente franzido.
- Está apertando imenso a minha mão.
Olhei nossas mãos juntas e percebi que ele tinha razão, e larguei, respirando fundo.
Entramos e logo Rick aparece todo sorridente, nos cumprimentando, mas quando parou de me abraçar, olhou para Lydia.
- Essa é a Lydia, eu e o Daryl achámos ela na floresta. - Expliquei. - Está connosco á bastante tempo.
Rick avaliou a garota e depois sorriu. Acho que todo mundo escutou o som de alívio que eu e ela soltamos.
- Oi Lydia, sou o Rick Grimes.
Ela sorriu, nervosa e me olhou em busca de apoio. Assenti.
Rick olhou para mim e Daryl. - Vamos entrar, de certo...
- Leah!
Olhei para trás do xerife e vi Carl, aparecendo junto com Judith. O menino, agora maior do que eu, me abraçou e me sorriu, se afastando.
- Voltou.
- Por umas horas apenas, ou um dia. Nada de permanente.
- Porque não? - Perguntou Rick. - Poderiam ficar.
Daryl se mexeu, ajeitando a besta no ombro. - Nah... Por enquanto estamos bem na floresta.
Rick riu. - Leah sempre foi diferente do Shane, mas só agora percebo como ela é perfeita para você. Os dois são diferentes do resto do mundo.
Judith se aproximou de mim e me deu um sorriso fraco. Sorri e estiquei a mão.
- Oi, Judith.
Ela abriu um sorriso e eu vi o Shane nos seus olhos escuros.
- Oi, tia Leah.
Sorrimos mas meus olhos perceberam movimento um pouco mais atrás e ergui o olhar.
Meu coração parou de bater. Afastado de nós, com um cesto na mão, estava Negan, nos olhando. Seu olhar prendeu o meu e eu não consegui desviar.
Ele estava diferente, seu olhar, seu jeito...Mas era Negan mesmo assim. E Daryl me falara que ele estava preso.
- O que aquele imbecil está fazendo andando livremente por aqui?! - Perguntei, erguendo a voz.

Heart's On FireWhere stories live. Discover now