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Abri a porta que estava na minha frente, entrando na loja, erguendo a katana

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Abri a porta que estava na minha frente, entrando na loja, erguendo a katana. Nada. Não havia mortos por ali. Olhei para trás, para Martinez e suspirei de frustração enquanto ele olhava em redor. Estiquei o braço na sua direção.
- Me dá o papel. - Pedi.
Ele colocou a mão no bolso e depois me deu, me olhando enquanto eu abria e lia o que tinha escrito.
Dobrei o papel, guardei e andei mais para o interior da loja.
- Tem certeza que conseguiu ler esse gatafunho do Milton? - Perguntou ele.
Assenti, em silêncio, olhando para o lado e achando o que estava procurando.
Por cima de um enorme balcão, estava a palavra "farmácia". Sorri e me aproximei.
Guardei a katana na bolsa e subi no balcão, tentando abrir. Martinez me imitou e foi quando eu vi uma porta do lado e pulei de novo no chão. Me aproximei e bati na porta, esperando, mas não tinha barulho nenhum. Chutei ela, que estava trancada, e entrei, preparada para um ataque de zumbi.
Peguei a lanterna, liguei e fui junto do balcão, destrancando e empurrando para cima.
Martinez, ainda no mesmo lugar, me sorriu e pulou no chão.
- Inteligente, você.
Peguei um frasco e li a descrição.
- É... Mas não posso dizer o mesmo de você. - Coloquei o frasco de volta na prateleira.
Escutei ele rir, me virando as costas e guardando a porta enquanto eu procurava o que Milton tinha escrito.
Vasculhei cada centímetro daquela prateleira, antes de ir na seguinte e por fim, achei.
Escutei meu rádio fazendo barulho e tirei ele do cinto, levando até junto da bocae apertando o botão, sem nunca tirar os olhos do frasco na minha mão.
- Walsh. - Falei.
- Vão demorar muito aí dentro? Tem um grupo de alguns elementos se aproximando. E ainda temos de passarna loja de comida!
Revirei os olhos e ergui o olhar.
- Estamos indo, papai. - Sorri.
- Ridícula. - Escutei Shane falar do outro lado.
Coloquei o rádio de volta no cinto e saí da farmácia, fazendo sinal a Martinez para me seguir e guardando o frasco.
- Preocupado ele, hein. - Falou Martinez quando minha mão tocou  na porta de saída.
Parei e olhei ele, encarando.
- É normal pessoas se preocuparem com outras pessoas, ainda mais se forem família. - Sorri torto. - Mas vocês em Woodbury não devem saber nada sobre isso, não é? Para vocês as pessoas são um nada, que vocês matam só porque hoje acordaram de mau humor.
Martinez ficou me olhando, mas eu não vacilei.
- Leah, se eu fosse você...
- Mas não é. Vamos embora. - Virei as costas e saí, entrando na pick up, do lado do condutor e sorri para Shane.
- Estavam trazendo tudo? - Perguntou ele.
Assim que Martinez fechou a porta, Shane saiu dali, dirigindo pelas ruas da cidade, para confundir os mortos.
- Sua irmã que é...
- Olha a língua, Martinez. Você pode ser um dos preferidos do Governador, mas eu não gosto de você, e não terei nenhum problema em te colocar no meio daquele grupo. - Olhei ele por cima do banco. - Para ser devorado vivo.
Martinez mudou de cor. - Não seria capaz.
Shane riu e eu continuei sorrindo. - Querido, já fiz coisas piores.
Olhei na frente de novo, vendo Shane sorrindo, um sorriso enorme e trocista.
- Ela que está liderando hoje, Martinez, se eu fosse você não irritava minha irmã. - Falou Shane.
- Vocês Walsh são irritantes.
Eu e Shane rimos e eu coloquei um pé para cima, apoiado no banco e olhei pela janela.
- Nem sabe o quanto. - Falei entre risos.

Nós três estávamos parados na frente da loja de comida, olhando a porta. Suspirei, tirei a katana da bolsa e olhei meus companheiros.
- Vou na frente, vocês me seguem, se houver muitos, damos o fora daqui. - Falei.
Shane assentiu destravando a arma.
Andei até chegar na porta e bati com o punho fechado, esperando. Depois de dois segundos, três zumbis se lançaram contra o vidro. Esperei mais um pouco e fiz sinal a Shane para abrir a porta e deixar eles saírem.
- Não os três de uma vez. - Falei.
Ele assentiu e eu rodeia katana nas mãos, assenti e meu irmão abriu, deixando sair o primeiro zumbi.
Espetei a cabeça dele, fazendo o mesmo com o segundo. Mas quando o terceiro saiu, Martinez se aproximou demais e o zumbi virou na sua direção. Ele atirou, mas falhou. Me aproximei e ergui a katana, espetando na cabeça do morto e fazendo sair do outro lado. Puxei de volta e olhei o homem lá.
- Da próxima vez te deixo morrer.
Entrei na loja, com Shane me seguindo, sem nem me importar se Martinez vinha ou não.
Andámos pelos corredores, pegando tudo o que nos era possível. Parei junto de algumas latas deixadas para trás e coloquei elas na minha mochila. Continuei andando, vendo todas aquelas coisas que antes ninguém conseguia viver sem, e agora eram apenas coisas inúteis, sem qualquer uso. Ri fraco, sozinha, o mundo tinha acabado mesmo.
Escutei o som antes de ver o morto. Franzi o cenho, larguei a mochila no chão e tirei a katana da bolsa, andando até o fim do corredor e dando a volta.
No corredor seguinte, estavam dois zumbis, um deles realmente morto por baixo de uma estante enorme que caíra e outro preso, mas se mexendo.
No entanto, não foi isso que me fez ficar parada, olhando sem acreditar e com o coração batendo tão rápido que parecia que iria sair do meu peito.
Olhei em volta, mas tudo indicava para que aqueles dois estivessem ali á algum tempo. Dias. Olhei o morto que não se mexia. Ele tinha uma flecha presa na cabeça... e eu conhecia aquela flecha.
Me aproximei, matei o zumbi que se mantivera vivo e peguei a flecha, olhando ela. Era mesmo uma das flechas de Daryl.
Olhei para trás, por cima do ombro para ter certeza de que Martinez não estava por perto e voltei para trás, abrindo a mochila e escondendo ela.
Minhas mãos tremiam quando puxei o fecho e larguei a katana jo chão, junto de mim, enquanto eu permanecia abaixada.
Daryl estivera ali. E se ele fosse apanhado pelo pessoal de Woodbury? Senti uma tontura.
Senti alguém atrás de mim e agarrei a katana, rodando e levantando no mesmo instante. Shane me olhou e depois franziu o cenho.
- Você está bem?
Assenti, abaixei a katana e peguei a mochila, colocando no ombro.
- Vamos embora.
Ele caminhou do meu lado.
- Martinez já está junto da pick up. E aí, achou algo interessante? - Perguntou.
Assenti. - Comida. - Dei de ombros. - Não muita, mas deu para encher a mochila.
Shane assentiu. - Já é ótimo. Leah, tem certeza de que está tudo bem?
Olhei em frente e depois segurei o braço de Shane, fazendo ele parar e olhei ele.
- Ele esteve aqui. - Falei.
- Quem?
- Achei uma das flechas.
Shane olhou para os lados e depois para mim de novo, e colocou o braço sobre os meus ombros, como se estivessemos apenas conversando enquanto seguiamos em direção da pick up.
- Não deixa o Merle saber, nem ninguém. - Ele me levou com ele, falando baixo. - Guardou? - Assenti e ele beijou minha cabeça, sorrindo, tentando disfarçar. - A gente acha um jeito. Sempre achamos.

Heart's On FireWhere stories live. Discover now