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Nada foi igual depois daquele dia

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Nada foi igual depois daquele dia. A flecha de Daryl, junto das minhas coisas parecia enfeitiçada, pois eu ficava querendo mexer nela a cada minuto. O Governador não gostou da ideia de eu fazer frente a ele, além de que ele andava obcecado com alguma coisa, ou alguém, que ele tinha achado uns dias atrás. Merle sumira, atrás de uma mulher negra que fugira de Woodbury... Nada estava normal.
Andei pela estrada, olhando aquelas pessoas vivendo suas vidas robóticas, fingindo estar tudo bem e não no meio do fim do mundo.
Entrei na casa do Governador, sem nem sequer bater na porta. Parei, fechando a porta atrás de mim e olhei em volta, não tinha ninguém ali. Fui na cozinha, mas a mesma estava vazia. Ele não estava em casa. Franzi o cenho. Se ele não estava ali, então porque a mulher negra, antes de partir, tinha falado que ele pedira para eu encontrar com ele ali?
Voltei na sala e olhei a sua mesa, uma secretária enorme, cheia de livro e papel. Tinha uma caixa marrom junto daquela tralha toda e eu abri, devagar, ficando sem ar assim que vi seu conteúdo. Junto de várias jóias, estavam identificações de militares, iguais á minha. Peguei algumas e logo a conversa junto dos carros surgiu na minha mente. Eles não atacaram o Governador... aquele monstro matara eles!
Larguei as medalhas e tirei a katana da bolsa, rodando muito rápido e olhando. Escutara um barulho de errante, mas não tinha nenhum ali. Esperei e lá estava aquele som de novo, dessa vez, parecia vir de uma porta fechada. Me aproximei, pensando o que estava um zumbi fazendo ali.
Devagar, abri a porta e puxei ela, esperando. Uma garotinha de vestido branco, amarrada, de cabeça tapada e presa com uma corrente saiu, andando até mim. Franzi o cenho, já imaginando o que iria ver por baixo. Estiquei a mão e tirei o pano que tapava a cabeça dela e o choque foi total.
Era uma criança zumbi! Depois olhei bem seu rosto, eu já vira ele. Olhei a sala e meus olhos pararam na foto do Governador com a sua família, antes do fim do mundo. Olhei o zumbi de novo, era a filha dele.
Escutei a voz dele do lado de fora, se preparando para entrar em casa. Droga! Não dava tempo de fugir. Depois a zumbi fez aquele som nojento e eu soube o que faria.
Assim que a porta abriu, o Governador entrou, sorridente e fechou a porta, erguendo o olhar e vendo aquele cenário na sua sala.
Eu estava de pé, atrás da menina zumbi, com a caixa marrom junto das minhas botas, uma mão segurando a katana junto da cabeça dela e outra segurando seu ombro.
- O que você pensa que está fazendo?
O Governador parecia fora de si e deu um passo na minha direção mas eu inclinei a cabeça para o lado.
- Ah, ah! Parado aí. Mais um passo e ela morre, de vez. - Falei.
Automaticamente, ele parou, me olhando com a raiva e o desespero no olhar.
- Não machuca ela, por favor. - Pediu.
Sorri. - Como você fez com os soldados?
- Já falei que eles atacaram!
- Sei. E você guarda lembranças de pessoas que te atacam?
- Quê?
Chutei a caixa, que deslizou pelo chão e foi bater nos seus pés. O Governador olhou a caixa e depois para mim.
- Você não é digna de Woodbury.
- Exatamente, então você deveria me deixar ir embora, junto com meu irmão.
- Shane não é como você.
Eu ri, o que deixou ele alerta.
- Você não conhece ele.
Ele levou a mão no cinto, mas eu apertei mais a garota e ergui o braço que segurava a katana, encostando a ponta na parte de trás da sua cabeça.
- Não! Tá, tá bom! Você e Shane são livres de ir embora. - Ele falou.
Assenti. - Outra coisa, cadê o Merle?
Ele riu. - Aquele idiota pensa que pode fazer jogo duplo. Viver aqui e jogar com o inimigo. Ele vai voltar, e dessa vez com algo que eu quero.
Aquilo mexeu comigo, mas não podia mostrar a ele. Já era bom saber que Merle estava vivo.
- Leah, por favor. Eu faço qualquer coisa, mas deixa minha filha.
Encarei o homem. - Já falei meu preço, mas como posso saber que você vai cumprir? Que não vai me matar assim que eu largar ela?
O Governador tirou a arma do cinto, junto com uma faca e jogou elas na minha direção.
Eu ri. - É, tá bom, mas assim que sair daqui você pode mandar me matarem.
- Não farei. Não quando você já sabe sobre a Penny e pode matá-la.
Fiquei vendo o pânico no rosto daquele homem que era pior que o diabo, que matava pessoas inocentes e soube o que fazer.
Sorri e fingi que concordava com ele, mas empurrei o braço na frente, fazendo a katana atravessar o crânio da zumbi e sair pela boca, pingando o chão de sangue.
- Não! - Gritou ele.
Tirei a katana e joguei o corpo dela no chão. Logo aquele homem avança sobre mim e me derruba, socando meu rosto. Senti vários cortes abrindo e estiquei a mão para o lado, pois largara a katana. Meus dedos tocaram na faca dele e segurei, erguendo o braço e espetando no seu ombro.
- Ahhhh! - Ele saiu de cima de mim.
Levantei e peguei a katana, indo até á porta mas ele agarrou minhas pernas e eu caí. Ele me puxou pelo chão.
- Você não vai a lado nenhum, Sargento. Será daqui para a cova, meu amor.
Tentei me libertar, mas ele estava em cima de mim de novo, com as mãos no  eu pescoço. Agarrei elas e tentei me soltar, mas sentia uma dificuldade enorme em respirar.
" Pensa Leah!" - Ordenei a mim mesma. "Pensa! Você já esteve em situações piores!"
Olhei para o lado e vi a katana. Estiquei o braço, que ele nem viu e agarrei ele. Com toda a força que me restava, ergui o braço e espetei a katana no rosto dele, querendo furar sua cabeça, mas só atingindo seu olho por falta de mais força.
Ele me largou, gritando que nem doido e eu levantei, tossindo e saí dali.
Corri em casa e entrei, vendo Shane se aproximar de mim correndo ao ver o meu estado.
- O que aconteceu? - Perguntou.
Neguei com a cabeça.
- Temos de ir embora! Agora! O Governador virá atrás da gente com tudo! Vem!
- Leah!
- Ele quer nos matar! Eu matei a filha dele e deixei ele ferido lá em casa do desgraçado! - Puxei seu braço e agarrei a minha mochila. - Anda! Antes que os outros percebam e ele dê ordem para não nos deixarem fugir!
Saímos pelas traseiras, percorrendo o muro até chegar na parte de trás de Woodbury. Agarrei o cara wue estava vigiando e cortei a sua cabeça, largando seu corpo morto no chão e pulei o muro, junto com Shane.
Corri mais na frente e tirei uns ramos de árvore de cima de um carro.
- Você tinha tudo planeado? - Perguntou Shane, me ajudando.
- Não. - Abri a porta e joguei a mochila para o banco de trás. - Era só para poder fugir e procurar o Daryl. Entra!
Saímos dali rapidamente, indo na direção contrária da rodovia e de Woodbury.
Eu sabia que ele viria atrás de nós, mas eu o deixara bastante ferido e isso deveria nos dar tempo.
- Leah, que merda aconteceu lá na casa do Governador? Porque você parece que lutou com um cachorro de três cabeças?
Eu ri, dirigindo. - Quer que eu conjure um Patronum também? Ou prefere algum tipo de poção?
Ele revirou os olhos. - Fala sério.
- Encontrei a zumbi que ele guardava no armário, era a filha dele. Matei ela de vez, achei as medalhas dos militares que ele falou que atacaram ele... - Dei de ombros. - Ele não gostou e me atacou.
Shane passou a mão pelo rosto, olhando pela janela.
- Merda. Ele vai nos procurar até o fim dos tempos.
Sorri, sentindo meu rosto latejar de dor.
- Tá, mas estaremos longe desse lugar.

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