Ruínas amaldiçoadas

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-Parem, por favor! Eu preciso parar, estou enjoado e minha boca esta seca! por favor eu não aguento mais!

Resmungava o filhote drow com respiração forçada e chiados que vinham do fundo sua garganta e aumentavam gradativamente enquanto ele e Celeste cavalgavam montados em Diana. O menino enxugou as duas gotas de suor que escorriam pela sua testa. A paisagem era predominantemente amarela e avermelhada. O vento arrastava a areia do deserto apagando as pegadas do cavalo e de Shura que eram deixadas para trás. O céu era azul forte, e uma auréola de luz refletida envolvia o Sol. Alguns pássaros negros rodeavam o céu.

Todos estavam cansados, o calor era rigoroso, dunas formadas por areia que entrava pelos sapatos das meninas. Sheik caiu do cavalo deitado no chão como se estivesse em processo de desmaio. Tossiu algumas vezes se contorcendo como uma cobra, agonizando, com a boca aberta sem conseguir expirar o ar viciado, que permanecia nos pulmões causando em Sheik a sensação de Sufoco, a criança arranhou compulsivamente a própria garganta na esperança de ter algum alivio como se estivesse se afogando caído em areia seca. Um som horrível saia de sua boca toda a vez que tentava inalar o ar, sem sucesso.

-Bah! Ele é asmático! Esplêndido! Essa era a única coisa que nos faltava!
-Asmático? Como assim? O que é isso, Shura?

-Aqui em Danúbio ninguém sabe nada sobre isso então não adianta explicar em detalhes, mas ele não respira como as pessoas normais porque os pulmões dele são inflamados, os bronquíolos se contraem e seus pulmões possuem grande quantidade de muco. E é crônico, ou seja, ele nunca vai respirar bem enquanto viver.

O garoto agonizava, ele levou as mãos a boca aberta e sua visão ficava cada vez mais turva, seus membros todos formigavam e estava a ponto de desmaiar. Celeste colocou suas mãos embaixo dos seus braços e o ergueu quase sem nenhum esforço, colocando sheik deitado em seu colo, lhe derramou um cantil de agua sobre seus lábios rachados. Lentamente ele foi se recuperando.

-Olhe! Apontou Celeste em direção ao Horizonte onde havia uma nascente que levava em direção dentro de uma das ruínas de um povo antigo, entre as construções rústicas, várias pirâmides abandonadas.

-O mapa disse que estão na direção certa, vamos! Anny apontou para um pedaço de papel e seguiu a nascente. E a medida que iam andando a largura da agua ia aumentando e passava por dentro da maior das pirâmides.
Ao chegar na entrada e olhar em volta, uma estátua na parede se descolou e assumiu uma forma humana de um homem guerreiro desnorteado e sem saber muito bem sua localização. Não se sabia a quantos anos ele existia, mas imaginava-se que era fruto de uma maldição que acabava de se quebrar.

-Pobrezinho, você está bem? Celeste ajudou a remover a areia que cobria sua armadura antiga. O guerreiro não lhe disse nada, parecia não conseguir falar, então Celeste o segurou pelas mãos.

-Pode vir com a gente se quiser. De onde você veio?

O guerreiro mais uma vez não disse nada e Celeste o percebeu que ao seu lado direito havia uma grande canoa provavelmente com mais de mil anos de idade, porém em excelente estado e esculpida a mão.

Shura parou pensativa e um pouco tensa e exclamou:

-Acho que preciso dele agora, vou traze-lo aqui!

A maga coletou com uma larga bacia de madeira a agua do rio e colocou uma flor com pétalas verdes nunca vistas antes no mundo de Danúbio e jogou uma moeda. Juntou as mãos e disse algumas palavras. A água dentro começou a sacudir a bacia que tremia como se tivesse vida própria e de lá saiu um homem muito magro com cabelos loiros, rosto pálido, terno preto com uma gravata purpura. aquilo era diferente de tudo que o grupo havia visto. E de fato chamava muita atenção.

A chave para os 3 mundosWhere stories live. Discover now