Primeira vez em Málaga.

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Uma grande embarcação zarpou com destino a Málaga

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Uma grande embarcação zarpou com destino a Málaga. Navegava através do grande e turbulento oceano das almas. Todos na tripulação pareciam bastante hostis. Homens altos com barbas longas, alguns com um ou dois dentes podres, carregavam vários caixotes de madeira de uma só vez. Vestindo pele de animais assim como os passageiros. Aquela embarcação, que possuía quatro velas era uma das mais modernas, navegava em alta velocidade com o auxílio dos ventos frios oriundos do Norte: seu ponto de partida. Aquele não era um navio para passageiros, pois carregava especialmente barris de cerveja vinho muitos caixotes lacrados com especiarias e pedaços de carne defumada. O navio havia partido a cerca de quatro horas. Havia poucas, raras mulheres ali e com um silencio quase fúnebre, a neblina passava por baixo dos pés daqueles que estavam na proa. Ao decorrer da viagem a temperatura aumentava gradativamente ao se aproximar do seu destino. No canto, debruçado no casco do navio uma criança de cabelos médios com fios brancos encaracolados, pele escura, mas não negra e sim acinzentada, longos dentes caninos, orelhas levemente pontiagudas e olhos grandes avermelhados vomitava debruçado na proa quase sem intervalo. A sua frente parou um homem alto musculoso, mal-encarado com roupas de couro e pele de animais. O pequeno, desidratado e completamente nauseado esfouçou para levantar sua cabeça e encarou o homem.

-Minha tripulação foi escolhida a dedo um a um, entre centenas de homens e eu não vou tolerar clandestinos! Principalmente um... Filhote de... drow!

-Cala a boca, idiota! E tome esse ouro! Não enche o saco!

O garoto abriu uma algibeira e estendeu seu braço entregando um punhado de moedas sem contar exatamente quantas tinham em sua mão.

-Eu deveria te lançar ao mar mas vou considerar que pagou para estar aqui! Agradeça aos deuses por eu estar de bom humor, seu vermezinho!

-Vá se ferrar!

Disse o filhote de drow após quase se engasgar com o próximo jato de vomito que veio a seguir. Horas depois sentiu um alivio ao ver o porto e quase chorou de emoção. Estava fraco e mal conseguia andar. O Sul ao contrário de sua terra natal é quente e a vegetação não era totalmente de coníferas. O porto estava cheio. As Pessoas ali tentavam arrumar dinheiro vendendo qualquer coisa. Aos olhos do garoto elas eram esquisitas e elegantes e ele já estava começando a suar com todo aquele grosso casaco de pele.

-Espero que aquelas idiotas de antes estejam aqui! Pensou.

Ao caminhar pelo o porto, logo após dar os primeiros passos, o pequeno acinzentado viu duas mulheres desmaiadas no chão, um cavalo malhado com um equipamento de montaria relinchava parado perto da jovem morena que usava armadura. A outra, mais velha, usava um manto preto com detalhes em roxo escuro, cores raras para a época e a outra usava uma armadura. Estavam machucadas e havia um pouco de sangue em suas armas e roupas. O sol parecia fritar as entranhas do garoto, que pegou um cantil cheio de cerveja e jogou nas garotas.

-Não pensei que seria tão fácil encontrar vocês.

Sorriu o menino.
Uma das mulheres, ao olhar nos olhos amarelados do cavalo, encheu seus olhos de emoção.

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