À Bela Sem Espelho

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Leva-me num desses
Teus tapetes carregados em divindade
Como numa núpcia silenciosa
Tal qual do olhar, a troca

Leva-me nestes passeios
Onde tu me cantas o que és
E eu te digo um pouco mais.
Onde te mostro minha dor
E tu tem cura, sendo paz.

Leva-me enquanto fonte divina
E permite que eu passeie
Por entre tuas escamas,
Peito, lança.
E golpea-me com teu tridente
Em alto, baixo e meio mar.

Emoldura o fóssil do que fui
Nas paredes do meu âmago.
Ensina-me com teu eu
Que não sou quem era,
E, por conseguinte,
Não serei quem sou.

Toma minha cria no colo
E acalma minhas trovoadas.
Canta.
Me encanta.
Me diz que fica mesmo tudo bem.

Amor Enquanto Pronome Where stories live. Discover now