Carvalho Branco

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Sua pele findada
Nas lascas puras do carvalho branco
Infiltra-se nas paredes da sala,
Do frágil cômodo coração manco

Simples como é, desinibe-se.
E ao seu entorno,
Como se cobrindo teu corpo,
O nu, meus olhos já se fazem beijar.

Quanto darei de mim
Já não importa,
Posto que me retornas
Nas rimas, nas trilhas, nas notas.

Encanto-me mais uma vez
Pela tua pureza embreagada.
Teu álcool é o único perfume
Deslumbrante, excêntrico, mulato.

E me contenho antes mesmo
De encostar tua pele,
Devorando cada melodia tua
Antes mesmo de lhe ver cantar.

Fariam-se odes, moça,
Se ainda ousasse dançar.
Palco é o que lhe entrego, todo seu.
Tendo sem névoa a certeza do teu retornar.

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