Morfina

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Você não sabe,
E talvez nunca vá saber.
Mas eu te amei como ave
Que deixa ninho aberto, sem teto
E isso não há de ser desmerecer.

Você, tão miúda para si mesma,
Não fará ideia
Das minhas rezas silenciosas,
Em prece, esma
De toda carência fogosa.

Eu deveria lhe contar mais,
Sobretudo, de mim?
Haveria ainda algo a explicar
Daquilo que eu queria dizer,
E não saem palavras?

Seria realmente justo
Explicar a força da ação,
Da arte,
Do melodrama,
Da paz,
Da ambiguidade?

Te resumo aqui,
Onde não posso te descrever.
E te observo com esses olhos
Esses únicos meios que tenho
Para capturar tudo de ti
E guardar, solene, em mim.

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