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     A viagem de duas horas e meia de volta para Crescent Valley foi acompanhada por um silêncio absurdo entre Thomas e eu que focava na rodovia em minha frente para não virar cada vez que meu amigo sentava desconfortável no banco prendendo um gemido de dor em busca de uma posição menos dolorida. Eu estava irritada apesar da sensação louca de felicidade por ter feito o que fiz com o cara que parecia – e disse – ser perigoso, por algum motivo irracional não me passou pela cabeça o que ele faria comigo amanhã ou depois, não pensei na possibilidade dele me encontrar afinal, é Crescent Valley, quem conhece aquele lugar?

     Não, o meu lado racional estava bem longe deixando apenas o irracional repetindo a cena em minha cabeça me fazendo pressionar os lábios para não sorrir me sentindo... Como posso dizer sem parecer arrogante? É, eu me sentia foda.

     Entrei na rodovia que dava para nossa minúscula cidade acelerando para chegar mais rápido na casa de Thomas. Estacionei seu carro na oficina colocando a lona por cima quando vi que ele não conseguiria e sem dizer uma palavra, me virei para sair ainda mais rápido não dando tempo para que ele tentasse me pedir desculpas ou qualquer outra coisa. Quando parei na calçada da minha casa, encontrando a garagem vazia e as luzes desligadas, foi o momento em que percebi o que de fato aconteceu. Perdi McQueen por culpa de Thomas. Perdi meu carro, meu irmão perdeu o carro que ele sempre amou e agora eu estava de volta sem saber o que fazer. Entrei em casa sem me preocupar com o barulho, estava distraída demais com as palavras da mulher em minha cabeça me deixando nervosa.

     "Ela quis correr e perdeu, agora tem uma dívida com a gente."

     Quando Thomas perdeu seu carro, ele havia pedido dinheiro emprestado para pagar dívidas altas da família e nunca imaginou que pegariam algo valioso para ele quando atrasou uma parcela. Nós dois sabíamos o quanto as pessoas com quem ele contatou eram perigosas e ele me jurou que pagaria o que devia o mais rápido que conseguisse, esse foi um dos motivos que me levaram a correr com apostas altas e pessoas ainda mais perigosas que o normal. Mas eu nunca imaginei que meu próprio amigo me levaria aquela noite para perder o meu carro, não, Thomas não faria isso comigo. Rapidamente um nó se formou em minha garganta quando lembrei dos homens levando McQueen e Thomas não fazendo nada para impedir aquilo, muito pelo contrário, ele segurou o meu braço como se quisesse me impedir de fazer uma cena.

     Vi Tahoe deitado no sofá dormindo com a TV ligada refletindo várias cores em seu rosto bonito e sereno, me aproximei sem conseguir prender o soluço que saiu de meus lábios acompanhado das lágrimas que embasaram minha vista. Desliguei a TV deixando a sala em um escuro confortável e com cuidado deitei ao lado de meu irmão fazendo-o acordar sonolento para me abraçar e logo voltar a dormir.



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     O abracei de volta chorando em silêncio por ter perdido nosso bem mais precioso, a única coisa de valor que tivemos a vida inteira e agora não passava de mais um item de seguro para uma dívida que eu precisava pagar. Como se não bastasse viver no fundo do poço tentando reerguer meu irmão em uma tentativa egoísta de mantê-lo comigo, além de estudar e trabalhar o dobro para tentar sair de Crescent Valley com Tahoe para recomeçar em um lugar longe o suficiente que nossos monstros do passado não nos encontre, e principalmente sem qualquer base familiar para nos dar suporte, agora eu precisava resolver mais essa.

     Uma dívida com agiotas.

– Hazen? – a voz feminina que um dia fora agradável aos meus ouvidos me fez erguer a cabeça para encontrar mamãe parada frente a porta ainda aberta me encarando.

     O pijama verde que trabalhava no posto de saúde estava sujo e eu não sabia dizer se era sangue ou vômito na falta de luz do cômodo. Também não vi seu rosto, apesar de já imaginá-lo em exaustão com grandes olheiras que um dia me assustaram quando percebi pela primeira vez o quanto mamãe estava cansada e mais velha. Ela fechou a porta caminhando até a cozinha onde ligou a luz e fez barulho como se procurasse algo para comer, não me perguntou como estava ou porque estava ali e muito menos como Tahoe se comportou durante o dia.

     Na feroz busca de nos amparar depois da separação, ela trabalhava o quanto podia no posto de saúde e esquecia a parte principal de ser mãe, não havia mais carinho, não existia conversas sobre o dia ou risadas à toa, desde o acidente de Tahoe tudo mudou naquela casa e agora não passávamos de estranhos que dividia o mesmo teto.

     Engoli em seco voltando a deitar no peito do meu irmão fechando os olhos na tentativa fracassada em tentar dormir mesmo que meu corpo inteiro estivesse prestes a entrar em colapso. Minha mente era um turbilhão de pensamentos, repassando todas as cenas daquela noite tentando encontrar onde havia errado, na troca de marcha, nas curvas, eu não saberia dizer e aquilo era como uma tortura para mim. Mais um barulho vindo da cozinha me fez abrir os olhos em direção a abertura que ligava os dois cômodos, tentando imaginar o que minha mãe fazia ali, não consegui evitar lembrar de quando ainda éramos uma família feliz.

     Eu até conseguia comparar nossa situação atual com a passada, como por exemplo, nossa casa parecia mais viva e alegre, não era como essa que vivia com as luzes apagadas por preferimos o conforto do escuro a ver nossos traumas à luz. Tahoe ficava em seu quarto no andar de cima e brigávamos para usar o banheiro antes das aulas, não era como agora em que ele tinha seu próprio banheiro adaptado e um quarto atrás das escadas. Outra comparação que eu conseguia fazer era a falta de vida do meu irmão desde o acidente.

     Tahoe era alegre e revigorado, amava sair de casa e fazer qualquer coisa para transformar Crescent Valley em algo legal, era popular na época do colégio e eu, consequentemente, havia me tornado a irmã mais nova, a garotinha que todos do último ano deveriam proteger. Meu irmão contagiava a todos ao seu redor, inclusive a nossa família quando sentávamos ao redor da mesa para jantares em família.

     Depois do acidente não só ele perdeu a vontade de viver, como nossos pais mudaram drasticamente em um misto de decepção e medo que os tornaram como eram hoje. Eu, por outro lado, mesmo com medo por Tahoe e irritada por ele não ter dirigido seu carro naquele dia, permaneci ao lado dele durante aqueles três anos e permaneceria até o momento em que meu irmão não precisasse mais de mim.

     Pensando em tudo o que passamos, valia a pena trabalhar no Joe's e na biblioteca, valia a pena correr e fazer qualquer coisa para guardar o máximo de dinheiro que eu poderia, seja para seus remédios caros do médico que papai encontrou em Sacramento ou para fugirmos. Tudo o que eu fazia valia a pena porque eu queria Tahoe de volta, na cadeira de rodas ou sem, mas queria meu irmão como era e mesmo sem ter a certeza de que ele conseguiria voltar, eu iria tentar nem que custasse minha vida.

     Abri os olhos repetindo a última frase como se percebesse naquele momento o peso delas, olhei para Tahoe dormindo profundamente com os lábios abertos deixando sair um quase inaudível ronco me fazendo sorrir. É, eu daria minha vida para meu irmão se ele pedisse e assim como o Homem de Ferro deu sua vida para salvar o mundo, eu daria a minha para salvar o meu.



Nota da autora:

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Nota da autora:

Um pouco pesado, mas necessário para reforçar o amor dos dois. Mas, será que Hazen vai ter coragem de contar o que aconteceu ao irmão? Tahoe vai perdoá-la e ajudá-la?

O que vocês acham que vai acontecer quando amanhecer e Hazen precisar encarar a realidade?

Correr ou Morrer - DuologiaUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum