𝙏𝙝𝙚 𝙎𝙚𝙘𝙧𝙚𝙩𝙮 - ʙᴇᴀᴜᴀɴʏ

25

— Como é?

Ele desliga a chamada. Filho da puta.

Olho para Josh e decido me sentar na poltrona, fiquei apenas olhando ele. A porta é aberta por Sabina.

— Oi, Any. Posso te pedir um favor? — ela pergunta.

— Pode. Claro. Qualquer coisa. — me levanto.

— Eu não devia te pedir isso. Mas será que você pode ir morar com a gente lá em casa? Nossos pais não vão voltar de viagem tão cedo e eu não consigo lidar com isso sozinha.

— Claro que posso, Sabi. — respondi enquanto eu abraçava ela.

Sabina suspirou aliviada. Eu imaginava que ela não iria lidar com isso sozinha, acho que ninguém conseguiria.

— Ele vai receber alta.

— Mas já?

— E também vai começar a fazer um tratamento que o hospital indicou.

Vejo que Josh abre os olhos.

— Any? Cadê você? — perguntou assustado.

— Oi, Josh. Eu estou aqui. Sua irmã também.

— Aonde?

Sabina se aproximou e ficou ao lado de Josh.

— Aqui. — ela diz.

— Eu já volto, tá bom? — saí do quarto e peguei meu celular.

Ligo para Noah e espero ele atender.

— Oi, Noah. — digo.

— Fala.

— O Josh tem cegueira psicológica. — falo rápido.

— Por causa do acidente?

Murmurei dizendo que sim.

— Sabina pediu para eu ir morar com eles, eu não podia dizer não.

— Quer que eu arrume sua mala?

— Sim, por favor. — respiro fundo — Posso falar com o Bailey?

— Pode.

Espero um tempinho até ouvir a voz de Bailey no telefone.

— Oi, Any. Pode falar.

— 'Tá. Hm, papai ligou.

— Como assim? Do nada? — perguntou.

— Aham. Certeza que ele 'tá no meio desse acidente do Josh.

— Ué, por que?

— Ele perguntou do Josh. Só vocês sabiam disso, ele não. E além de tudo, ele me liga do nada e pergunta do Josh? Não acha estranho?

— Claro que acho. E você acha que ele fez o quê?

— Antes do papai ligar, Josh falava coisas sem sentido, tipo "A culpa é sua, sabia?". — falei.

— Ah, merda.

— O que você fez, Bailey?

Eu estava demorando muito para voltar para o quarto, não queria que Josh ficasse preocupado.

— Deve ser de quando você sofreu o... você sabe.

— Sei. Mas eu tenho outra teoria.

— Qual?

— Não foi acidente, cara, ele não foi atropelado. Eu 'tô achando que o papai convenceu ele fazer isso.

Eu não acredito que isso saiu da minha boca.

— Não sei, Any. O que ele ganharia com isso?

— O que ele ganharia com isso há 7 anos atrás? — mudo a pergunta.

— Já sei o motivo dele ter feito isso.

Olho para o lado.

— Preciso desligar. Me promete que não vai fazer nenhuma burrice antes de me avisar.

— Prometo.

continua...