Any Gabrielly, uma menina de 14 anos, que vive com seus irmãos, Noah e Bailey - que são muito protetores -, a vida da garota era tranquila até esbarrar em um garoto de olhos azuis e cabelos loiros na biblioteca.
Os dois começam a conversar todo dia...
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Eu andava de um lado para o outro tentando racionar o que estava acontecendo. Era impossível. Olhei para Josh e depois cruzei os braços.
— Se explique. Caso você ainda não queira morrer, se explique.
— Você já sabe de tudo.
— De tudo, não. — ele se sentou no sofá — Quem causou a porra do acidente?
— Seu pai.
Não, eu não ouvi isso.
— Meu pai?
— Ele estava bêbado, como sempre. Mas a mamãe tinha acabado de ir embora. — Noah termina de dizer.
Ótimo, mais mentiras.
— Então a mamãe não foi embora depois que eu nasci? — cruzo os braços — Tem mais alguma mentira nessa história?
— Várias.
Várias.
— Josh — me viro — , só me diz tudo que aconteceu nesse tal acidente.
Olhei para os meus irmãos.
— Só nós dois.
Peguei um copo de água e me sentei no sofá.
— Pode começar.
O loiro deu um suspiro.
— A gente se conheceu na creche. Você tinha três anos. Eu estava no balanço e você se aproximou, começou a conversar comigo e viramos muito próximos.
Assenti.
— Seu pai não gostava de mim, nunca gostou. Ele já tentou várias vezes separar a nossa amizade, mas nunca conseguiu.
Eu tentava entender a versão dele, mas eu nem conseguia confiar em mim mesma, quem dirá nele.
— Com sete anos, ele devia estar muito bêbado — continuou a falar — , o seu pai te colocou no carro e começou a dirigir, muito rápido. Eu tentei ir atrás, mas eu não consegui.
Josh passou a mão no rosto e olhou para mim.
— Ele bateu o carro. Você foi direto para o hospital, e o Bailey pediu... na verdade, me obrigou a se afastar. Porque ele tinha certeza que a culpa era minha.
Me levantei e fui até a porta.
— Vai embora.
Ele se vira.
— O que?
— Mandei ir embora!
— Eu não terminei de falar.
Me aproximei.
— E eu nem quero ouvir o resto! SERÁ QUE VOCÊ PODE IR EMBORA? — grito.
— NÃO, EU NÃO VOU!
Eu não hesitei de dar um tapa na cara dele. Foi tão forte que minha mão ficou vermelha.
— E agora? Tem certeza que quer ficar aqui? — digo.
Ele passa pela porta e eu fecho, batendo com força. Me sentei no chão e me permiti a chorar.
Por que tinha que acontecer comigo?
— Any? — ouvi a voz do Noah.
— O que foi? Quer contar mais alguma mentira?
— Desculpa. — se sentou ao meu lado — Eu não podia te contar.
— Talvez tenha sido uma boa ideia não ter me contado. Olha o estrago que deu, e eu acabei descobrindo sozinha.
Noah me abraçou de lado e fez carinho no meu cabelo. Aquilo me deixava bem.
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Algumas horas depois, eu fui para o meu quarto. Tomei um banho para tentar me acalmar.
Jordan iria vir aqui em casa daqui a pouco. Combinamos de olhar vários filmes.
Me deitei na cama e fiquei esperando meu namorado chegar.
Demorou quase uma hora para ele chegar.
— Desculpa a demora, amor. — ele fala beijando minha testa — Tive problemas no trabalho.
Colocou uma sacola na ponta da cama.
— Trouxe doces! — abri um sorriso.
— Qual filme vai querer ver primeiro? — questiono.
— O Diabo Veste Prada? — sugeriu e eu concordei.
Peguei a sacola de doces e Jordan se deitou ao meu lado.
Ficamos assistindo vários filmes durante a noite, foi muito legal.
