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— Josh, a luz já está ligada

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— Josh, a luz já está ligada.

Tento tirar da minha cabeça a possibilidade dele estar cego, mas é impossível não pensar nisso.

— Por que eu não estou vendo nada? — vejo que ele está desesperado, me aproximo e seguro sua mão.

A porta se abre.

Sabina.

Ela sorri.

— Josh! Que bom que acordou! Fiquei preocupada!

— Sabi, preciso que ache o médico que operou o Josh. Não importa como, só ache!

A garota assentiu e saiu correndo pelo corredor.

— Quantos dedos tem aqui, Josh? — mostro dois dedos.

— Quatro dedos.

— De novo. — dessa vez, mostro cinco dedos.

— Dois dedos.

— SERÁ QUE DÁ PARA ACHAR A PORRA DO MÉDICO QUE OPEROU O MEU IRMÃO? — ouço Sabina gritar com alguém.

Quando ela volta, dois médicos vieram atrás dela. Sabina fica ao meu lado.

— Sra. Gabrielly, essa é a doutora Hannah Montgomery, ela é chefe da neuro.

Assenti.

A Dra. Montgomery pegou uma lanterna — posso chamar assim? — e apontou a luz para Josh.

— Consegue ver essa luz?

— Não. — a cada segundo, Josh apertava minha mão cada vez mais forte.

Os dois médicos chamaram eu e Sabina para fora do quarto para conversar.

— Eu já volto, Josh. — ele assentiu.

Saímos da sala e esperamos alguém falar algo.

— A partir do acidente que o Josh sofreu — ela começa dizer — , infelizmente, ele tem cegueira psicológica.

Eu fiquei em silêncio por cinco minutos. Tentando pensar em tudo que aconteceu até agora.

Como isso aconteceu?

— Tem como ele voltar a enxergar? — Sabina perguntou.

— Pode demorar dias, meses e se duvidar, anos.

Eu ainda estava em silêncio.

— Vocês disseram que os exames estavam ótimos.

— Any? — Sabi colocou a mão no meu ombro.

— Vocês disseram que ele só quebrou um braço e perdeu dois dedos.

Os médicos se olharam.

— Any, se acalma.

— VOCÊS DISSERAM QUE A PORRA DOS EXAMES ESTAVAM ÓTIMOS! E AGORA, VIERAM DIZER QUE ELE TEM CEGUEIRA PSICOLÓGICA? COMO VOCÊS DEIXARAM PASSAR ISSO? QUE TIPO DE HOSPITAL É ESSE? — gritei.

Eu não conseguia ficar calma ou controlada. Era impossível.

— Sim, Any. Os exames estavam ótimos. Não tínhamos como prever isso. Ás vezes, isso acontece. Sentimos muito.

Ignorei a última frase dela e entrei no quarto de Josh. Seu rosto estava molhado, me deito ao seu lado.

— Eu estou aqui com você, tudo bem?

Ele segurou minha mão, mas não falou nada.

— Eu te amo.

— Eu também te amo.

E ficamos assim durante o resto do tempo, eu fiquei deitada ao seu lado enquanto ele segurava minha mão.

Tinhas vezes que alguns enfermeiros apareciam de hora em hora para ver como Josh estava. E em todas, ele dizia que sim.

Mas eu sabia que ele não estava bem, era difícil o Josh ficar bem naquela situação.

— Não! A Any nunca faria isso! — ouvi Josh resmungar enquanto dormia.

— Josh?

— A culpa foi sua, sabia? — continuou a falar.

— Pelo amor de Deus, Josh. Do que você está falando?

— A culpa não foi minha, eu já disse! Foi toda sua!

Eu não fazia ideia do que ele estava falando.

Meu celular vibra.

Pai.

— Alô?

Ninguém mandou dizer que eu não era o seu pai.

— Como é?

— Como está o Josh?

continua...

𝙏𝙝𝙚 𝙎𝙚𝙘𝙧𝙚𝙩𝙮 - ʙᴇᴀᴜᴀɴʏ Onde histórias criam vida. Descubra agora