Apenas um covarde

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– EU TE AMO HARRY! Espero que saiba disso, vou estar essa semana aqui, caso entenda meu lado. Porque TODAS AS COISAS QUE EU FIZ foi apenas para poder te chamar de MEU.

– Nesse caso sinto muito por ser o motivo de você ser um COVARDE! – Harry falou batendo a porta atrás de si e desabando em lágrimas, enquanto do outro lado da porta o loiro abraçava seus joelhos chorando desesperado.

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Draco estava em pânico só de pensar em como era um fracassado, as palavras de Harry passavam várias e várias vezes em sua cabeça o lembrando de que não importava o que ele fizesse ou dissesse, sempre seria um COVARDE.

Ele subiu a escadaria até estar novamente no quarto, se deitou na cama que a minutos atrás estava abraçado e sentiu o calor do corpo do moreno se difundir ao seu.

– Eu sou um covarde idiota, eu sei que sou... eu preciso parar, preciso mudar isso, mas tenho mais medo ainda. Não posso perder ele mais do que já perdi. – Draco murmurava deixando as lágrimas escorrerem pela pela clara e os olhos serem preenchidos da coloração vermelha intensa que se espelhava na dor da partida de Harry.

Ele precisava se explicar. Draco precisa contar a verdade. Precisa encarar seu maior medo e lutar por aquilo que realmente desejava. Ele precisa deixar de ser um covarde.

A verdade era que um mês na mansão Malfoy foi mais longo do que nunca e mais doloroso do que jamais fosse imaginado.

Desde o momento que pôs seus pés naquele lugar, tudo que Lucius Malfoy fez foi dar ordens e mais ordens que Draco devia seguir. Até mesmo seu pai havia arranjado um casamento como forma de armar uma distração perfeita para o plano dos comensais.

O tempo todo era esculta pela imensa casa, "Draco Malfoy aprimore seus feitiços!", "Não esqueça dos estudos das artes das trevas!", "Se não fizer isso, nunca vai ser bom o bastante para o lorde das Trevas!", "Será uma vergonha para essa família senão se tornar um comensal da morte! ", "Melhore sua postura!" , "Nem pense em se comunicar com Potter, caso ao contrário, eu mesmo mato ele!" Ainda não está nem perto!", "Faça melhor!", "Melhor!", "Mais do que isso! ", "Não é o suficiente!".

A pressão constante que recebia só fazia o loiro ter cada vez mais medo. Medo do fracasso, medo de Voldemort querer matá-lo e medo de não ser bom o bastante nem mesmo para Harry, que tanto o amava.

Draco queria ser o suficiente, o melhor - mais do que isso - ele queria ser perfeito. Era seu dever e sua razão de vida, nasceu para ser um Malfoy com o menor dos detalhes cumpridos perfeitamente.

Ele entendia a razão pela qual Harry estava com tanta raiva. Era óbvio que ele entendia, sabia o quanto aquilo soava com uma traição, como se seu namorado estivesse se juntando a um grupo que fosse o matar. E em todos os contextos possíveis era a primeira forma que Harry interpretaria, ainda mais movido pela raiva e o impulso.

Só que toda história possui dois lados.

Quando Voldemort foi até a mansão Malfoy fazer sua primeira visita, ele ficou impressionado com as habilidades de Draco – que seu pai o fez aprimorar treinando todos os dias, várias vezes, mesmo que algumas refeições fossem cabuladas para que pudesse prorrogar esse treinamento – , ele era inteligente, rápido e com uma mente trancada em mil cadeados, que fazia ser praticamente impossível de lê-la. Draco era exatamente o que Voldemort queria, o garoto sem escolhas e com a aparência de alguém inocentes que poderia facilmente manipular os outros ao seu redor e melhor ainda, trazer Harry Potter para ele.

Era óbvio que Lucius Malfoy, em momento algum, mencionou o relacionamento de Draco com Potter - que ao ver dele, aparentava já ter acabado à meses atrás - , aquilo soava como uma vergonha, mas do que isso, como um grande pecado, na qual quem pagaria o preço seria Lucius por não dar juízo a cabeça idiota do seu único filho e herdeiro de seu legado Malfoy.

Feel // Fanfic DrarryWhere stories live. Discover now