Natalie Lawrence é uma mulher de 30 anos, estilista, inteligente, decidida, dedicada, amiga, bem resolvida com seu corpo e o que fazer com ele. A prioridade de sua vida é sua carreira e seu sonho de montar seu próprio ateliê, foge de relacionamento...
- Mais alguma coisa? – Se virou me olhando apenas por alguns segundos.
- Não, só isso. – Coloquei a gravata no lugar.
Acenou com a cabeça saindo da sala, fui até a mesa pegando a xícara com café e a levando aos lábios, o líquido amargo descendo fumegante pela minha garganta me livrando do frio que havia se instalado em mim pela pele gelada depois da chuva.
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- Esse foi o último que eu pintei. – Etan nos mostrou a imagem de uma tela, ele sempre pintou como um hobby, porém, depois de sua separação ele passou a pintar mais frequentemente.
- Está muito bonito. – Falei olhando para a paisagem na tela.
- Você é muito bom. – Ella olhou sorrindo. – Não sabia que você era tão bom.
- Etan sempre pintou bem. – Falei o olhando. – Mas ele não tem feito muito nos últimos tempos.
- Verdade, sempre foi um hobby pra mim. – Concordou. – Mas eu o deixei de lado por anos. – A sua noiva adúltera sempre falava que era perda de tempo ficar pintando. – Recentemente eu voltei a fazê-lo, isso me relaxa muito, eu gosto de pintar nas horas vagas.
- Você poderia até ganhar algum dinheiro com isso. – Ela comentou animada.
- Eu já falei isso pra ele. – Tenho dito pra ele expor seus desenhos tem tempo. – E já tem um tempo.
- Você realmente deveria. – Ella reforçou. – É um pecado tal talento ficar escondido.
- Gente para com isso. – Ele virou de leve e ficou com a voz trêmula, como sempre faz quando estar com vergonha. – Eu não sou tão bom assim.
O garçom chegou retirando os pratos vazios de nossa refeição e colocando a sobremesa no lugar. Assim que ele saiu voltamos para a mesma conversa de antes, nos dois tentando convencer Etan a mostrar seus dons ao mundo.
- Você poderia ao menos criar uma página no Instagram para seus quadros. – Ella falou por fim.
- Eu apoio essa ideia. – Falei sorrindo.
- Vocês são terríveis. – Ele riu. – Eu vou pensar na ideia. – Ficou um pouco em silêncio. – Por falar em pensar, já que você gostou tanto dos meus quadros poderia me deixar pintar você. – Concluiu olhando para Ella.
- Eu? – Seu olhar era de surpresa.
- Sim, você. – Ele sorriu. – Você é linda seria uma ótima modelo.
Meu celular tocou, deixei algumas notas sobre a mesa e falei que esperaria por eles do lado de fora, levantei e sai do restaurante atendendo o telefone de modo que não pude ouvir o restante da conversa entre Etan e Ella.
Ligação on*
- Alô. – Atendi sem olhar para a tela.
- Oi querido. – Ouvi uma voz familiar do outro lado da linha.
