Capítulo 11

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Meu coração acelerou quando abri meus olhos de manhã e lembrei que não estava em meus aposentos. Sentei na cama e olhei em volta. O príncipe estava sentado no banco onde dormiu, lendo o mesmo livro que lia quando entrei no quarto. Eu o encarei em silêncio, sem saber exatamente o que falar.


— Que bom que acordou, princesa. Tomei a liberdade de chamar sua servente e pedir para que trouxesse algumas das suas bagagens — ele falou quando percebeu que eu estava acordada.


Franzi o cenho, com os pensamentos ainda lentos por causa do sono, então ignorei a fala do príncipe e deitei para dormir um pouco mais.


A luz que vinha da janela e perturbava meus  olhos, mesmo que estivessem fechados, foi interrompida por uma sombra. Franzi o cenho novamente e comecei a tatear a cama para procurar algum pano para cobrir meu rosto.


— Preciso ir para um evento, princesa, e isso significa que você também precisa vir. — A voz de Kardama estava mais perto do que eu esperava.


Abri meus olhos rapidamente por causa do susto que acelerou meu coração. Ele estava apoiado na cama sobre um dos braços, acima de mim. Senti minhas bochechas queimarem enquanto observava sua proximidade.


— Por mais que seja bonita enquanto dorme, precisa se arrumar para partirmos — o príncipe provocou após me observar por alguns segundos.


Então eu sorri.


— Acho que se apaixonou por mim no momento em que quase o matei, Kardama — brinquei e o vi tentar conter uma risada.


— O ódio nos seus olhos foi irresistível, princesa, ou talvez tenha sido sua coragem imprudente de me enfrentar — Kardama respondeu em mesmo tom, mas seu sorriso desapareceu e ele afastou seu corpo antes de continuar. — Esteja claro entre nós, princesa, que eu não dispensaria um harém por causa de uma mulher que não me atrai. Essa parte não é fingimento.


Meu sorriso desapareceu também. Agora ele estava distante, por isso tive espaço suficiente para sentar na cama enquanto o encarava perplexa.


— Está interessado em mim — falei em tom acusatório, então estreitei meus olhos. — Mas não parece estar me cortejando.


O príncipe sombrio torceu o canto dos lábios em outro sorriso e estendeu a mão para segurar meu rosto, pressionando minhas bochechas com delicadeza para que eu olhasse em sua direção.


— Eu não quero te conquistar, princesa. Eu quero fazer sexo com você — ele explicou, então fez uma pausa e respirou fundo, afastando sua mão. — Mas não vou encostar em você dessa forma até que estejamos casados.


Encarei a cama enquanto tentava organizar meus pensamentos bagunçados. Aquela ideia parecia completamente errada, mesmo assim eu não conseguia afastar a ansiedade que estava sentindo. Era a primeira vez em que minha mente e meu corpo estavam em um conflito de vontades.

O Príncipe Sombrio [COMPLETO]Where stories live. Discover now