Capítulo 20 - O Dia Seguinte

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Chlöe

Olho para o lado mais uma vez, para o criado mudo do lado direito da minha cama, impaciente. Ainda faltavam cinco minutos para despertador do celular tocar. Eu passei a noite toda encarando o teto do meu quarto sem conseguir dormir. A minha cabeça estava uma confusão. Uma das noites mais malucas que já havia acontecido comigo.

Primeira missão oficialmente, e de tudo que eu achei que poderia me acontecer, definitivamente beijar o amigo do Matt não estava nos meus planos, mas até aí eu entendi que não era real, que não tinha sentimentos. Era um beijo técnico que salvou a minha vida, por sinal. Algumas pessoas começaram a ficar desconfiadas e a se aproximar, quando ele me agarrou eu fiquei em choque, mas tentei manter o controle. Enquanto o cara vinha em nossa direção, com apenas um sinal, Nick fez Théo entender o que deveria fazer e ele apenas esbarrou em um homem barbudo fazendo uma algazarra começar desfocando a atenção do barman da gente. Em dois minutos nós dois estávamos fora do bar e com mais alguns Théo estava atrás de nós.

Por algum motivo, que ainda não compreendi, Nick me aconselhou a não falar com Matt, pois ele estava furioso por desobedecerem a uma ordem direta dele. Não fez muito sentido na hora, mas seu comportamento na van me fez questionar se eu não havia estragado sua missão. O clima estava tão tenso que eu preferi ficar em casa ao invés de ir para a base com eles.

Tomei um banho e quase chorei, ouvi o carro dos meus pais estacionarem na frente da garagem e tratei de vestir um moletom confortável e fingir que estava tudo bem. Não queria decepcioná-los. Para minha surpresa eles nem haviam cruzado com Matt, e até trouxeram um bolo de chocolate confeitado para mim pela minha primeira missão e eu quis chorar mais uma vez.

Ao final do jantar de criança eles subiram para tomar banho e eu fiquei na cozinha lavando a louça. E é aí que toda minha sanidade foi colocada em prova. Matt bateu na porta e atendi prontamente, para meu arrependimento eterno. Ele me agarrou e eu correspondi. Claro que eu correspondi, porque eu sou burra.

Olhando em retrospecto não tinha como me arrepender. Foi um dos melhores beijos da minha vida, se não o melhor. Tinha um misto esquisito, porém delicioso que eu não conseguia explicar. Não era mais o mesmo sentimento platônico de criança, era algo carnal e ainda mais profundo do que eu sabia poder sentir. Tinha algo que eu não conseguia descrever naquilo tudo. E não parecia ser mais platônico.

Me senti uma criança pega no flagra quando minha mãe apareceu de hobby e cabelo molhado. Após Matt apenas ir embora mais branco do que papel ela me encurralou na parede querendo saber o que havia acontecido. Eu estava em êxtase demais para conseguir elaborar uma fala, mas assim que seu olhar mudou de preocupada para desconfiada eu senti o peso da culpa em meus ombros.

Eu tinha beijado o ex-namorado da minha irmã.

Apenas neguei. Não poderia contar a ela, e nem a ninguém. A Louise era claramente a preferida e a última coisa que eu queria era pagar de irmã invejosa ou ainda prejudicar Matt de alguma forma. Eles gostavam demais dele dentro da agência e ele muito de estar lá também.

A noite foi longa, de altos e baixos. Uma oscilação de sentimentos e culpa. Eu quis chorar, eu quis me bater por sorrir ao lembrar, mas enfim o celular começou a tocar. Encarei mais uma vez o teto e me forcei a levantar e tomar um banho.

Me arrumei lentamente sem medo de me atrasar. Eu não queria ter que encarar meus pais no café da manhã. Na verdade, eu não queria ter que encarar ninguém hoje. Nem o Matt. Principalmente o Matt. E foi o que fiz, evitei o máximo de contato até chegar na minha mesa na sala da equipe.

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⏰ Son güncelleme: Aug 18, 2021 ⏰

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