Capítulo 14 - A Conversa

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Chlöe

— Vocês podem me explicar por que de tudo isso? Vocês estão bem? O mundo está acabando? – Pergunto descendo as escadas com um homem, que mais parecia uma muralha, atrás de mim.

Há uma hora meus pais haviam me ligado dizendo que dois homens ficariam do meu lado até que eles chegassem e que não era para eu reclamar e nem pensar em sair de casa, muito menos usar meu telefone. E, claro, essas foram as únicas instruções que eu recebi antes do fim da ligação. Eu não sei em que mundo os dois viviam, mas, definitivamente, não existia sensibilidade por lá. Eu era filha deles, e claramente algo estava muito errado, mas, ao invés de me explicarem, apenas colaram esses dois guarda-costas em mim.

Eu tentei manter a calma, e isso durou dez minutos, até a minha irmã, com quem eu quase nunca falava, me ligar perguntando se eu estava bem e se eu sabia o que estava acontecendo. Ela me contou que haviam tirado ela de uma sessão de fotografias e trancado ela em seu próprio apartamento. E para minha surpresa ela já sabia que eu sabia da agência. Nossa conversa não durou muito, já que os seguranças tomaram os celulares, alegando que o protocolo não permitia telefonemas muito longos. Mantive-me no quarto, jogando paciência em meu computador pelo resto do tempo, já que haviam desligado minha internet.

— Vocês vão ficar aí se encarando, ou vão me falar o que está acontecendo? – Grito.

— Você, por acaso tem algum lugar para ir hoje? – Meu pai pergunta estressado e eu fico confusa. Ele nunca ficava estressado assim.

— Não?! Vocês sofreram alguma ameaça? – Me acalmo – A Louise me ligou, e disse que vocês a trancaram também. Ela está preocupada e eu também!

— Já liberamos sua irmã! – Minha mãe diz em um tom mais suave – Nós temos que conversar, Chlöe!

— Vocês estão me assustando! – Observo os agentes que invadiram a minha casa finalmente irem embora – As únicas vezes que vocês agiram assim foram para contar sobre a morte da vovó e sobre vocês serem agentes secretos. Eu juro que só vai ser pior se vocês disserem que eu não sou filha de vocês. – Eles se encaram e eu fico pálida – Vocês são meus pais, certo?

— Claro! – Minha mãe se aproxima e pega minhas mãos – Mas o assunto vai superar todas as outras histórias, e não vai ser de um jeito bom.

— Eu realmente preciso saber? – Estava indo tudo tão bem!

— Amor? – Ela vira para o meu pai que estava encostado na porta de entrada – Se importa se eu tiver essa conversa sozinha com ela?

— Tem certeza? – Ele pergunta e eu me questiono a mesma coisa. Meu pai era sempre quem conversava com a gente, ele era o mais sensível com as palavras.

— Sim!

Seguimos em silêncio até meu quarto, onde ela tranca a porta e se senta na cadeira da minha mesa posicionada a minha frente na cama.

— Isso é sobre o Matt? Ele está bem?

— Ele está bem, e isso envolve o Matt sim, um caso dele, na verdade.

— Mãe... por favor? – Insisto.

— É sobre o seu namorado! – Solta de uma vez e eu congelo.

— Como você... Matt! – Eu não acredito que aquilo estava acontecendo – Eu pedi para ele não contar nada! – Levanto-me da cama nervosa – Ele não tinha esse direito! Eu ia contar, no momento certo!

— Eu sei que ia! – Mantém-se calma.

— Isso tudo foi por causa disso? – Eu queria chorar e não sabia o porquê.

S.W.A. 3 - As Decisões Da Nossa VerdadeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora