Capítulo 11 - O Treino

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Matt


Começar o dia com uma boa xícara de café era uma das melhores coisas da vida, mas, definitivamente, perdia para a Chlöe de rabo de cavalo mal feito, calça de moletom cinza e uma blusa, também de moletom, duas vezes o tamanho dela na cor rosa com um gato cinza dormindo e a frase "não me acorde ou eu te arranho!" como estampa, e a cara amassada de quem tinha acabado de acordar.

— Bom dia! – Tento segurar o riso ao ponto que ela se aproxima de mim.

— Não sei para quem. Para mim, definitivamente, não! – Olha ao redor e então caminha para sentar-se num banco no canto parede. Estávamos no galpão de cenários, para um treino prático de resgate e ataque, dentro de vários ambientes montados para isso. Aqui os agentes podiam usar armas com munição de festim e era o mais próximo de uma cena real de crime que eles tinham antes de serem certificados para sair em campo. – Cadê todo mundo?

— Só chegam daqui uma meia hora! – Digo indo em sua direção.

— E por que você me fez chegar tão cedo? – Levanta-se do banco estressada.

— Porque eu achei que você gostaria de um treino individual antes deles chegassem.

— Treino? – Ela não parecia acompanhar muito bem o que acontecia.

— Eles têm práticas de tiro e luta, você não. – Falo o óbvio – Vou te mostrar como funciona essa aula e ao menos deixar você se divertir um pouco antes de eles começarem.

— Achei que eu só ia observar. – Fala assustada – Não tenho nem um por cento do que esses seus alunos têm de treino, você está maluco? Eu vou ser trucidada.

— Você não vai treinar COM eles, relaxa! – Seguro minha empolgação.

— Então, por que eu preciso saber como funciona as coisas?

— Diversão?!

— As cinco da manhã? Quem se diverte a essa hora?

— Muita gente. E de qualquer forma você vai participar do treino deles.

— Agora eu fiquei confusa!

— E antes você não estava?

— Matt! – Ela, claramente, não era a pessoa mais animada pela manhã.

— Ok! – Dou risada de seu estresse – Você vai ser a "vítima" da vez!

— Nem ferrando que eu vou deixá-los apontarem armas para mim!

— Primeiro, a munição é de festim, e segundo, você vai ser pessoa que não pode levar um tiro. Eles só terão que te resgatar da equipe do mal.

— Se alguém sujar o meu cabelo, eu juro....

— Relaxa, você trouxe a roupa extra que eu falei, não trouxe? – Ela acena com a cabeça – Então pronto! Um banho e você estará novinha em folha. E depois eu te levo para almoçar no restaurante que você quiser!

— Eu vou escolher um bem caro! – Aponta o dedo na minha cara.

Chlöe ouvia atentamente enquanto eu explicava como travava, destravava e posicionava cada uma das armas, abastecidas de festim, posicionadas agora numa mesa próxima a entrada da sala, onde os agentes se preparariam. E até ariscou atirar com uma delas, coisa que ela não era tão boa assim, já que seus três disparos atingiram todos os lugares, menos a parede de um metro de largura que ela supostamente mirava. Expliquei, também, como funcionaria o treino prático dos novos agentes, onde ela estaria sendo refém de uma equipe de agentes disfarçados como vilões, todos vestindo roupas brancas, e deveria ser resgatada pela equipe de preto, composta pelos agentes novatos, sem sofrer nenhum dano, ou seja, sem sujar a preciosa roupa de gatinho dela, devendo fazer absolutamente tudo que eles mandassem. Mostrei a ela a instalação que usaríamos para o resgate, os caminhos de fuga que os agentes deveriam usar e expliquei algumas manobras que ajudariam a protegê-la em caso de serem atacados de surpresa.

S.W.A. 3 - As Decisões Da Nossa VerdadeDove le storie prendono vita. Scoprilo ora