» 24

2.4K 191 15
                                    

VINNIE HACKER

- Vamos lá pra casa Vinnie. Já é de madrugada. - Troy sentava ao meu lado no chão.

- Não porra, eu ainda não vi ela.

- E nem vai ver por enquanto, você sabe disso. Os médicos deram milhões de remédios pra Nailea, ela só vai acordar de manhã. Para de ser teimoso.

- Estamos aqui há um tempão e ninguém deixou eu entrar. - Falo triste, escorando a cabeça no ombro do meu amigo.

- Ela está bem, a própria mãe dela confirmou isso. Por favor, está tarde, não quero que você durma aqui.

Eu ainda estava atirado de qualquer jeito em um canto da sala de espera, já perdi noção do tempo e só percebi o horário quando meus amigos decidiram ir embora, deixando o Zarbruh para trás.

Doparam a Nailea de remédios e só deixaram a mãe dela entrar, porque parece ser obrigatório a presença de um adulto já que ela é de menor. Se eu pudesse, faria qualquer coisa pra poder entrar no quarto dela agora, mas minhas opções são limitadas, se eu invadir a força, é capaz de eu ser expulso e aí sim que não vou ver ela mesmo.

Me sinto completamente cansado, com o corpo dolorido e minha cabeça dói de fome, mas não tive coragem de sair daqui por nem sequer um segundo, nem mesmo fui ao banheiro, eu precisava estar aqui caso alguém aparecesse com notícias, porém não mudou nada, porque a única vez que vieram, não me falaram mais nada a não ser "os remédios são fortes, ela precisa descansar".

Cheguei já a pensar que talvez fosse a Devora que não quissesse me ver, mas não faria o mínimo de sentido, né? Acho que não faria pelo menos. Sei lá, é tudo tão confuso.

- Ok, eu vou. - Me rendi a proposta de Troy e fomos juntos até o meu carro.

Ele tirou as chaves dos meus bolsos antes que eu pudesse pegar, o mesmo diz que eu não tenho condições de me concentrar na estrada e do jeito em que eu me encontro, bateria no primeiro poste que aparecesse. Zarbruh está certo, eu sei disso.

Entramos ambos os corpos no carro, enquanto ele arrumava a marcha, eu me ajeitava no assento; deitei o banco o mais baixo que consegui, coloquei as pernas em cima do porta-luvas e deixei os braços por trás da cabeça, cruzando meus dedos ali.

Só queria que ela estivesse aqui agora, junto a mim, enquanto eu a abraço e faço cafuné em seu cabelo. Nailea não merece passar por isso, ela é tão boa e recebe em troca só coisas ruins. Queria a proteger de todo o mal possível, esconderia ela em meus braços e faria dela só minha. Cuidaria dela como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, porque de certa forma, ela é.

- Você está bem? - Troy pergunta mas eu ignoro, então ele entende pelo silêncio e volta a se concentrar no caminho.

Que resposta será que ele esperaria? Bem fisicamente? Minhas costas doem como se um caminhão tivesse passado por cima. Mentalmente? Isso não é algo que deveria entrar em questão, definitivamente estou destruído. Mas continuo vivo, tem gente que diz que isso é incrível e tenho sorte, não acho. É foda pensar que no mesmo momento que existe várias pessoas lutando pra viver, eu agora só queria levar um tiro. Ficar longe da Nailea me faz delirar.

- Chegamos. - Meu amigo para o carro e logo sai, me deixando sozinho.

Antes que eu faça o mesmo, abro o porta-luvas afim de procurar minha caixinha de remédios de emergência, não é difícil encontrar e então pego ela; vou precisar de todos os comprimidos.

𝐀𝐓𝐑𝐀𝐕É𝐒 𝐃𝐄 𝐕𝐎𝐂Ê 𝐌𝐄𝐒𝐌𝐎 - Vinnie Hacker e Nailea Devora. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora