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VINNIE HACKER

- OU SOLTA ISSO PORRA. - Grito tentando chamar atenção.

Um menino - provavelmente da minha idade - estava quase jogando um jarro de flores no chão.

- Qual seu problema? Isso quebra caralho. - Retiro o objeto de vidro das mãos dele.

- Foi mal aí, esquentadinho. - Reviro os olhos percebendo que ele está bêbado.

Agora são por volta das 4h da manhã, eu acho. A festa ainda está movimentada - não tanto como antes - e o barulho continua bem alto.

Avisto uma cabeça vermelha que me chama atenção ao meio de tantas luzes pisca-pisca, é o Troy usando bandana. Ele está de costas para mim e escorado em uma parede, vou até ele sem pensar duas vezes.

- Se você pegasse homem - Zarbruh está falando enquanto acaricia o rosto da nossa amiga - eu te pegaria fácil, gatinha.

Joalin está logo ao lado e de olhos arregalados, aposto que ela está tentando entender o que caralhos o Troy fala, porque nem eu consigo entender.

- Cala a boca. - Riley retira a mão que estava em seu rosto.

- Você bêbado é insuportável, cara. - Digo.

- Vinnie a quanto tempo você está aqui? - Zarbruh fala percebendo a minha presença.

- Tempo suficiente para saber que você tem que parar de beber.

- Ah qual é. - Ele reclama assim que puxo a garrafa de sua mão. - Ei, por que você está segurando um jarro de flor?

Eu nem lembrava que isso estava em meus braços e então solto rapidamente na primeira bancada que vejo pela frente. Assim que largo as flores, consigo ver um corpo deitado de um jeito atravessado no chão e forço a visão afim de descobrir quem era.

Uma garota com uma garrafa na mão, o máximo que eu consegui identificar.

- Já volto. - Falo no ouvido do Zarbruh e vou em direção ao corpo jogado no meio da sala.

"Nailea? Nailea Devora?" Penso. "Será que eu enxerguei direito?" Me sento ao lado do corpo.

- Meu deus. - Falo e ela se assusta. - Desde quando você bebe desse jeito Nailea?

Devora levanta o corpo e me olha por alguns breves segundos, parece que está tentando me reconhecer (?) não sei.

- Eu não bebo nunca na verdade. - Ela se deita novamente, mas dessa vez coloca sua cabeça em uma de minhas pernas se acomodando.

- Você já não bebeu demais?

- Sim. - Ela fala e logo da mais um gole em sua ice.

- Não deveria parar?

- Você acha que a culpa foi minha?

- Que? Culpa de beber demais?

- Não. - Nailea faz silêncio mas logo retorna sua fala. - Dela ter morrido.

"O que mesmo eu estou fazendo aqui?" Me pergunto rapidamente.

- Ein? Estou falando com você! - Me encara.

- Dela quem? Da pra ser mais específica, por favor?

- Minha avó. - Nailea vira o rosto para o lado.

- Não foi sua culpa. - Que tipo de resposta ela esperava?

- Ela morreu hoje, não, ontem, que horas são? Aí não importa. Tanto faz.

𝐀𝐓𝐑𝐀𝐕É𝐒 𝐃𝐄 𝐕𝐎𝐂Ê 𝐌𝐄𝐒𝐌𝐎 - Vinnie Hacker e Nailea Devora. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora