Prólogo Parte 1

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Verão, meio-dia, escuta-se um bater na porta.

- Tem alguém aí dentro? Eu vi os rastros! Se ainda estiver aí, me responda.


A pequena cabana começa a reproduzir irritantes ruídos de madeira velha. Se escutam passos largos e pesados vindo de dentro. A porta abre, e lá um homem alto, não muito velho, com barba média, forte, cansado, e com roupas de proteção de couro.

- Quem é, e de onde você veio?

- Desculpa atrapalhar o seu sono, mas estou sozinho. Eu venho da mais longa estrada, faz dias que não vejo uma cidade. Onde estamos?

- Aqui é Lainsbrite, e antes de fazer mais perguntas, eu não moro aqui. Você ainda não me respondeu!

- Claro, desculpa senhor. Meu nome é Eardwulf. Por gentileza, o senhor se incomodaria se eu me acomodasse aqui por alguns dias.


O homem da cabana encara o viajante Eardwulf com perseverança. Um rapaz não muito alto, está claramente com fome, não bebe água faz horas, certamente seu cantil está vazio. Parece que diz a verdade, está com os lábios brancos e muito magro, faz dias que não come. O homem da cabana ergue seu braço em direção a porta novamente, segurando-a.

- Então Eardwulf, eu me chamo Lockbert de Leonor. Eu sei que viver nas ruas sem proteção é difícil, ainda mais como um rapaz que nem você, claramente está precisando de ajuda, mas você ficou muito tempo exposto, não vejo proteção em seu rosto. Se você ainda preza pela sua vida, pense em definir o rumo sem prejudicar outra pessoa, se ainda houver. Continue seu caminho, aqui não tem nada pra você.


Lockbert bate à porta, e o rapaz desesperadamente começa a implorar, mas não consegue nada.

O BastiãoWhere stories live. Discover now