Primeira Barreira Quebrada

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Tóquio, Japão.

25 de julho de 2021

5h30 A.M (5 da tarde do dia 24 no Brasil).

Ana acordou com o despertador. Coçou os olhos e foi até o frigobar pegar uma água. Enquanto tomava água, viu uma mensagem do pai, a desejando bom dia e boa sorte, dizendo também que ligaria para ela poucas horas antes dela ir para as classificatórias. Minutos depois, ela percebeu que Alexa estava acordando também.
— Bom dia, meu anjo.
 
— Me dá a outra garrafa amiga?

— Claro, baby. — Ana respondeu sorrindo e logo depois a entregou a garrafa — Sabe... Eu gostei do Bruno.

— É o Bruno! — Alexa falou, como se fosse óbvio — O único defeito dele eram as mas influências de bolsominions na vida dele. Mas ele ainda meio distante deles, inclusive do Medina que tá aqui no Japão também.

— É, né? Será que foi só diferença de posicionamento político?

— Isso aí você pergunta à ele. — Alexa disse — Mas, na minha opinião, acho difícil ser só por isso.

— É, Eu também. Ele é bem ligado em família e amigos pra se afastar só por causa disso. — guardou o resto da água no frigobar e o fechou. Logo depois foi até sua mala e tirou uma roupa de treino. — Vou dar uma corridinha leve, quer vir?

— Eu vou correr, mas na esteira mesmo. Não tô tão afim de sair do prédio. — Alexa sorriu.

— Preguiçosa do cão, quem vê pensa que nem tá numa olimpíada. — Ana diz e ela riem juntas.

— Bom dia, gente — Rebeca falou, sonolenta.

— Bom dia, mascotinha. — Ana deu um beijo na testa. — A gente vai dar uma corridinha bem leve, cê quer vir?

— Valeu, Aninha, mas dispenso. O treino de ontem foi meio pesado. Meu treinador foi bem rígido.

— A Helena não cobra muito, sabe que sou responsável e dedicada, mas eu também peguei meio pesado, por isso vou tirar o resto do dia, depois dessa corrida, de descanso.

— Mas fala aí... O poste bonitão já deu notícias?

— Eu acabei de acordar, piranha, e pelo amor de Deus: são cinco da manhã.

— E o cu? — Alexa diz e ri alto junto com Rebeca — Ele é atleta, já deve estar correndo hora dessa também.

— Vocês são insuportáveis. — as três riram.

Ana se arrumou, colocando uma roupa de treino e pegou o celular e fone de ouvido. Assim que ela saiu, olhou para o local e traçou uma boa rota para um corrida básica.

Enquanto corria, lembrou de tudo que passou para chegar ali. Por muito tempo, o bolsa atleta a sustentou e quando não foi isso foi a treinadora búlgara. Helena foi uma mãe, quando ela não tinha uma. Era doloroso lembrar disso. Ela já estava acostumada, mas não deixava de ser doído. Era cortante lembrar da falta de incentivo, falta de apoio, amor e da ausência da mãe. De corpo ela sempre esteve presente, mas era muito mais complicado do que parecia.

Flashback On:

— A ginástica é tudo pra mim, foi a única coisa que me manteve de pé quando você fodeu o meu psicológico.

— Não fala palavrão, sua vadia. — Lúcia grita, não ligando para os olhos marejados de Ana. — Acha que fiz isso por que? Por que tirei seu celular? Por que não deixo suas amiguinhas falsas virem aqui? Por que disse que você era uma criança burra se acha que tá pronta pra namorar? Eu não sou sua amiguinha, garota. Éu sou sua mãe, eu posso fazer isso.

Cada Batida do Coração - Bruno RezendeOù les histoires vivent. Découvrez maintenant