Our Problem • SanGi •

02

-Ah, ali estão eles. -Seonghwa diz com um sorriso.

Olho para trás, vendo Mingi e Yunho vindo juntos. Tento não revirar os olhos e forço um sorriso para Mingi quando eles chegam.

-Vamos? -Yunho diz e todos assentem.

-Ah, vocês três podem ir juntos? Só cabem cinco pessoas dentro do carro. -Seonghwa diz e Yunho assente.

-Wooyoung, você não quer trocar comigo? -pergunto e ele nega com um sorrisinho.

-Vamos, eu nem sou tão insuportável assim huh? -Yunho passa o braço pelo meu ombro e caminhamos juntos até o carro.

Claro que ele não é insuportável, o amiguinho dele é. Onde já se viu? Depois de tudo que ele fez ainda querer que eu fale com ele como se nada tivesse acontecido.

Balanço a cabeça para não pensar demais, tentando não ficar irritado com os dois rindo um para o outro no caminho para a boate. Olho para a janela, admirando as luzes da cidade. O carro para em frente ao que parece ser um bar, desço do carro e acompanho todos até a entrada.

-O que você quis dizer aquela hora? -Mingi sussurra no meu ouvido e eu olho para ele.

-Por favor, não fala comigo enquanto estivermos aqui. -entro para dentro quando o segurança confirma meu nome, pedindo as forçar do universo para que ele ignore minha existência não só hoje mas para sempre.

Todo mundo se senta em uma mesa, e, como se a noite já não estivesse insuportável, ele se senta de frente para mim. Fingindo que não vi eu pego um copo e encho de uma bebida que não sei o que é, Jongho odeia álcool então vou me aproveitar disso para tentar esquecer que me encontrei com Mingi hoje.

Viro o líquido do copo de uma vez, sentindo ele queimar em minha garganta. Encho o copo outra vez, virando o líquido escuro como água. A queimação em minha garganta é gostosa, faz a dor sair de onde está mesmo que por ilusórios dois segundos. Encho o copo outra vez, sem conseguir tirar os olhos dele.

Porque ele não está falando nada? Ele ri do que os meninos estão falando e as vezes faz algum comentário mas não fala comigo ou sequer olha para mim. Respiro fundo e pego a garrafa, andando pela boate, na intenção de esquecer que ele está aqui por um tempo.

Eu sou um idiota por querer que ele fala comigo quando eu disse para ele não falar.

Enquanto caminho por toda a boate a procura de algum entretenimento a bebida acaba, balanço a cabeça e me sento em um banquinho na espera de que o barman adivinhe o que eu quero.

-Deseja alguma coisa? -ele pergunta vindo até mim e eu assinto, já sentindo o álcool fazer efeito.

-O mais forte que você tiver. -ele dá uma risadinha e se vira, pegando um copo- Não precisa do copo, pode ser a garrafa toda. -ele me olha surpreso mas não questiona.

É o mesmo que eu estava bebendo há alguns segundos, agradeço com um aceno de cabeça quando ele abre a garrafa e me levanto. Minha visão está embaçada e a música abafada, tudo o que eu consigo pensar e ver é a garrafa a minha frente.

Sem pensar muito eu vou para onde todos estão dançando, me enfiando no meio dos corpos suados. Alguém me abraça por trás, colocando a mão na minha cintura mas eu não me importo muito e continuo curtindo a música, permitindo que um pouco de alegria tome conta do meu corpo.

Tomo um gole longo da bebida até então desconhecida, já não queima tanto como da primeira vez. A música parece estar mais alta e a pessoa continua dançando agarrada a mim, me viro para trás afim de ver o rosto de quem está dançando tão perto de mim.