𝐇𝐈𝐒 𝐃𝐀𝐑𝐊 𝐋𝐀𝐃𝐘//𝐓𝐎𝐌 𝐑𝐈𝐃𝐃𝐋𝐄

𝐃𝐞𝐳...

FINALMENTE, foi o dia em que Athena retornaria a Hogwarts.

Ela fez as malas apressadamente e se vestiu, certificando-se de usar uma camisa de manga comprida;  para cobrir suas cicatrizes.Assim que terminou de se preparar, ela desceu as escadas e foi até a porta, sem se preocupar em tomar o café da manhã primeiro.
Vendo que sua mãe não estava em lugar nenhum, ela imaginou que apenas aparataria.

Quando a bruxa começou a amarrar as botas, ela ouviu o clique de saltos batendo no chão de ladrilhos.Sua mãe tropeçou no foyer, bêbada como sempre.
Felizmente ela parecia não se importar com sua filha até que o que parecia ser do nada, ela puxou sua varinha e lançou um feitiço nela.
Felizmente, Athena conseguiu bloqueá-lo bem a tempo.

"Que diabos?" O arrependimento depois de dizer essas palavras foi quase instantâneo.

"Como você se atreve a me responder, Crucio", a mulher gargalhou e, segundos depois, Athena se viu no chão, com dor sendo a única coisa que podia sentir.

Ela lutou contra a maldição para levantar a mão, mas foi capaz de lutar contra o feitiço por tempo suficiente para mandar a varina de sua mãe pra longe.
A varinha que sua mãe estava segurando estava agora do outro lado da sala, e a maldição havia sido suspensa, felizmente, a Sra. Rhodes não estava familiarizada com magia sem varinha.

Athena usou os poucos segundos que tinha enquanto sua mãe corria para sua varinha para agarrar sua mala e aparatar.
As regras do Ministério proibiam qualquer bruxa ou feiticeiro com menos de dezessete anos de aparatar, porém, naquele momento, isso era a coisa mais distante de sua mente.

O trem estava prestes a partir quando ela pousou no meio de um dos corredores.
Sem nem prestar atenção em quem estava ao seu redor, ela abriu o primeiro compartimento que viu, e para sua sorte, dois meninos sonserinos estavam sentados lá.

"Merlin Athena, você está horrível." Abraxas deixou escapar enquanto a observava entrar no compartimento.
Suas pálpebras ficaram pesadas e seu mundo ficou preto.

"Athena, Athena!" Finalmente, ela acordou.

Esfregando os olhos, ela deu uma olhada ao redor da sala, bem ao lado dela estava Abraxas, e a poucos metros de distância Tom andava de um lado para o outro, seus longos passos parando quando ele percebeu sua consciência.Ela se sentia cansada e Malfoy a deixou descansar a cabeça em seu ombro.

"Você está se sentindo bem?" Tom perguntou, passando a mão sobre os olhos.
A resposta foi clara, mas ele ainda sentia que precisava perguntar.

Ela abriu a boca para responder, mas quase imediatamente a fechou.
Ela não podia contar a nenhum dos dois a verdade, ela não queria.
O silêncio de Athena só preocupou mais os meninos.

"Athena?"  Abraxas disse, esperando obter algum tipo de reação.

Enquanto estudava a garota, Tom percebeu a única lágrima que caiu dos olhos dela.
"Abraxas saia."  Ele pediu.

"Mas-"

"Vá embora", Tom repetiu.
Depois que Abraxas foi embora, seu olhar voltou para Athena.

Círculos escuros descansaram sob seus olhos, tornando evidente que ela não dormia há dias.

Ele se ajoelhou na frente dela, levantando as mãos para segurar seu rosto."
Querida, o que aconteceu?"

Tom nunca a tinha visto assim antes. Ele nunca a tinha visto tão ... quebrada.

"Eu - eu preciso que você me dê algo."  Ela finalmente disse.

Tom ouviu atentamente enquanto ela descrevia o objeto, correndo para seu dormitório no segundo em que ela parou de falar.
Ele bateu algumas vezes antes de abrir, Violet olhou para ele interrogativamente.

"Tom, como posso ajudá-lo?"

Ele rapidamente explicou a ela o que estava procurando.
Era uma coisa boa ela estar familiarizada com a pequena bolsa de veludo da qual ele havia retransmitido a aparência.
No segundo em que ela entregou a bolsa a ele, ele correu de volta para a Sala Precisa.

Quando ele voltou, Tom percebeu que ela havia se movido.Ela agora estava andando de um lado para o outro - exatamente como Tom estivera minutos antes -, mas seus movimentos eram lentos, fazendo-o se perguntar o que diabos tinha acontecido para fazê-la ficar assim.

"Obrigado, Tom."  Athena sorriu fracamente, tirando a sacola de suas mãos.

Ela se virou deixando as costas para encará-lo.
A bruxa não disse uma palavra enquanto segurava a bainha de seu suéter e o puxava pela cabeça, a não ser o estremecimento silencioso que escapou de seus lábios.
Ele parcialmente esperava que ela lhe dissesse para se virar, mas ela não fez isso.

Os olhos do bruxo se arregalaram quando percebeu as marcas que cobriam seus braços, não havia uma mancha clara de pele.Tom respirou fundo quando ela puxou o cabelo dos ombros, deixando as costas completamente nuas, exceto pela fina alça do sutiã.
Se ele achava que seus braços pareciam ruins, suas costas estavam piores.

Havia dezenas, talvez centenas de cicatrizes, todos de tamanhos diferentes.
Sua pele estava pintada com linhas brancas, memórias de seu passado.
Tom se perguntou como ele não os tinha visto antes, ela deve ter usado um feitiço de cobertura.

Athena abriu o frasco que estava na bolsa e despejou o conteúdo em seu braço, suspirando de alívio quando a dor desapareceu.
Foi só quando Tom disse seu nome que ela percebeu que não estava sozinha.
Não adiantava mentir, ela diria a ele.

Ela colocou o suéter de volta e sentou-se no sofá, esperando que ele perguntasse o que ela sabia que ele faria.

"Alguém fez isso com você?"  Tom perguntou baixinho, ainda perturbado com o que acabara de ver.

Levantando o olhar do fogo, seus olhos encontraram os dele. 

 "Sim."

Ele queria matar a pessoa responsável por causar sua dor.

"Quem?"

Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto ela olhava para as chamas, "minha mãe".

Tom ficou chocado, era difícil entender o fato de sua mãe ter feito isso.
Como alguém podia ser tão cruel com seu próprio filho o deixava perplexo.
O rosto de Athena estava em branco, dominado por qualquer emoção enquanto ela olhava para a frente.
Ele não pôde deixar de sentir a necessidade de confortá-la, ele não era o melhor nisso, mas tentaria, por ela.

"Eu preciso te contar uma coisa."  Ela disse enquanto Tom se sentava ao lado dela.
E, finalmente, ela contou tudo a ele, cada tapa, cada hematoma, cada maldição.

Tudo...

"Eu prometo a você, Athena, um dia, vamos fazê-la pagar.