Problemas Esclarecidos?

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Cheryl.

Senti meu coração falhar com a voz de papa preenchendo a sala, o fitei em silêncio por alguns segundos analisando sua expressão, perdida em meus pensamentos.

Ele quer conversar? Depois de não sei quanto tempo, ele simplesmente surge do nada pra isso? Será que ele sabe sobre Toni? Ele vai querer me matar e esconder o corpo no quintal?

- Cheryl! (Chamou ele pela segunda vez, caminhando para o escritório).

Balancei minha cabeça tentando acordar dos pensamentos e respirei fundo antes de seguir papa. Deixei meu vestido e meus sapatos no sofá e caminhei sem pressa em sua direção.

Passei pela porta e a fechei, me acomodando logo depois, na cadeira em frente à sua mesa.

Fitei papa que estava sentado em sua cadeira me encarando com uma expressão nada boa. Ele respirou fundo e continuou com o silêncio perturbador.

Me arrumei na cadeira e olhei no relógio tentando mostrar que estava esperando ele começar.

...

- Eu tinha um assunto diferente pra tratar com você, mas antes quero saber onde você passou a noite? (Disse ele com a voz firme).

Molhei os lábios tentando decidir, se dizia a verdade ou não, pensei demais e fui interrompida pela voz dele outra vez.

- Não venha me dizer que a festa durou até agora Cheryl, me diz com quem você passou a noite? Tristan fez alguma coisa? (Questionou com um início de chama em seus olhos).

Franzi o cenho confusa e fitei papa por alguns segundos.

- Tristan? (Perguntei sem entender).

Por que todo mundo resolveu invocar que fui com Tristan na festa? Até parece que perderia meu tempo com aquele idiota.

- Sim, ele veio me pedir permissão para te levar, eu concedi, mas não imaginei que fosse pela madrugada toda. (Disse subindo o tom).

- Calma papa, nem fui com ele ao baile. (Falei e revirei os olhos) não suporto aquele garoto.

Papa se levantou e balançou a cabeça irritado.

- Não venha me pedir calma Cheryl, como você acha que me sinto ao ver você chegando esse horário em casa e nem tendo a consideração de pedir autorização para dormir fora????? (Disse ele com a cara fechada).

Abri a boca surpresa, logo depois fechei o cenho e me levantei.

- Como você esperava que eu pedisse autorização? Marcando um horário na sua agenda com sua assistente? (Debochei com um olhar incrédulo).

Ele me fitou e chegou perto.

- Você sabe que sempre vou arrumar um tempo pra você. Basta me pedir! (Comentou irritado).

- Pedir? Pra ouvir você me dizendo: "Tempo é dinheiro Cheryl, não me faça perder o meu" (Falei imitando sua voz).

Papa me olhou assustado e baixou o olhar pensativo. Ele se afastou e caminhou próximo da janela.

- Eu te disse isso? (Perguntou sem me fitar).

Senti meus olhos marejar e engoli o nó que se formou em minha garganta.

- Disse! (Respondi com a voz embargada).

Papa ficou em silêncio por alguns minutos, logo se virou em minha direção com um olhar triste.

- Quando foi a última vez que falei com você Cheryl? (Perguntou com a voz trêmula).

O fitei por alguns segundos, logo baixei a cabeça e deixei algumas lágrimas cair. Eu mal consigo me lembrar de nossa última conversa decente.

A Princesa e a PlebeiaWhere stories live. Discover now