𝐋𝐚𝐭𝐞𝐫 𝐒𝐭𝐨𝐫𝐢𝐞𝐬 - 𝐏𝐚𝐲𝐭𝐨𝐧 𝐌𝐨𝐨𝐫𝐦𝐞𝐢𝐞𝐫

Capítulo 13

Em toda a minha vida, eu me encontrei em diversas situações em que pessoas faziam, diziam ou agiam de alguma maneira fora do normal, ou ao menos de alguma forma que fosse além do meu significado de normalidade. O bairro em que cresci era cheio de loucos que eram capazes de colocar fogo em seus próprios parentes por acidente durante noites de bebedeira; ou então mulheres que gritavam com seus maridos por eles terem apenas trocado duas ou três palavras com a mulher que opera o caixa do supermercado ao pagar as compras, também já testemunhei loucuras que, de uma forma ou outra, faziam mais o bem do que o mal para quem fosse atingido por elas. Mas, dentre tantas pessoas loucas que conheci, nenhuma poderia ser comprada a Payton. Ele conseguiu alcançar o impossível e quebrar as barreiras do que alguma vez eu poderia considerar estranho e louco.

Ao ouvir as palavras do rapaz de olhos castanhos, fiquei totalmente perplexa e sem saber como reagir. Ele é com toda a certeza a pessoa mais maluca e sem noção que alguma vez já conheci, capaz de fazer as coisas mais inesperadas e mais sem sentido que alguém poderia imaginar. Payton realmente foi capaz de tirar alguém que considera como amigo de um encontro para poder assumir seu lugar, como se fosse a coisa mais normal em se fazer. Ele foi capaz de comer a salada de Anthony e beber o que havia sobrado em seu copo, chamando o garçom e fazendo um novo pedido, enquanto eu continuava a encará-lo boquiaberta. Payton pediu bebidas aleatórias para nós dois, como se eu estivesse concordando com toda a sua ideia maluca de ter um encontro com ele.

"Você só pode estar louco." Comentei depois de um bom tempo refletindo sobre a infame loucura de Payton. "Como você pode ter a coragem de tirar alguém que diz que é seu amigo e mandar para algo desnecessário relacionado com o trabalho, só para ter um encontro comigo?" Questionei em choque, encarando o rapaz de olhos castanhos enquanto ele degustava de algum drinque caro que o Friday's costumava preparar às vezes.

Ele fingiu que não ouviu minha pergunta e continuou a desfrutar se sua refeição numa boa, como se nada nem ninguém pudesse interromper seu momento de lazer. Irritada com a situação, eu acabei chutando a canela de Payton por baixo da mesma, com o propósito de conseguir sua atenção para alerta-lo sobre o erro de estar fazendo o que faz no momento. Fiz questão de exagerar na força do meu pé e atingir sua canela em cheio, e ainda abri um sorriso satisfeito ao ver a dor que causei ao rapaz, que resmungava de dor enquanto me encarava sem entender minhas intenções em fazer o que fiz, acariciando o lugar onde eu havia chutado à medida que xingava em um baixo, quase não possível de se ouvir.

"Por que fez isso?" Ele perguntou depois de tanto reclamar de dor para si mesmo, o que foi certamente exagerado, já que eu apenas chutei sua canela e não outras partes mais sensíveis de seu corpo. "Isso foi totalmente desnecessário, Megan." Comentou, encarando a minha pessoa totalmente confuso depois do meu ato.

"Tão desnecessário quanto tirar o seu amigo de um encontro por um motivo fútil e mentir para assumir o lugar dele?" Retruquei, inclinando minha cabeça e fixando meu olhar em Payton, que parecia não saber o que dizer em resposta enquanto degustava de sua bebida com toda a calma e tranquilidade, como se o tempo não importasse naquele momento. "Escute, eu não vou ficar aqui com você como se nada estivesse acontecendo, se é o que pensa. Você só pode ter ficado louco para fazer o que fez e ainda continuar numa boa, como se nada o incomodasse."

"Acha que eu sou louco, Megan?" Ele questionou usando seu típico e totalmente irritante tom de ironia, encarando-me fixamente enquanto levava sua bebida à boca, esperando que eu respondesse para certamente retrucar qualquer coisa que eu venha a dizer.

"Bem, você me contratou para contar histórias sobre sexo e sadismo para você todas as noites, e essas tais histórias são escritas por você mesmo. Se intrometeu e tirou seu amigo e assistente de um encontro usando uma mentira só para substituí-lo, quando poderia ter somente e facilmente conversado comigo e me chamado para sair no dia que nos conhecemos, como qualquer outra pessoa normal costuma fazer." Retruquei, deixando o rapaz a minha frente totalmente sem jeito.