CAP. 3 - A UMA CERCA DE DISTÂNCIA

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Assim que saímos da sala para o intervalo me deu uma enorme vontade de ir ao banheiro, fui até o corredor dos banheiros e entrei, de primeira parecia vazio e só tinha 1 pessoa que estava dentro de uma cabine, fui até a que tinha ao lado e fiz oque eu precisava fazer, assim que sai e estava indo em direção a pia para lavar as minhas mãos, dou de cara com o Bruno, devia ser ele quem estava usando a outra cabine.

— Tá de brincadeira nao está? O que foi? Tá me seguindo? - ele diz fechando a cara na hora em que me vê.

— Eu só estava usando o banheiro cara! - eu disse sem entender onde ele queria chegar.

Ata e eu só vim aqui ler um livro! - ele diz sendo irônico.

Okay, eu não ia arrumar confusão no meu primeiro dia de aula, na entrada foi erro meu, mas agora ele já está passando dos limites.

— Qual foi cara? 'cê' está tão incomodado comigo porque? Que caralho eu fiz pra você? - eu disse já perdendo a minha paciência.

— Não interessa poha! Não fui com a sua cara e acabou, se tá tão ruim some daqui! - ele diz nervoso.

— Quer saber de uma coisa? Eu estudo aqui agora e você vai ter que me aguentar até o ano acabar! Você pode fazer oque quiser com quem quiser, mas comigo não funciona assim! - digo, termino de lavar a minha mão e saio de lá o deixando sozinho.

Eu sou muito calmo, mas não sou Otário, se ele acha que pode fazer oque bem entender comigo e eu vou deixar passar ele esta muito enganado.

Assim que eu sai do banheiro, fui em direção ao refeitório e comi uma maçã, não estava com tanta fome, o intervalo acabou e voltamos para a sala, como não pode mudar o lugar durante o ano todo, o Bruno foi obrigado a se sentar ao meu lado novamente, e de novo nós nem nos olhamos.

O resto da manhã foi um saco, e logo deu o horário de ir para a casa, peguei meu material de cima da mesa e saí da sala, já no corredor coloquei tudo dentro do armário e só deixei meu caderno, estojo e um caderno de desenho dentro da mochila, sai pela porta da escola e fui até o estacionamento para pegar o ônibus que me levaria até em casa.

Em questão de uns 2 minutos, eu acho e me sento no fundo, e quando eu achei que estava livre do insuportável do Bruno, ele entra e se senta na frente, acho que não deve ter me visto, bom, com certeza ele não me viu, afinal estava com um sorriso no rosto e toda vez que ele olha para mim, seu rosto fecha na hora.

Ele estava rindo e conversando com alguns meninos que estavam sentados ao seu redor, ele parece ser o tipo de cara que todo mundo quer estar perto, o famigerado famosinho babaca.

Fico no meu canto ouvindo música nos fones o caminho todo, até que chega no meu ponto e eu desço, sigo caminhando até que sinto alguém atrás de mim, me viro discretamente para olhar e adivinhem?

Bruno estava caminhando logo atrás de mim, espero que ele não me veja aqui, não estou afim de ter outro daquele papo com ele. Durante o meu rápido olhar, ele levanta a cabeça e me vê em sua frente, me viro novamente e continuo com o meu caminho.

Chego em frente a minha casa e olho para trás, não vejo mais ninguém, Graças a Deus que ele não é meu vizinho, imagina só ter que conviver sabendo que aquele cara insuportável é meu vizinho e ainda ter que aturar ele na escola e dentro do ônibus? Não quero nem imaginar.

Minha casa é de condomínio, então é daquele estilo de casa norte americana, que os vizinhos dividem o mesmo quintal, apenas separados por uma cerca de madeira baixa, abro o portão e entro para dentro de casa, subo para o meu quarto e troco de roupas.

Decido me refrescar um pouco, já que o dia esquentou muito e do nada, desde que eu cheguei ontem eu ainda não fui para o meu quintal, só sei que tem uma piscina porque a minha mãe me disse ontem, coloco minha sunga branca.

Olho para mim mesmo no espelho e não me reconheço, antes eu era uma criança comum e hoje não consigo nem se quer usar uma merda de uma sunga sem me odiar por completo, sinto meus olhos marejarem e saio da frente do espelho, visto um short fino e uma camiseta.

💭Quem é você? E o que fez com aquela criança alegre e feliz que eu era?

Desço e saio pela porta de vidro na cozinha, que dá acesso a parte de trás da casa, vou em direção a uma daquelas cadeiras que você deita na beira da piscina e me deito nela, fico olhando para o céu e pensando sobre a minha vida e onde foi que eu me perdi.

Decido me levantar antes que eu comece a chorar agora, e eu não posso me dar ao luxo de ter uma crise de ansiedade aqui e muito menos agora! Vou em direção a piscina e dou um pulo nela, a água estava uma Delícia e se eu pudesse ficava o dia todo aqui dentro.

Ouço um barulho na casa de trás e me viro para olhar, vejo o Bruno olhando para mim, saio da piscina e coloco uma toalha ao redor do meu corpo, não acredito que além de ter que aturar esse cara insuportável na escola eu também vou ter que aguentar ele como meu vizinho de quintal!

Ele desta vez não estava de cara fechada, estava estranhamente com um sorriso no rosto, e sim ele tinha me visto, talvez fosse só mal humor que ele estivesse hoje mais cedo, mas não me importa ele foi um babaca comigo e eu não vou me submeter a isso!

Volto para dentro da minha casa e vou até a cozinha procurar algo para comer, não tomei café e nem almocei no colégio, estou morrendo de fome. Vou até a geladeira e pego a garrafa de refrigerante, encho um copo e sigo até o armário, encontro lá um pacote de bolacha recheada e deixo em cima da mesa.

Sigo até o meu quarto, me seco e coloco uma outra roupa, desço novamente, pego meu lanche e vou até a sala ver um filme, eu sou apaixonado em Harry Potter, então coloco e fico ali mesmo comendo e vendo filme, quando percebo já são 18h, e ouço o som do carro da minha mãe entrando na garagem.

— Olha só quem chegou! - digo vendo ela entrar pela porta.

— Pois é, e olha só quem está comendo bolacha antes do jantar! - minha mãe é dessas que não te deixa comer besteiras antes do jantar.

— Querida! Este foi o meu almoço! - digo sendo debochado.

— Comida que é bom nada não é? - ela diz me repreendendo.

Aah, sabe como é né? - digo fazendo cara de sonso.

Ela foi em direção a cozinha e colocou as sacolas de mercado em cima da mesa, e eu já sabia que era eu quem teria que guardar.

— Vou subir tomar um banho, guarda as compras para a mamãe! - ela diz saindo sem me deixar responder.

Ela sempre faz isso porque sabe que se me deixar responder, eu vou dizer não, então ela nem pergunta mais, ela fala e sai andando. Vou até a cozinha e começo a guardar as coisas, logo depois eu volto para a sala e continuo meu filme.

Minha mãe fez o jantar, comemos e depois ela ficou vendo novela na sala enquanto eu fui para o meu quarto fazer minhas atividades de escola! Levou mais ou menos uns 30 min até eu acabar de fazer, depois eu fiquei deitado na minha cama usando o celular e ouvindo músicas.

Decido abrir o aplicativo do Facebook, é difícil eu usar esse app, prefiro mais o Twitter, fico olhando as postagens e abro sem querer as solicitações de amizade, normalmente não tem nada de interessante, mas dessa vez apareceu lá.

👤Solicitação de amizade de: Bruno Alves!

Achei estranho, o cara diz não gostar de mim e do nada me manda uma solicitação de amizade na rede social! Isso é no mínimo duvidoso. Decido não aceitar, mas abro o perfil dele e fico olhando as publicações, só sabe falar sobre futebol e série!

Saio do perfil dele e vou fazer outras coisas, gosto de ficar desenhando em um desses apps de desenho digital, eu sou bom? Não, mas gosto mesmo assim! Em meio a essas coisas acabo por pegar no sono.

Se estiver gostando, deixa seu voto... 😁

AQUELE CARA! ( ROMANCE GAY ) Where stories live. Discover now