Lauren
Normani entrou no meu quarto, segurando o jornal.
- Uma pergunta - começou ela, se aproximando da minha cama com o dedo indicador no ar. - Quantos anos você tinha quando começou a comer a Camila? Porque, por essas fotografias aqui, tenho certeza de que é isso que está acontecendo.
Se ela não estivesse olhando para baixo, para a foto em que eu aparecia beijando Camila, talvez tivesse visto meu punho se aproximando antes de entrar em contato com o seu olho esquerdo.
- Jesus Cristo! Por que você fez isso? - perguntou ela, caído no chão, onde estava estatelado, com a mão no olho.
- Essa é a primeira coisa que você me diz depois de três anos e meio?
Ela se sentou, com o olho começando a inchar.
- Porra, Jauregui. Doeu à beça.
Saí da cama e estendi a mão para ela. Ela a agarrou e o levantei do chão.
- Nunca mais fale algo assim sobre ela, ok?
- Lauren? - Minha mãe estava de pé na porta. Ela notou que Normani estava com a mão no olho. - Está tudo bem?
- Tudo bem, mãe.
- É, tudo bem, Clara - confirmou Normani.
Minha mãe olhou para nós, mas não perguntou o que tinha acontecido.
- O que você quer comer, Lauren?
- Qualquer coisa, mãe.
Depois que ela saiu, Mani disse:
- Então você está, tipo, apaixonada ou coisa parecida?
- Estou.
- Ela ama você?
- Ela diz que ama.
- Sua mãe sabe?
- Sabe.
- Ela pirou?
- Ainda não.
- Bom, estou feliz por você ter voltado, Laur. - Normani me deu um abraço esquisito. - Realmente fiquei muito mal quando me disseram que você tinha morrido. - Ela olhou para o chão. - Fiz um discurso no seu funeral.
- Você fez isso?
Ela confirmou.
Normani quase não conseguia ficar de pé na frente de todo mundo, na aula de discurso. Eu não conseguia imaginá-la se dirigindo às pessoas no meu funeral. Talvez eu não devesse ter dado um soco nela.
- Isso foi legal da sua parte, Mani.
- É, bem, fez sua mãe ficar feliz.
Minha mãe me preparou um cheeseburguer e batatas fritas, e Mani ficou sentada do meu lado enquanto eu comia. Meus pais vieram me abraçar umas duas vezes, e minha mãe me deu um beijo. Normani provavelmente queria fazer um comentário espirituoso, mas manteve o gelo no olho e a boca fechada. Chris e Taylor ficaram na mesa por um tempo, me contando sobre a escola e os amigos.
Matei o resto da minha Coca-Cola.
- Só consegui hora com o Dr. Sanderson amanhã. Achei que eles poderiam encaixar você, mas parece que estão com a agenda cheia.
- Tudo bem, mãe. Já esperei tanto. Um dia a mais não vai fazer diferença.
Ela secou as mãos em uma toalha e sorriu para mim.
- Quer comer mais alguma coisa?
- Não, obrigado. Já estou cheia.
- Vou marcar cabeleireira e dentista para você.
Minha mãe apagou a chama do fogão e saiu para dar os telefonemas.
- Então, você está trabalhando ou coisa parecida? - perguntei a Mani. - Nossa, já é quase meio-dia.
- Estou na universidade. Mas agora estou de férias.
- Você entrou para a universidade? Qual?
- Universidade de Iowa. Estou no segundo ano. Você tem que me visitar. E você? O que vai fazer?
- Prometi a Camila que faria uma prova. Depois disso, não tenho ideia.
- Você vai continuar a ver a Camila?
- Vou. Já estou com saudades. Acordei ao lado dela durante os últimos três anos e meio.
- Se eu fizer outra pergunta, você pode não me bater, por favor?
- Depende da pergunta.
- Como é estar com a Camila? É verdade o que dizem sobre as coroas gatas?
- Ela não é tão mais velha assim.
- Hum, tudo bem. Mas, de qualquer modo, como é?
- É incrível.
- E o que ela faz?
- Ela faz de tudo, Mani.
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On The Island
FanfictionUma ilha deserta e ensolarada, com vegetação luxuriante e banhada por um mar cristalino pode ser o cenário de um sonho. Ou de um pesadelo... Camila é uma professora de inglês de 30 anos desesperada por aventura. Cansada do inverno rigoroso de Chicag...