Capítulo 49 - Mani.

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Lauren

Normani entrou no meu quarto, segurando o jornal.

- Uma pergunta - começou ela, se aproximando da minha cama com o dedo indicador no ar. - Quantos anos você tinha quando começou a comer a Camila? Porque, por essas fotografias aqui, tenho certeza de que é isso que está acontecendo.

Se ela não estivesse olhando para baixo, para a foto em que eu aparecia beijando Camila, talvez tivesse visto meu punho se aproximando antes de entrar em contato com o seu olho esquerdo.

- Jesus Cristo! Por que você fez isso? - perguntou ela, caído no chão, onde estava estatelado, com a mão no olho.

- Essa é a primeira coisa que você me diz depois de três anos e meio?

Ela se sentou, com o olho começando a inchar.

- Porra, Jauregui. Doeu à beça.

Saí da cama e estendi a mão para ela. Ela a agarrou e o levantei do chão.

- Nunca mais fale algo assim sobre ela, ok?

- Lauren? - Minha mãe estava de pé na porta. Ela notou que Normani estava com a mão no olho. - Está tudo bem?

- Tudo bem, mãe.

- É, tudo bem, Clara - confirmou Normani.

Minha mãe olhou para nós, mas não perguntou o que tinha acontecido.

- O que você quer comer, Lauren?

- Qualquer coisa, mãe.

Depois que ela saiu, Mani disse:

- Então você está, tipo, apaixonada ou coisa parecida?

- Estou.

- Ela ama você?

- Ela diz que ama.

- Sua mãe sabe?

- Sabe.

- Ela pirou?

- Ainda não.

- Bom, estou feliz por você ter voltado, Laur. - Normani me deu um abraço esquisito. - Realmente fiquei muito mal quando me disseram que você tinha morrido. - Ela olhou para o chão. - Fiz um discurso no seu funeral.

- Você fez isso?

Ela confirmou.

Normani quase não conseguia ficar de pé na frente de todo mundo, na aula de discurso. Eu não conseguia imaginá-la se dirigindo às pessoas no meu funeral. Talvez eu não devesse ter dado um soco nela.

- Isso foi legal da sua parte, Mani.

- É, bem, fez sua mãe ficar feliz.

Minha mãe me preparou um cheeseburguer e batatas fritas, e Mani ficou sentada do meu lado enquanto eu comia. Meus pais vieram me abraçar umas duas vezes, e minha mãe me deu um beijo. Normani provavelmente queria fazer um comentário espirituoso, mas manteve o gelo no olho e a boca fechada. Chris e Taylor ficaram na mesa por um tempo, me contando sobre a escola e os amigos.

Matei o resto da minha Coca-Cola.

- Só consegui hora com o Dr. Sanderson amanhã. Achei que eles poderiam encaixar você, mas parece que estão com a agenda cheia.

- Tudo bem, mãe. Já esperei tanto. Um dia a mais não vai fazer diferença.

Ela secou as mãos em uma toalha e sorriu para mim.

- Quer comer mais alguma coisa?

- Não, obrigado. Já estou cheia.

- Vou marcar cabeleireira e dentista para você.

Minha mãe apagou a chama do fogão e saiu para dar os telefonemas.

- Então, você está trabalhando ou coisa parecida? - perguntei a Mani. - Nossa, já é quase meio-dia.

- Estou na universidade. Mas agora estou de férias.

- Você entrou para a universidade? Qual?

- Universidade de Iowa. Estou no segundo ano. Você tem que me visitar. E você? O que vai fazer?

- Prometi a Camila que faria uma prova. Depois disso, não tenho ideia.

- Você vai continuar a ver a Camila?

- Vou. Já estou com saudades. Acordei ao lado dela durante os últimos três anos e meio.

- Se eu fizer outra pergunta, você pode não me bater, por favor?

- Depende da pergunta.

- Como é estar com a Camila? É verdade o que dizem sobre as coroas gatas?

- Ela não é tão mais velha assim.

- Hum, tudo bem. Mas, de qualquer modo, como é?

- É incrível.

- E o que ela faz?

- Ela faz de tudo, Mani.

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