Capítulo 9 - Jimmy Buffett.

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Lauren

Acordei com uma ereção.

Acontecia com frequência, e eu não tinha muito controle sobre isso. Agora que não estávamos mais quase mortas, meu corpo devia ter decidido que todo o meu organismo estava funcionando bem. Dormir tão perto de uma garota, principalmente uma como Camila, certamente ia garantir que eu acordasse dura.

Ela estava deitada de lado, virada para mim, ainda dormindo. Os cortes no rosto estavam sarando e, para a sorte dela, nenhum parecia profundo o suficiente para deixar uma cicatriz. Ela havia se livrado do cobertor em algum momento durante a noite, e eu acabei olhando para as pernas dela, o que era uma coisa errada considerando o que estava acontecendo dentro do meu short naquele momento. Se ela abrisse os olhos, me pegaria olhando para ela, então me arrastei para fora do bote e pensei em geometria até que minha ereção passasse.

Camila acordou dez minutos depois. Comemos coco e fruta-pão de café da manhã, e depois escovei os dentes, enxaguando com água da chuva.

— Aqui. — falei, entregando a escova e a pasta de dentes para ela.

— Obrigada. — Camila colocou pasta na escova e escovou os dentes.

— Talvez haja outro avião hoje — refleti.

— Talvez — disse Camila.

Mas ela não olhou para mim enquanto falava.

— Quero dar mais uma olhada por aí. Ver o que mais tem nesta ilha.

— Temos que ter cuidado — alertou ela. — Não temos sapatos.

Dei a ela um par das minhas meias para que seus pés não ficassem completamente descalços. Eu me abaixei atrás da cabana, coloquei minha calça jeans para proteger as pernas dos mosquitos e entramos na floresta.

O ar úmido se instalou na minha pele. Passei por uma nuvem de mosquitos, mantendo a boca fechada e espantando-os com as mãos. Fomos mais para o interior da ilha, e o cheiro de plantas podres ficou mais forte. As folhagens acima de nós bloqueavam quase toda a luz do sol, e os únicos sons que ouvíamos eram os galhos se partindo e a nossa respiração enquanto inalávamos o ar pesado. O suor empapava minhas roupas. Continuamos em silêncio, e imaginei quanto tempo levaria para abrirmos caminho entre as árvores e chegarmos até o outro lado.

Chegamos lá quinze minutos depois. Camila estava logo atrás de mim, então eu vi primeiro.

Parando bruscamente, me virei e fiz um sinal para ela se apressar.

Ela me alcançou e sussurrou:

— O que é aquilo?

— Não sei.

Uma choupana de madeira, mais ou menos do tamanho de um trailer, se erguia quinze metros à frente. Talvez outra pessoa morasse na ilha. Alguém que não se preocupara com apresentações. Andamos até a choupana com cuidado. A porta da frente pendia aberta, com as dobradiças enferrujadas, e demos uma espiada no interior.

— Olá? — disse Camila.

Como ninguém respondeu, atravessamos a soleira da porta e pisamos no chão de madeira. Havia outra porta do lado oposto do cômodo sem janelas, mas estava fechada. Não havia nenhum móvel. Cutuquei uma pilha de cobertores no canto, e pulamos para trás quando uns insetos voaram de lá.

Quando meus olhos se ajustaram à pouca luminosidade, percebi que havia uma grande caixa de ferramentas de metal no chão. Eu me abaixei e a abri. Havia um martelo, diversos pacotes de pregos e parafusos, uma fita métrica, alicates e um serrote. Camila encontrou algumas roupas. Pegou uma camisa, mas a manga se soltou.

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