A Invocação

2.8K 199 52
                                    

Enquanto eu e Gabriele corríamos nos desviando dos galhos das árvores, torcíamos para chegar a tempo de Daniel não ter dano por nossa ausência. A imagem do anjo Leiael não saia de minha cabeça, por um momento, desejei que o sol demorasse mais algumas horas para nascer.

- Lara, olhe! Disse Gabriele dispersando meus pensamentos. É Daniel.

 Escondidas atrás de uma araucária enorme de mais de 500 anos, observamos Heitor e os outros se aquecendo para o treino, o sol começava a mostrar seus primeiros raios entre as árvores. Mas o que chamou nossa atenção foi ver Daniel andando sorrateiramente, olhando para o lado apreensivo antes de entrar em uma cabana que ficava mais isolada próxima a floresta, onde costumávamos guardar os equipamentos de treino e algumas armas. A porta era trancada com um enorme cadeado de ferro, e Daniel era o único que tinha a chave.

- Oque ele esta indo fazer na cabana? Parece estar saindo escondido dos outros? Sussurrou Gabriele.

- Não parece, ele esta? Agora eu pergunto, por quê? Sussurrei enquanto me escondia atrás de outra árvore observando-o. Assim que ele entrou fechando a porta atrás dele, corremos para o lado da velha cabana. Por uma das frestas enquanto o espionávamos, vimos Daniel empurrar uma mesa velha para o lado, levantando um tapete envelhecido e sujo que ficava debaixo dela. Continuamos a observa-lo apreensivas. Assim que ele levantou o velho tapete, vimos uma espécie de porta que estava trancada com um cadeado semelhante ao que trancava a cabana. Ele puxou um cordão em seu pescoço que continha uma chave de prata envelhecida, após destrancar, ele levantou a pequena porta e desapareceu entrando no chão da cabana.

- Não sabia que existia um porão secreto na cabana, comentei olhando para Gabriele que me olhava surpresa.

-Muito menos eu, acho que na verdade ninguém sabe. Respondeu Gabriele... Nem mesmo Heitor. Concluiu.

- Mas porque Daniel esconderia um porão secreto? Indaguei.

- Lara, a pergunta não é porque ele esconderia um porão, e sim, o que ele está escondendo dentro do porão. Gesticulou Gabriele fazendo sinal para que eu a seguisse.

- Oque você vai fazer? Sussurrei enquanto ela empurrava a porta da cabana.

- Vou entrar você não quer descobrir o que Daniel esta escondendo? Não podemos perder essa oportunidade, como vamos entrar aqui sem a chave, você viu onde ele a esconde.

- Você só pode estar louca Gabriele, e se ele nos ver? Não sabemos o que tem lá embaixo... Ignorando minhas palavras, Gabriele levantou o alçapão descendo por uma escada velha de madeira. Você vai vir ou não? Desafiou.

- Tenho escolha? Perguntei franzindo o cenho.

- Não! Ela riu cinicamente. Pedindo que eu fizesse silêncio. Eu a segui escada abaixo. O cheiro úmido de madeira velha era insuportável, esfreguei meu nariz tentando conter a coceira causada pelo mau cheiro.

- Que fedor é esse? Parece que tem alguma coisa morta aqui. Sussurrou Gabriele levando a mão no nariz. Quanto mais infiltrávamos porão adentro, mais o cheiro piorava ficando cada vez mais forte, havia um estreito corredor iluminado com algumas tochas, seguimos em frente observando as velharias penduradas no corredor, envolvidas por várias teias de aranha, parecia fazer algum tempo que ninguém entrava naquele lugar. Entre as várias relíquias penduradas, uma em especial me chamou a atenção.  Um escudo de ferro todo trabalhado na prata e no meio um enorme brasão. Não era qualquer brasão. Era o mesmo do baú que havia visto pela primeira vez com Leonel e Malcon, e depois no baú que estava no meu guarda-roupa.

- Não acredito, porque Daniel guarda um escudo com o mesmo brasão. Como ele veio parar aqui? Cochichei.

- Oque? Perguntou Gabriele enquanto se esquivava das teias que havia em toda parte. Odeio aranhas. Comentou.

Segredos Mortais - Os GuardiõesWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu