Empresária

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CHICAGO, EUA. 

POV'S SARAH.

- Sr. Caroline? - ouvi a voz da Mayla. Suspirei e olhei para a porta ainda fechada.

Revirei os olhos, entediada com toda aquela merda.

- Entra. - falei, sem o mínimo de ânimo.

Ela entrou e, como sempre, vestia uma roupa extremamente provocante que a deixava super gostosa, tinha um sorriso cínico nos lábios, e um caderno nas mãos, um caderno que ela sempre usava como desculpa para vir até mim se insinuar.

Joguei meu corpo para trás, fazendo minhas costas chocaram contra a cadeira gelada.

Arquiei a sobrancelha, esperando- a iniciar um diálogo.

- E então...? - continuei com a sobrancelha frisada. Ela não fez nada, apenas continuou com o olhar perverso perante mim.

- Trouxe uns papéis para a senhora assinar. - desfilou lentamente em minha direção, colocando os papéis em minha mesa.

A mesma continuou curvada. Sua blusa com os botões abertos deixavam seus seios espremidos pelo sutiã bege bem perto do meu rosto. Avaliei o mesmo antes de negar com a cabeça, sorrindo debochada. Era engraçado o quanto ela conseguia ser tão vagabunda.

Assinei os papéis rapidamente.

- Mais alguma coisa, Mayla? - a fitei.

- Não. - bufou, após ver que sua tentativa havia falhado - Só vim trazer os papéis mesmo - se virou e saiu rebolando.

- Droga! - sussurrei perdedora - Mayla. - revirei os olhos, falhando na tentativa de ignorá-la.

- Pois não? - ela se vira lentamente, com um sorrisinho tarado no rosto.

- Fecha a porta. - levantei-me, já abrindo a blusa.

Ela abriu um sorriso de canto, fechando a porta de uma maneira sensual.

Se escorou na porta abrindo os poucos botões ainda fechado da blusa transparente.

A chamei com os dedos, e ela andou lentamente em direção a mim.


***

Após uma foda deliciosa a expulsei do meu  escritório. Jurando para mim mesmo que essa era a última vez que eu fodia uma secretária barata, até porque eu era a dona de Chicago, poderia foder a vagabunda que me desse vontade.

Respirei fundo abrindo a gaveta, pegando uma fotografia de dentro da mesma.

- juliette... - sussurrei, ainda com os olhos fixos nela.

Meu coração apertou quando eu lembrei dela. Uma saudade avassaladora tomou conta de mim. Saudade do seu cheiro, do seu inocente jeito sedutor, de sua teimosia...

E nesse momento uma maldita lembrança tomou conta de meus pensamentos:


FLASHBACK ON:

Vi Juliette descer as escadas, com um pijama mínimo e o mesmo rosto sem expressão de sempre.

Sorri ofendida assim que a mesma passa por mim sem ao menos olhar na minha cara, me levantei e fui em sua direção.

Chegando na cozinha vi ela agachada na porta da geladeira, procurando algo nas prateleiras de baixo, deixando a poupa da bunda totalmente exposta.

Fechei a geladeira por trás dela e a prensei na porta.

- Eu só vim beber água. - percebeu o que eu queria, e me afastou.

Por mais que eu odiasse aquela rejeição,  eu percebi de exato que ela estava brava, seu tom de voz e a forma que ela evitava me olhar a denunciou.

- Está tudo bem? - me atrevi a perguntar, a desafiando com o olhar.

Eu queria que ela  me confrontasse, que batesse de frente, só assim eu saberia se ela se importa ou não.

- Tem algum motivo para eu não estar? - falou colocando água do copo, sem nem olhar para mim. Isso já estava me irritando.

- Pra começar - fui em sua direção - Olha para mim quando eu estiver falando com você! - a virei pelo braço brutalmente.

Juliette novamente se afastou, desviou meu corpo e foi em direção a mesa, parecendo não dar a mínima para a situação.

- Eu só acho isso meio injusto... - começou, mexendo no fino tecido do seu short de pijama. - Você pode transar com todo mundo, e eu não... - fiquei irritada ao ouvi-la pronunciar aquilo, mas logo percebi o que ela queria e apenas abri um sorriso sem humor.

- Não começa a me provocar a essa hora, Juliette. - falei, ainda sorrindo, torcendo pra tudo aquilo não passar de uma provocação.

Ela frisou a sobrancelha, me olhando sem expressão.

- Você me ama? - essa pergunta me assustou, confesso.

- Que tipo de pergunta é essa?

- Se não me ama não tem o porquê de você ficar chateada em saber que eu transo com outra pessoa.

Juliette realmente sabia como me deixar sem argumento.

- Eu não preciso te amar para não admitir isso. Aliás, você mora comigo, come com o meu dinheiro, se veste com o meu dinheiro. Nunca que eu ia bancar alguém que Chicago toda esteja comendo.

- Você sabe que não precisa me bancar se não quiser. - seus olhos verdes sempre fixos em mim - EU não faço a mínima questão de ficar aqui - deu ênfase na palavra.

- Não se preocupe, Juliette. Logo logo eu vou te chutar daqui. - me aproximei dela - Eu vou te descartar como um objeto sem utilidade. - vi sua expressão ficar séria, mas ela não se rendia.

Juliette abriu um sorriso.

- Bom... - disse, calmamente - Então eu não vejo a hora de isso acontecer. - se virou e saiu andando.

Me deixando ali, desarmada e excitada.

FLASHBACK OFF:


Confesso que eu passei esses dois anos tentando esquece-la. Eu saí com as modelos mais lindas, namorei com as mulheres mais importantes, mas a idéia de ter alguém a tocando, a fazendo sentir especial, a fazendo esquecer de mim, porra, eu não posso suportar.

Eu criei uma possessividade quanto a ela, confesso. Eu sou possessiva com o que é meu, e ela era minha. Sempre foi e sempre será!
Eu poderia mandar meus capangas irem até o inferno atrás dela. Mas eu sei que ela voltaria, como sempre. Eu sei que o destino a trará de volta até mim. Eu não forçaria as coisas, pelo menos não dessa vez. Eu deixaria tudo fluir naturalmente. Eu esperaria por ela dez anos, se fosse preciso. Sei que no final da primeira noite com ela, esses anos de espera valerá a  pena.

Agora eu era o que eu sempre sonhei: a maior empresária de Chicago. 

Eu não me importava em tirar vidas, não me importava em causar a dor.

Se você não me deve, não precisa me temer.

Guardei a fotografia na gaveta novamente assim que ouvi batidas na porta.

- Amor? - Roberta entrou no meu escritório.

- Estou ocupada, volte depois! - foquei meus olhos para a tela do notebook, fingindo estar fazendo algo importante.

Sim, ela era minha namorada - Até porque uma mulher como eu precisava de alguém apresentável ao lado.

Roberta não passava de um status, e ela sabia disso, mas não se importava, não se importava em ser usada, não se importava em ser traída. A única coisa que lhe importava de verdade era a posição que ela tinha por ser a mulher da maior empresária do país.

- Pensando bem... - fechei o notebook, lhe dando total atenção - Temos algumas coisas para conversarmos.

Ela não disse nada, apenas sentou-se junto a mim.

- Eu quero um exame de D.N.A do Miguel, com esse tal doador.







// Olha quem voltouuuu, amaro?

Obsessed with meOnde as histórias ganham vida. Descobre agora