A ex

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- O que você esta fazendo aqui? - meu tom desesperada entregou o que eu sentia.

As borboletas no estômago marcavam presença, com certeza. Os dedos estavam soando, porque, por mais que eu não gostasse de admitir, ela sempre me deixava nervosa. Sempre havia sido assim.

- E do que essa criança me chamou? - o olhei assustada afastando o menino.

- Do que você é dela - falou em um tom simples.

Abri um sorriso debochado.

- Não - foi tudo o que eu falei. Não tinha muito o que dizer - Eu não tenho filhos, Roberta - fitei a criança por alguns segundos voltando a encarar.

- Como não Sarah? - me encarou cruzando os braços.

- Você esta achando que eu sou idiota? - me exaltei no tom - Você some por anos, e depois volta do nada com uma criança. - apontei pro menino - O que você pensou quando resolveu fazer isso Roberta? Que eu te perdoaria pela merda que fez? Que a gente ia se casar e ser uma família linda e feliz? Tínhamos planos, íamos adotar depois de concluir a inseminação. Mas você foi uma idiota. - sorri com o meu sarcasmo.

- Que você fosse mulher de admitir o que fez, no mínimo - falou séria.

- Some da minha casa com o seu filho, e não volte mais. - quando eu fui fechar a porta, ela coloca a mão, me impedindo de fazer isso.

- Vamos conversar, por favor.

Neguei com a cabeça.

- A gente não tem nada pra conversar Roberta.

- Você sempre me pareceu muito madura, Sarah. Essa atitude não combina com você.

- Você quer falar de maturidade, Roberta? - cruzei os braços - Você some, volta depois de dois anos com uma criança e quer falar de maturidade?

- O que eu fiz não tem nada a ver com isso - falou séria.

- Ah não? - sorri.

- E eu voltei porque eu pensei que, pelo menos, você fosse mulher de admitir o que você fez. Mas eu acho que me enganei em relação a isso.

- A gente não vai brigar na frente do seu filho né? 

- NOSSO filho, Sarah. - destacou a palavra - Por mais horrível que seja pra você admitir isso. - sussurrou.

Ficamos nos olhando sem dizer nada.

- Eu e o Miguel teremos que passar a noite aqui - deu inicio a outra conversa, e essa, me fez abrir um sorriso.

Ousada, não?

- Não, vocês não vão passar a noite na minha casa. - falei em um tom óbvio.

- Eu cheguei agora de viagem, não tenho pra onde ir.

- Isso é um problema todo seu.

- Vai deixar o Miguel passar a noite na rua?

- Para de usar o seu filho como pretexto.

- Uma noite... - fez um com o dedo indicador - E depois, se você pedir, a gente não volta nunca mais!!

Olhei pra criança, que sorrio pra mim, ignorando toda aquela tensão que o ambiente se encontrava.

Bufei perdedora.

- Uma noite, e depois você some. - dei passagem para ela entrar.

Chamei uma das empregadas para providenciar roupas para o filho dela. Que dessem um banho nele e o colocasse para dormir. Aliás, já era muito tarde.

Obsessed with meOnde as histórias ganham vida. Descobre agora