Capítulo 34

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James Miller narrando

  A coisa mais difícil da minha vida foi ter que deixar Katy lá, sem qualquer proteção, a mercê de um demônio que queria matá-la. Mas eu não posso enfrentar Ferbos sozinho, eu preciso pensar primeiro na segurança dela antes de qualquer coisa, não posso me precipitar em momento algum.

Irei arquitetar o melhor plano da minha vida e em menor tempo possível.

Nem pensei em ir de carro, abri minhas asas e sai voando o mais veloz possível. Cheguei ao internato em 20 minutos e corri atrás dos Arcanjos, eu os encontrei perto da fonte de anjo falando sobre alguma coisa, não há ninguém ao nosso redor então, posso falar tranquilamente.

- Eu a encontrei. — falei antes mesmo de chegar perto deles.

Eles olharam para mim rapidamente.

- Onde ela está? — Arcanjo Maciel perguntou.

- No porão de uma livraria no centro da cidade. Pelo o que Katherine disse, Ferbos está lá e quer cumprir o seu plano à meia noite de amanhã. Precisamos planejar como vamos tirá-la de lá.

- Você, vá chamar mais Anjos para nos ajudar. — Arcanjo Maciel falou para o Arcanjo ao lado dele e se virou para mim. — Você tem certeza do que falou?

- Claro, eu a vi lá acorrentada!

- Vamos esperar os Anjos, quando eles descerem vamos começar com o plano.

- Mas vai demorar horas! — elevei o tom de voz.

- Acalme-se Nuriel! Temos muito tempo e não se esqueça que você está falando com um Arcanjo, então abaixe o tom de voz.

Fechei a mão e apertei o mais forte possível para tentar controlar a minha raiva.

- Sim, senhor.

Dei meia volta e caminhei rumo ao meu quarto para planejar algo para resgatar minha Katy.

Katherine Lazar narrando

- Eu já falei, não tinha ninguém aqui!

- Mentira! Eu ouvi a voz de alguém além da sua. — Ferbos gritou.

- Você deve estar maluco, porque eu estava sozinha aqui.

- Não tente me fazer de idiota, nephilim insignificante.

- Se eu fosse tão insignificante, você não precisaria de mim para pôr seu plano insano em prática.

Ele soltou um rosnado grotesco e eu me encolhi imediatamente. Ele pode ter corpo de humano, mas ele é uma fera demoníaca.

Ferbos ficou andando de um lado para o outro impaciente e parou na porta.

- Violetta!

Ele esperou alguns segundos até ela aparecer arfando no cômodo.

- O que foi?

- Solte-a.

- Como? — Violetta e eu perguntamos em uníssono.

- Solte-a.

O olhar de Violetta ficou entre mim e Ferbos por um tempo até ela tirar uma chave do bolso, se aproximar e abrir os cadeados que prendia as minhas mão às correntes. Caí de joelhos e esfreguei os meus pulsos que estão muito doloridos e em carne viva.

- Mudança de planos, vamos antecipar o ritual.

James Miller narrando

  Já são 18:15 e está quase anoitecendo, desci e fui além do perímetro do internato para ver se os Anjos já haviam chegado, como pensei, vários e vários Anjos andavam de um lado para o outro conversando e supondo como seria o plano de ação. Busquei o Arcanjo Maciel pela multidão e o encontrei conversando com um grupo de Anjos da Guarda que eu conheço a muito tempo, me aproximo e cumprimento.

- Arcanjo Maciel, posso falar com você?

- Sim.

Nos afastamos um pouco da multidão e comecei a falar sobre o meu plano, cada ação foi arquitetada nos mínimos detalhes.

- Impossível. — ele fala.

- Como assim impossível? Está ótimo, tiramos ela e prendemos Ferbos, temos Anjos suficiente e capazes de fazer o que disse.

- Admito que é um bom plano, mas eu já decidi o que vamos fazer.

- Mas eu sou o Anjo da Guarda dela!

- Não é mais, seu dever era evitar que a garota fosse pega por Ferbo; falhou, e como tudo isso já está acabando você está dispensado do seu trabalho. Volte para o céu e descanse.

Como eu poderia voltar para casa sabendo que ela ainda está lá, nas mãos de Ferbos? Isso é algo inimagináveis, aliás, não posso mais me imaginar em casa. Meu lugar é ao lado da Katy.

- Não, eu não vou voltar para casa. — dei as costas para Maciel e saí andando.

 Katherine Lazar narrando

  A Violetta me levou para um quartinho perto dos fundos e me deu uma roupa para que eu vestisse depois que eu tomasse banho. Liguei o chuveiro e deixei a água quente correr pelo meu corpo, fiquei assim por um bom tempo, depois eu limpei os machucados dos meus pulsos, lavei o cabelo com o shampoo que eu encontrei ali e quando terminei meu banho encontrei uma maleta farmacêutica e fiz um curativo nos meus machucados.
Voltei para o quarto e vesti a calça jeans e a blusa que a Violetta me deu e sentei na cama sem saber o que fazer, a possibilidade de tentar fugir passou pela minha cabeça, mas com certeza Violetta e Ferbos estão vigiando cada passo meu, e não acho que eles deixariam a porta aberta comigo solta andando pela casa. Suspirei em derrota e pedi mentalmente que James aparecesse ainda hoje, porque meu fim está mais próximo do que nunca.

Um bom tempo depois, a porta abriu e Violetta entrou no quarto.

- Vamos. — ela disse.

- Para onde?

- Sem perguntas, apenas me siga.

Levantei e andei atrás dela. Fora do quarto, vi uma porta entreaberta onde tímidos raios de luz entravam, olhei para a Violetta e pensei: É, parece que a minha teoria estava errada. Dei uma última olhada para Violetta que já estava à uma certa distância e olhei para a porta antes de me preparar e sair correndo. Era um espaço pequeno de onde eu estava até a porta, mas meu desespero fez parecer uma maratona, coloquei a mão na maçaneta e abri a porta o mais rápido possível. Cega pelo desespero, não vi que Ferbos estava parado bem ali e acabei trombando com ele, cambaleei alguns passos para trás e ergui o olhar para ver a expressão sarcástica no rosto dele.

- Onde você pensa que vai, querida?

Loved by an angelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora