Loved by an angel

Capítulo 14

James Miller narrando

   Devo admitir que foi o melhor momento da minha longa vida, mas foi a primeira vez que sinto meu coração ser destroçado em poucos segundos. Tentei resistir aos seus encantos e suas carícias desde quando nos conhecemos, tentei manter a relação de Anjo da Guarda e protegida como ela realmente deve ser, mas fracassei em todas as tentativas. Agora, vou ter que fingir que não aconteceu nada entre nós e que eu não me apaixonei pela minha protegida.

Depois que Katherine me expulsou de seu quarto, pulei da varanda e decidir voltar para a minha guarda com Fariel e Dastiriel, os outros Anjos que estão me ajudando a proteger Katherine.

- Porque você demorou tanto? – Dastiriel.

- Ela ficou um pouco abalada depois da conversa com os pais e tentei acalmá-la e convencê-la que não deixaremos Zariel se aproximar de sua família.

- Pensei que ela já sabia. – Fariel fala desta vez.

- E já sabia, mas a mãe a contou sobre a família e ela ficou com muitas coisas na cabeça.

- Nephilins idiotas! Aberrações criadas por Anjos traidores atrás de prazeres carnais. Criaturas rejeitadas pelo próprio Criador que tentou aniquilá-las com o dilúvio. Agora temos que proteger um deles, porque não deixamos morrer?

- Porque ela ainda é humana! E se a deixarmos morrer, Ferbos vai dominar o inferno e futuramente a terra. O Criador pode até não gostar dos nephilins, mas tenho certeza que ele não vai deixar que uma deles morra e corra o risco que seus amados seres humanos sejam escravizados por um demônio. – falo com a voz levemente alterada.

Os Anjos olham para mim seriamente e logo depois se entreolharam.

- Você está bem Nuriel? – pergunta Fariel.

- Estou, a semana foi um pouco cansativa.

- Volte para casa, descanse e volte mais tarde.

- Não posso.

- Nuriel, nós sabemos que você é o melhor da nossa espécie, mas até os melhores precisam de descanso. Vá, nós damos conta.

Fico pensando por um momento se devo ou não ir, mas acabo decidindo fazer o que eles disseram. Deixo minhas asas saírem das minhas costas e dou impulso para poder voar e voltar para casa.

 Katherine Lazar narrando

  Já era noite, devo ter ficado no mínino 4 horas deitada na minha cama chorando sem parar. Não paro de pensar na crueldade que acabei de fazer, meu coração dói só de lembrar de cada palavra que disse a James, mas foi a única maneira de fazê-lo me odiar e realmente se afastar de mim, sei que não foi a melhor maneira, mas eu só estava pensando no seu bem. Levantei da cama e fui para o banheiro, me olhei no espelho e não me surpreendi ao ver meus olhos inchados, saí de frente do espelho e fui para debaixo do chuveiro, permaneci lá por um longo período e finalmente voltei para o quarto. Escolhi uma saia rodada curta, uma blusa e decidi calçar minhas botas de cano alto. Fui até minha penteadeira e fiz uma maquiagem para esconder um pouco do inchaço. Pronto. Por fora está tudo bem.Preciso espairecer um pouco, então, ligo para Violetta para que ela possa vir para cá. 

Violetta: Oi Katy! 

Eu: Oi Violetta! Você está afim de ir ao shopping hoje? 

Violetta: Claro! 

Eu: Tá bom, vem primeiro para minha casa e depois nós duas vamos juntas para o shopping, mas vem pra dormir viu. 

Violetta: Tudo bem. 

Desligo o celular e aguardo ela chegar.

  Eu estava na cozinha tomando um suco de laranja quando escuto a campainha. Violetta chegou! Vou correndo abrir a porta e encontro ela com uma bolsa cheia e um sorriso no rosto, nos abraçamos e a convido para entrar.

- Como você já é de casa, pode subir para guardar sua bolsa que eu espero você para irmos ao shopping.

- Já volto.

Ela sobe os degraus da escada rapidamente e volta depois de alguns minutos.

Caminhamos até a garagem e destravo o meu carro, entramos e dirijo para fora da garagem. Do lado de fora, posso ver os Anjos guardando a minha casa e pelo retrovisor, vejo James pronto para nos seguir.

- O que você está olhando? – Violetta pergunta.

- Nada não.

Pisei no acelerador e foquei no caminho à seguir.
  
  A Violetta está no vestiário provando a última saia vermelha que encontrou na loja, até agora estou com pena da mulher que foi fuzilada com os olhos por ter tocado na saia ao mesmo tempo que a Violetta. Mas esse é o que menos importa, o que realmente me interessa e que James está na porta da loja com os braços cruzados, quando virei para olhá-lo, ele continuou sério e com a postura de guardião pronto para proteger o mundo.

- Como estou?

Violetta sai do vestiário alegre e vestida com a saia que tanto queria.

- Ficou perfeita em você.

- Obrigada!

Ela olhou ao redor até avistar uma vendedora e a chamou para fazer os acertos da compra. Quando ela estava voltando para o vestiário, corro até ela e falo:

- Vou comprar um café, você vai querer um?

- Não, obrigada.

- Já volto.

Me dirijo até a porta da loja e passo por James rapidamente e sem olhar para o lado.

Comprei um cappuccino e sentei em uma mesa para poder ficar sozinha alguns minutos antes de voltar e encontrar com a Violetta. Sinto uma mão apertar meu braço e quando olho para cima, vejo James parado ao meu lado com uma cara de poucos amigos.

- Precisamos ir.

Com apenas um puxão, ele me tira da cadeira onde eu estava sentada e fixo meus pés no chão desajeitadamente. Saímos do café onde estávamos e andamos de volta para a loja.

- Dá para pelo menos disfarçar que eu não estou sendo arrastada por um ser que as outras pessoas não podem ver? – sussurrei.

James para bruscamente, olha para mim e solta o meu braço. Ele parece muito nervoso com alguma coisa, vejo seu peito subir por causa de um suspiro.

- Volte para a loja, busque Violetta e vá para casa. Zariel está por aqui.

- O quê?

Por ter falado alto demais, algumas pessoas olharam para mim confusas, voltei a andar calmamente tentando disfarçar e voltei a sussurrar.

- O que ele está fazendo aqui?

- Comprando roupa que não é Katherine.

- Não é hora de ironizar, James. Eu posso morrer!

- Você não vai morrer. – ele fala com firmeza

Ele olha para mim e vejo a confiança em seus olhos e sinto como se ele pudesse transmiti-la para mim. Saio do meu estupor e volto a andar, mas dessa vez mais rapidamente.

Atravesso a porta da loja e logo dou de cara com uma cena que fez meu coração acelerar.