Capítulo 31

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Katherine Lazar narrando

  Abri os olhos com dificuldade e senti uma pontada de dor na cabeça, mas logo passou e ao mover a minha mão pude perceber que as duas estavam suspensas por correntes que estão presas ao teto, olhei atordoada para os meus pés e vi que eles também estavam presos por correntes. Comecei a analisar o espaço onde eu estava; um lugar úmido, vazio, pequeno e com uma iluminação precária que vinha que de uma simples janelinha no alto do cômodo, havia uma porta à esquerda e não se dava para escutar nada daqui, a não ser pela o ranger da porta que acabou de ser aberta.

- Finalmente você acordou. — Violetta diz.

- Me tire daqui Violetta!

- Não seja idiota, você sabe que eu não vou fazer isso.

- Não, não, isso não pode está acontecendo. Você deve está possuída ou algo do tipo.

- Você é surda ou o quê? Eu já falei que eu não estou possuída.

- Então, que tipo de pessoa é você? Se é que você é realmente um ser humano.

- Eu sou o tipo de "pessoa" que trabalha para o Ferbos.

Fiquei paralisada por um tempo tentando processar cada palavra e relembrando de todos os nossos momentos juntas, tudo foi uma farsa.

- Como você pôde? Eu confiei em você a minha vida toda!

- Esse era o plano desde o início. Me aproximar de você para depois poder tirar o seu sangue.

- Éramos crianças quando nos conhecemos, como alguém que acabara de sair das fraldas sabia o plano maligno de um demônio? Ou melhor, como você tinha contato com um demônio?

- Meus pais queria ser ricos, nadar no dinheiro, eles tinham conhecimento em bruxaria e chamaram Ferbos para isso, mas em troca eu devia trabalhar para Ferbos em um plano.

- Mas ele quer assumir o inferno e provavelmente dominar o mundo, se ele o fizer também vai matar vocês.

- E você acha que meus pais são bobos? É claro que eles pediram para que Ferbos nos poupasse.

- Você sempre soube que eu sou uma nephilim?

- Sempre.

James Miller narrando

Estou desesperado com o desaparecimento de Katy, eu não a vi o dia inteiro e quando voltei a bater na porta de seu quarto ninguém me recebeu. Entrei em contato com os Arcanjos e avisei sobre o desaparecimento, eles me disseram que iriam mandar alguns Anjos da Guarda e até mesmo alguns Arcanjos para procurá-la nas redondezas, em sua casa ou em qualquer lugar em Montana. Mas o que me deixou intrigado foi que não há vestígios de que algum demônio passou por aqui, com certeza esse acontecimento está ligado à Ferbos, mas como ele conseguiu que a levassem sem deixar qualquer pista de sua presença ou de um outro demônio?
  Fiquei andando em círculos dentro do meu quarto pensando em onde começaria a procurar por Katy, quem a levou e à exatamente que horas. Preciso agir agora! É a vida dela que está em jogo e nunca me perdoarei se algo de mais grave acontecer. Eu negligenciei em seus cuidados, tanto tempo sem um ataque ou qualquer pista de que Ferbos estaria se aproximando... Eu falhei, falhei quando a deixei saber sobre a verdade, falhei ao tentar impedir que Zariel a machucasse e... Kyle! Ele já foi possuído uma vez e talvez tenha envolvimento com o sumiço de Katy. Cruzei o caminho do meio do quarto até a porta em milésimos e fui correndo para a porta um pouco mais a frente e bati desesperadamente. Kyle abriu a porta com uma cara não muito contente e ao meu ver seu semblante escureceu ainda mais.

- Você não tem o direito de bater na minha porta assim. Seu quarto está pegando fogo? Ótimo, se enfia lá dentro e queima junto com os móveis.

Sei que cada palavra que ele disse foi impulsionada pelo rancor que ele sente por mim, mas não dei importância, meu objetivo é outro.

- Você sabe onde a Katherine está?

- Não está na sua cama?

Perdi a paciência, agarrei a blusa dele e o empurrei contra a parede com força, ele arregalou os olhos e falou:

- Você está ficando maluco?

- Eu não estou brincando, me responde!

- Não, eu não sei por onde ela anda.

Se ele estivesse possuído, com certeza já teria revidado o empurrão e tentaria me matar, mas pelo visto Kyle não está possuído e provavelmente tentará me matar uma outra hora. Eu o soltei e voltei para o meu quarto pisando forte.

Onde está a Katherine?

Katherine Lazar narrando

Acordei assustada com o jato de água que veio contra mim, fiquei sem fôlego por um momento e consegui expelir a água que estava na minha garganta, levantei o olhar e vi a Violetta com um balde nas mãos e um sorriso cínico no rosto.

- Vai um banho aí?

- Ridícula desprezível! Eu vou pegar um resfriado se eu continuar toda molhada.

- O que é um resfriado comparado a morte que você vai ter?

- Você não vai ter o gostinho de me ver morrer, virão para me tirar daqui e Ferbos voltará para o quinto dos infernos de onde não deveria ter saído, e você vai com ele!

- Você fala daquele Anjo que você namora? Me poupe, ele não foi capaz de te proteger de mim.

- Você é um monstro!

- Não Katy, o monstro entre nós é você. Deixar que o pobre Anjo se apaixone por você e corra o risco que lhe arranquem a asas e fique anos preso, que egoísmo querida amiga.

Encarei-a com raiva, mas não sustentei o olhar por muito tempo, ela tem razão. Fui egoísta, mas como eu poderia evitar tamanha paixão entre nós dois? Acho que nesse requisito, serei egoísta pelo resto da minha vida.

Violetta se aproximou de mim e ergueu sua mão e tocou com o polegar a minha bochecha direita e com os outros dedos tocou a minha bochecha esquerda e apertou com força. Gemi de dor e me debati para tentar me livrar, mas quanto mais eu me mexia, mais ela apertava.

- Não tem como escapar, você vai morrer.

Loved by an angelWhere stories live. Discover now