Loved by an angel

Capítulo 17

  Eu estava arrumando algumas coisas para colocar na bolsa para levar de volta para o internato quando escutei um leve barulho na porta que dá acesso a varanda, olhei para ela e vi que estava estava aberta, demorei alguns segundos para lembrar que eu a havia fechado, me dirigi até ela e voltei a fechá-la. Dei meia volta, mas parei bruscamente e soltei um pequeno grito de surpresa ao ver James parado do outro lado do meu quarto. Puxei mais ar para me recuperar do susto e voltei a arrumar a minha bolsa.

- O que devo a honra para ter o Anjinho Nuriel no meu quarto?

- Amanhã você vai começar com o seu treinamento.

- Que treinamento?

- O que vai fazer de você uma nephilim poderosa, capaz de se defender de um demônio se for preciso.

- É realmente necessário? – falo desanimada.

- Se você não quiser que tirem todo o seu sangue, sim, é necessário.

- Bom, nesse caso, vai doer muito quando fizerem isso?

James levanta uma sobrancelha em surpresa pela minha resposta e rio de sua reação.

- Estou brincando. Que horas começamos?

- Esteja às 4 da manhã lá embaixo.

- O que? Está louco? Eu ainda tenho aula amanhã, tenho que acordar cedo para ir pro internato.

- Eu também vou acordar cedo e ir para as aulas e ainda tenho que cuidar de você. Quem ganhou nessa?

Bufo em frustração e vou até o meu closet para pegar as últimas roupas que eu preciso levar.

- Tudo bem, estarei lá na hora marcada.

- Que bom.

- Uma última coisa, como você conseguiu abrir a porta? Ela estava fechada por dentro.

- Katherine, eu já derrotei vários demônios e tive que prender vários Anjos que quebraram as leis e que foram meus amigos. Uma porta é um mero detalhe.

- Obrigada pela bela história da sua vida, mas agora eu preciso me preparar para dormir, amanhã preciso acordar cedo.

Ele assente e me presenteia com um sorriso lindo.

- Boa noite, Katherine.

- Boa noite.

Ele anda até a varanda e vai embora.

  São 3:40 da manhã e já estou de pé, com certa dificuldade, mas estou de pé. Fiz minhas higienes matinais e vestir um moletom, um top de academia e calcei um tênis, fiz um rabo de cavalo no meu cabelo e desci silenciosamente as escadas e abri a porta da entrada para poder sair. Apesar de alguns raios solares estarem aparecendo, ainda estava escuro e James já estava me esperando, vestindo um moletom, uma regata e uma blusa com capuz ele estava incrivelmente sexy.

- Bem na hora. – ele disse.

- Isso é porque eu não consegui dormir de tão ansiosa e acabei chegando na hora. – ironizei.

- Mau humor a essa hora?

- Talvez seja por eu ter acordado às 3:40 da manhã para fazer sabe Deus o quê.

- Olha, ele sabe sim o que você vai fazer, não que ele se importe com isso, já que você é uma nephilim.

- Aí eu já entendi, vocês Anjos e os humanos são os queridinhos e nós nephilins somos os filhos bastardos.

- Exatamente.

- Nós vamos ou não começar com esse treinamento?

- Comece se alongando.

Comecei a fazer alguns alongamentos e terminei quando senti meus músculos relaxados.

- Vamos correr. – James fala.

Saímos da entrada da minha casa e fomos para a rua, começamos com ritmo suave e quase não sentir o asfalto sob meus pés, mas a medida que fomos avançando o ritmo foi acelerando e já pude perceber os primeiros sinais de cansaço. Tentei me distrair olhando para James algumas vezes, mas seu capuz bloqueava a minha visão.

Depois de ter corrido dois quilômetros, eu já estava muito cansada, mas o que me indignava era ver James completamente relaxado, como se não tivesse acabado de correr. Sentei na calçada para poder beber água e retomar o fôlego, James estava perfeitamente na minha frente em pé.

- Você é uma péssima pessoa. – falo ainda sem muito fôlego.

- Tecnicamente, eu não sou uma pessoa, então, isso não me faz ser uma pessoa boa ou má.

- Muito técnico para o meu gosto.

- Vamos voltar, pessoa sedentária. – ele enfatiza a palavra que estávamos discutindo antes.

- Tecnicamente, eu não sou um Anjo e nem um humano, será que isso também não me faz ser uma pessoa?

Ele dá um sorriso de lado e fico satisfeita pela minha piada sem noção. Levanto e corremos de volta para casa.

Corremos de volta para casa e quando chegamos, deitei na grama exausta.

- Já está cansada? – James debocha.

- Me permita lembrar a você que eu não tenho asas como você, eu não posso sair voando linda e graciosa por aí e poupar as minhas pernas de caminhar.

- Eu também não posso fazer isso a qualquer momento.

- Mas você tem treinamento, eu não.

- E é por isso que resolvi fazer um com você.

Bufo em frustração e levanto retirando a grama que ficou grudada no meu corpo.

- Como você vai para o internato? – pergunto.

- Vou dar o meu jeito.

- Não quer uma carona?

Ele franze o cenho e desvia o olhar por alguns segundos, quando volta a olhar para mim, há algo de diferente no seus olhos que não consigo dizer o quê.

- Tudo bem, vou aceitar a carona.

- Que bom, vou está saindo às 7:20, nossas aulas nas segundas só começam às 8:00. Ahh, e já temos que chegar de uniforme.

Ele assentiu e entrei em casa. Subi as escadas cuidadosamente para não fazer nenhum ruído e fui direto para o banheiro tomar um belo de um banho. Quando saí, olhei as horas e vi que são 5:10 da manhã, bom, ainda tenho um tempinho para dormir; programei meu celular para despertar, vesti um baby dool e deitei na cama para descansar da corrida que acabei de fazer.

  Acordei com o som do despertador e levantei ainda sonolenta e fui vestir uma meia calça preta, uma saia, uma blusa de mangas longas e o casaco, calcei um salto fechado e deixei o cabelo cair sobre os meus ombros. Passei o básico de maquiagem e desci para tomar café.

Meus pais já estavam a mesa tomando café e conversando.

- Bom dia. – falei.

- Bom dia meu amor. – minha mãe falou primeiro.

Depois de engolir o seu café, meu pai respondeu.

- Bom dia filha.

Me servi de um pouco de suco e peguei uma torrada.

- Você quer que eu peça ao motorista para ir deixar você? – minha mãe fala.

- Não, obrigada. Hoje eu vou no meu carro.

Terminei o meu café e me despedi de meus pais com um beijo na bochecha. Subi para o meu quarto para escovar os dentes e buscar minha bolsa.

Do lado de fora, encontrei James encostado em uma árvore, vestido com o uniforme do internato e com uma mochila posta em um dos ombros. Algo me diz que essa viagem vai ser longa.

- Vamos? – eu pergunto.

- Vamos.