Capítulo 33

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James Miller narrando

  Estacionei o carro de Katy alguns metros antes da sua casa e entrei no jardim sem muito esforço, procurei pela a varanda do quarto dela e tirei a minha camisa para que eu pudesse abrir as minhas asas. Senti elas saírem das minhas costas com um suave movimento e peguei um pequeno impulso para subir até a varanda e em menos de 3 segundos e já estava lá, abri as portas e entrei no quarto sem fazer barulho.
Decidi passar por aqui primeiro para me certificar que nem a Violetta e nem a Katy veio para cá pegar algo. Vasculhei o quarto inteiro e também o banheiro, mas não havia nada de anormal. Pulei para o jardim e caminhei de volta para o carro, agora pronto para ir à casa da Violetta.
Fiz o mesmo que não casa da Katy: estacionei um pouco antes, entrei pelo jardim e como eu não sabia ao certo qual era o quarto da Violetta, voei ao redor da casa com cuidado e prestando atenção nos cômodos por onde eu passava. Constatei que o quarto dela era o que ficava no terceiro andar, entrei pela janela, o que não foi uma tarefa fácil já que minhas asas são grandes e comecei uma revista criteriosa pelo quarto da Violetta pelo guarda-roupa, banheiro, escrivaninha e até debaixo da cama. Nada. Circulei pelo o quarto mais uma vez para ter certeza de que eu não tinha deixado nada para trás, olhei para escrivaninha novamente e reparei que havia um livro que eu não tinha dado muita atenção, o tomei nas mãos e vi que era um livro de feitiços, revirei os olhos para aquele objeto idiota, folheei as páginas e parei em um marcador de livraria.

"Livraria Colin.

Você pode ir para o céu ou para o inferno com um bom livro, basta você imaginar."

É a mesma frase que eu encontrei escrita na madeira! Tenho a sensação de que isso pode me levar até onde Violetta escondeu Katy. Preciso investigar isso agora, é a minha chance de salvar minha pequena Katy.

Katherine Lazar narrando

  Eles devem está se divertindo planejando a minha morte bem na minha frente. Isso ou estão querendo me matar amanhã em plena madrugada, o que eu acho que seja o mais provável das opções, e algo dentro de mim diz que eu deveria estar completamente desesperada por saber que meu fim está mais próximo do que nunca, mas eu não me sinto assim. Uma estranha tranquilidade me impede que eu entre em total histeria e comece a balançar as correntes reivindicando a minha liberdade, talvez eu faça isso mais tarde, mas agora eu estou observando a Violetta e Ferbos montarem um plano para me tirar daqui, me levar até o telhado e tirar todo o meu sangue de frente para a lua, seria romântico se não fosse trágico.

- Estou com sede. — falei.

Violetta me olhou com uma cara feia, mas logo voltou a falar com Ferbos.

- Não escutou? Eu estou com sede.

- Cala a boca! — Violetta gritou.

- Traga água para ela, querida. — Ferbos falou docemente.

Violetta o encarou incrédula, mas acabou cedendo e saiu para pegar água para mim. Ferbos se aproximou e tirou uma mecha de cabelo que estava no meu rosto.

- Pronta para morrer?

- Ahh não, não vou morrer.

- E o que a faz estar tão convicta disso?

- Não sei.

Ferbos me observou por um longo tempo e deu meia volta rumo a porta e disse:

- Perca as esperança nephilim, você não vai escapar da morte.

James Miller narrando

  Corri pela cidade inteira, perguntei às pessoas que passavam pela a rua e finalmente encontrei a tal livraria. Se não fosse pela placa, eu juraria que era uma simples casa como qualquer outra, mas eu sabia que Katy poderia estar ali. Cheguei mais perto e tentei olhar através do vidro da porta, mas estava tudo escuro lá dentro.

Droga!

Resolvi então, fazer uma ronda ao redor da livraria. Não havia qualquer casa ou loja coladas dos dois lados, havia um pequeno espaço ao redor do imóvel que era como um quintal. Comecei pela direita e segui para os fundos da loja; não havia porta dos fundos, virei para a esquerda e avistei uma abertura com grades rente ao chão, me aproximei devagar perto da parede para escutar primeiro, é estava tudo em silêncio, cheguei mais perto da grade para ver o que tinha lá dentro e pelo o pouco que eu já vi, meu coração parou.

Era ela.

Ela está com a cabeça abaixada e com as mãos pressas por corrente, suas mãos estão em carne viva. Droga, eu não suporto vê-la assim!

- Katy... — minha voz saiu falhada.

Seus olhos se encontraram com os meus e senti meu coração quase explodir de felicidade por tê-la encontrado.

- James...James meu amor, me tira daqui por favor!

Katherine Lazar narrando

  Meu coração passou de triste para prestes a explodir em menos de 4 segundos quando James chamou meu nome e o avistei na janelinha. Ele segurava as barras com tanta força que eu achei que ele ia quebrá-las com a maior facilidade com que se rasga um papel.

- James...James meu amor, me tire daqui por favor! — supliquei.

Ele chegou mais perto das grades e falou novamente com a voz falhada:

- Minha pequena Katy, finalmente eu te encontrei. Vou tirá-la daí o mais rápido possível, mas eu preciso de reforços.

- Não me deixe sozinha, James.

- Eu não quero fazer isso, mas eu preciso tirar você em segurança.

- Mas volte antes da meia noite de amanhã, Ferbos quer me — engoli a bile que estava na minha garganta — me matar nesse horário.

Vi que os nós dos dedos de James ficaram brancos, supus que ele apertou ainda mais as grades.

- Voltarei para salvar você. Eu te amo.

- Eu também amo você.

James ficou ali por mais um tempo até soltar as grades e ir embora. Meu coração pareceu cair de um penhasco quando ele se foi, mas a certeza de que ele voltará confortou meu coração.

Com uma explosão, a porta se abriu e Ferbos adentrou o cômodo gritando e vindo na minha direção.

- Com quem você estava falando nephilim?

Permaneci calada e vi a raiva brilhar ainda mais nos seus olhos e com um movimento rápido, ele acertou um tapa no meu rosto.

- Vamos, fale!

Loved by an angelWhere stories live. Discover now