✥ㅡ A VERDADE ㅡ✥

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   Respiro fundo, sabendo que não tenho saída. E apoio o corte bem em cima da marca.

   O sangue escorre lentamente pelo canudo. Nós dois ficamos olhando enquanto ele segue para baixo, atingindo a água branca e a deixando tingida de rosa. A porta continua trancada.

   Olho para Malark, vendo-o se abaixar novamente para estudar os símbolos.
 
   ㅡ Será que você leu alguma coisa errada? ㅡ pergunto. Ele franze a testa.

   ㅡ Improvável. Ninguém conhece esses símbolos melhor do que eu.

   Reviro os olhos. É claro que não.

   Ele se vira para sorrir para mim.

   ㅡ Sei o que está pensando. Eu não li errado, Asterin. Talvez esteja apenas...

   Nós dois levamos um susto quando a água rosada solta um feixe de luz branca forte diretamente em nosso rosto. Recuamos rapidamente, a mão de Malark ao redor da minha cintura me puxando para junto de seu corpo até que estamos dentro da mesma bolha de proteção. Fecho os olhos quando a luz fica mais forte, me encolhendo levemente contra ele.

   Mal solta uma maldição, e se abaixa comigo ainda presa em seus braços. Sinto o chão sob nossos pés começar a tremer suavemente, para logo chegar perto de um nível que parece um terremoto. Malark segura minha cabeça com uma grande mão, forçando minha bochecha na direção de seu peito e criando outra camada de proteção ao redor de nós com sua magia.

   Poeira cai sobre nós. Olho para cima ao mesmo tempo que ele. O teto não parece que vai desabar, mas a estrutura inteira está tremendo. A água abaixo da porta está ficando cada vez mais perto do tom vermelho, mas eu sei que a quantidade de meu sangue que caiu jamais seria suficiente para tingir completamente o líquido. As pedras presas na porta dourada começam a brilhar, e logo percebo que não devem ser rubis. São pedras de sangue, conectadas com magia.

   ㅡ Acho que eu li errado mesmo. ㅡ Malark murmura secamente, olhando ao redor para tentar enxergar alguma saída.

   Chamo sua atenção para a porta.

   ㅡ Olhe!

   Mal olha para onde estou apontando, e sua expressão se torna tão assustada quanto a minha.

   A água está se movendo sozinha em pequenos espirais, girando sobre si mesma e mesclando as gotículas de sangue que ainda caem. O tom vermelho se aprofunda ao mesmo tempo em que as tremedeiras no templo recomeçam. Recuamos novamente, Malark envolvendo minha cabeça com a mão quando uma pedra do teto cai sobre nós.

   ㅡ Isso deveria estar acontecendo? ㅡ pergunto, puxando-o para o lado quando outra pedra se desprende e quase bate na sua cabeça.

   ㅡ Não faço a menor ideia ㅡ ele me lança um olhar de gratidão. ㅡ Acho que deveríamos...

   Ele é subitamente cortado quando um clarão de luz nos deixa momentaneamente cegos. Solto um gritinho de susto quando minha visão embaça, e ouço Malark soltando uma maldição quando me aperta ainda mais de encontro ao seu corpo e recua até encostarmos em uma parede. A bolha de proteção ao nosso redor fica um pouco mais espessa conforme esperamos que a luz diminua.

   E quando finalmente posso abrir os olhos, a voz me chama novamente.

   Pegue o que é seu e saia.

   Sacudo a cabeça, fechando os olhos novamente. A mulher fala mais alto dessa vez, sua voz ressoando em minha cabeça quase como se ela estivesse sussurrando ao meu lado. A água ainda gira, e o sangue para de cair. Os símbolos que Malark leu que estão desenhados no ouro começam a brilhar até que toda a parede, de um lado a outro no corredor, está incandescente com dourado.

A ƑILHA ƊO ƑOƓO - A MALƊIƇ̧ÃO ƊO SOLSƬÍƇIOWhere stories live. Discover now