Capítulo 43: Planos de Ascensão

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Estreito de Bering, lado Russo

Sobre um prédio de sete andares, na margem da cidade que antecedia o Estreito de Bering. Dali, podíamos ver a cidade revestida de Filhos do Abismo. Eles não faziam muita a coisa, a não ser acampar, treinar e esperar. Um grupo seleto se destacava dos outros, ficando mais próximos do píer onde o Mensageiro de Israel estava aportado desde que alguns anjos o trouxeram do Abismo. De acordo com Týr, e confirmado por Lael e Caleb, eles eram Ryaks escolhidos por Kifo para libertarem suas formas – como os membros da Soulryak e Vizard.

– Pronto? – Týr disse, voando a alguns centímetros do meu rosto. – Eu canalizarei parte de sua energia para cobrir a distância. Você pode se sentir tonto e enjoado; talvez vomite.

Ela já tinha me informado tudo aquilo antes, por isso, a minha frente estava um balde; e Ahsoka estava do meu lado, pronta para uma intervenção mágica. Enquanto isso, Lael estava no primeiro andar do prédio, de vigia, e Lana e Caleb estavam no esconderijo, esperando.

– Sim, senhora. – Informei, com um sorriso.

Então, a fadinha decolou alto e alto, mais do que ela tinha feito desde que chegamos ao Paraíso. Sabíamos que subir ao céu como ela fazia tinha o risco de ela ser vista pelo Criador, mas nós dois concordamos que mesmo que acontecesse, não seria tão ruim, já que Ele permitia sua presença ali – Ahsoka deixou isso claro durante a conversa que somente as duas tiveram, da qual eu sabia muito pouco.

– Nunca imaginei que uma conexão Druga Dushi poderia ser usada dessa maneira. – Ahsoka disse, antes que de fato usássemos nossa conexão. – Apesar que as fadas só usam para reprodução, então.

Preferi não comentar, fechando os olhos, sentando-me como um índio de pernas cruzadas e juntando as palmas, como Týr falou que eu deveria fazer, para garantir que não perdesse a concentração. O plano era usar algo que costumávamos usar toda vez que combatíamos um grande número de Filhos ao mesmo tempo, para garantir que eu não fosse pego desprevenido pelas costas.

Eu via a cidade do alto, vendo pequenos pontos de fogo alaranjado, fosse de acampamentos ou Filhos treinando. A altura de Týr crescia e a cidade diminuía, mas os Filhos pareciam se multiplicar mais e mais. A visão ficou turva por um segundo, indicando que a nossa conexão estava se desfazendo; foi quando eu senti um súbito cansaço em meu corpo. A fada começava a usar minha energia.

– Meu Criador. – Eu disse; não era uma pessoa muito religiosa, mas o que via era terrível, algo muito pior do que imaginava.

Týr conseguira chegar a uma altura que me permitia ver por milhares de quilômetros, quase vendo a curvatura do Paraíso. O exército de Filhos era gigantesco, com milhões ou mais, todos reunidos e concentrados ali. Mais longe, mais e mais inimigos se uniam aos outros. Foi apenas então que percebi que tínhamos dado muita sorte por vir pelo Sul, pois o Norte era dominado por eles.

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Roma

Kifo terminava os preparativos para o feitiço de Suktor, que se revelara muito mais inteligente do que o esperado para um humano. Estavam em uma sala subterrânea afastada do Vaticano, uma que não estava em qualquer mapa ou descrito em qualquer texto – as lendas diziam que um ancestral Van Helsing a criara, na Terra, para espionar a Igreja e seus Mestres da Casa de Eli.

Suktor havia usado um giz branco para desenhar milhares de símbolos que o livro que Kifo havia trazido da Cidade de Prata dizia que seria necessário para impedir a Ascenção. O Filho da Morte sabia que era um trabalho necessário, mesmo que fosse apenas um contra-ataque caso os anjos ficassem desesperados. Seu plano, porém, envolvia o Libertador que estava metros acima de suas cabeças.

Afterlife: AscensãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora