⁴|ᵃᵐᵃʳᵉˡᵒ

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1.
"Baixo-Latim hispânico amarellus, diminutivo do Latim amarus,“ amargo”.
2.
A cor amarela significa luz, calor, descontração, otimismo e alegria. O amarelo simboliza o sol, o verão, a prosperidade e a felicidade. É uma cor inspiradora e que desperta a criatividade."

ATLAS

Ainda consigo ouvir o tapa ecoando em meus ouvidos conforme dirijo para a escola

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Ainda consigo ouvir o tapa ecoando em meus ouvidos conforme dirijo para a escola. Não posso acreditar que meu pai deixou que aquilo acontecesse, que me impediu de ajudá-la.

Vi o medo em seus olhos quando Mark entrou no escritório e antes que eu pensasse em algo para aliviar a situação, ouvi o barulho e então meu pai estava me tirando de perto dela e não deixou que eu fizesse nada a respeito daquilo.

Respiro o ar da manhã ao sair do carro, o céu está nublado e isso não é nenhuma surpresa, considerando como essa cidade parece morta e mal assombrada. Não sei como meu pai ainda quer que eu continue vivendo aqui depois da faculdade, que me torne prefeito. Eu nem mesmo sei se quero fazer faculdade de direito. Nunca fui de decepcioná-los, mas terão que me perdoar quando eu não seguir a tradição de família e ser prefeito de Greenwood.

Meu casaco de lã me esquenta enquanto ando pelos corredores do colégio, cumprimentando os poucos alunos que chegaram cedo. Ainda faltam trinta minutos para o sinal tocar. Saí mais cedo do que o de costume, pois queria encontrar com a Fallon, além de não querer conversar com o meu pai.

Passo pelo meu armário, mas não paro. Eu não sei onde é o armário dela, então paro um aluno para perguntar. É óbvio que ele conhece a Fallon e me diz qual corredor ele costuma vê-la com mais frequência. Então sigo para lá e sorrio um pouco quando a encontro.

O cabelo castanho escuro, quase preto, está solto, batendo no meio das costas. Ela usa short jeans e uma meia calça fishnets preta e ao encarar sua pele branca através dos buraquinhos do tecido, lembro-me de que estive entre suas pernas há apenas algumas horas antes.

Deixo esse pensamento de lado quando me encosto no armário ao lado, segurando uma alça da mochila, enquanto mantenho a outra mão no bolso.

— Bom dia — eu a comprimento, lhe assustando um pouco, fazendo com que os livros que estava segurando, caiam na chão. — Droga. Desculpe.

— Tudo bem — ela se agacha para pegar e eu a ajudo, aproveitando a distração para encarar seu rosto. Ela com certeza cobriu a marca do tapa com maquiagem, porque eu não acredito que ele tenha sumido tão rapidamente. Isso me leva a pensar com quanta frequência ela faz isso, cobrir as agressões do pai. — E bom dia.

Nós dois levantamos ao recolher os livros e Fallon sorri, mas o sorriso se desfaz um pouco, como se seu rosto doesse. Tenho certeza que meus lábios devem estar formando uma linha, por mais que eu queira sorrir para ela.

— Por que está com essa cara? O bebezinho foi dormir tarde? — Fallon ri, pegando os livros da minha mão e guardando no armário.

— Eu não dormi, na verdade. — observo seu moletom preto, sabendo que em seu braço deve ter a marca dos dedos se seu pai.

O Colorido No Meu Preto E Branco Where stories live. Discover now