Capítulo 22

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De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente

-Vinicius de Moraes

TRRRRRRR, TRRRRRRRRR, TRRRRRRRR –Oh! Raios!

Que inspirador acordar com som tão belo! Virei de lado na cama e meu despertador alertou a hora de eu levantar.

-Bom dia Bela Adormecida, como foi a noite de ontem ein?

Pela cara que ela me lançava eu soube que ela só perguntava para me encher e que na verdade ela já sabia de tudo, até mais do que eu. Levantei-me lentamente da cama e murmurei:

-Não enche, Alice- pensei que ela fosse xingar mas ela apenas deu a volta na minha cama e se sentou no canto de frente para mim.

-Não sei se você sabe, Sas. Mas o Eduardo te trouxe de manhãzinha aqui pra casa, pelo que ele me contou você teve uma espécie de alucinação.

Nesse momento o sonho com a deusa Selene afluiu em mim rapidamente e eu devo ter ficado vermelha.

Ela continuou:

-Sua mãe chegou um pouco depois, desesperada dizendo que tinha cansado de ligar no seu celular- ela pegou meu celular da bolsa e checava a quantidade de chamadas perdidas de mamãe- pelo jeito você perdeu cinquenta chamadas e vinte mensagens de textos. Não sei como ela não te matou. - ela me lançou aquele olhar de "você esta ferrada" para logo depois amaciar- Então ela me pediu para vir perguntar se está tudo bem e conversar. Pelo que sei o Eduardo já esclareceu, disse que você estava com ele e que ele te ligou chamando você para ir naquele cassino, boate ou café seja lá o que for.

Este Eduardo, sempre me salvando. Mas percebi uma falha no plano dele tarde demais. Ao passo que ela o revelou em alto e bom som:

-Mas no sue celular não tem nenhuma chamada dele, por que será né?- E o seu olhar cínico eu não sabia se era engraçado ou intimidador.

-Eu, err, eu....

-Não precisa falar nada,Sas- ela estendeu a mão e tirou uma mecha do meu cabelo que havia caído em meus olhos- Só saiba que sua mãe não ficou brava por você ter exagerado na bebida ontem a noite- Eu me surpreendi por ela saber disso e minha expressão aturdida me denunciou- Sim, ela me contou algo assim e me disse que não sabe porque você ficou tão chateada sendo que ela apenas te proibiu de tomar absinto.

E quando ela disse isso eu desatei a chorar desenfreadamente ao passo que ela se sentou do meu lado e me abraçando secou minha lágrimas.

-Por que é que você está chorando ein? Calma

Eu chorava por desgosto, porque eu nunca fui de beber. Alice era sempre a bêbada, e em todos os Pts dela eu estava junto com ela mas zoava ela sempre. Nunca fui a favor de bebida porque parecia algo fútil que os adolescentes fazem para dizer que estão se divertindo. Porque há aquela lenda de que se um grupo de jovens estão se divertindo é porque estão bêbados ou jogando algum jogo divertido sobre o assunto. Também tem outra máxima de que para "curtir a vida e a juventude" precisa beber até cair. Sem contar no protótipo de que: todo adolescente é bêbado.

Meu Presente é a LuaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora