Behind Royalty | Drarry

Chapter 1

Chapter 1

— Finalmente estamos voltando à Londres, por mais gratificante que seja ajudar quem está precisando eu não vejo a hora de voltar pra casa, foram seis meses viajando de cidade em cidade e ainda não fomos em todas. — Draco comenta com o melhor amigo que tem os olhos castanhos atentos na estrada coberta de neve enquanto dirige à caminho da capital.

O inverno atinge com força a Europa, constantes tempestades de neve obrigam os moradores a ficarem presos dentro de casa ou onde quer que estejam. O príncipe tem medo de não conseguir chegar até o Palácio de Buckingham antes de outra nevasca surgir, o que o obrigaria a ficar preso dentro do carro com Blaise. Malfoy não vê a hora de estar no conforto de seu quarto e ser aquecido pela enorme lareira.

Mas o loiro não tem do que reclamar, passou todo esse tempo vivendo em casas de pessoas humildes ajudando muitas famílias que não tinham nem o que comer e sendo muito bem tratado por todos, ele recebia de bom grado todo o cuidado que aquelas pessoas que vivem quase na miséria dedicavam à ele. A gratidão estava estampada nos olhos daqueles povos simples e de semblante cansado, jamais iriam esquecer-se do que a família real fez por eles, seja dando comida ou emprego nas indústrias da região.

— Foi cansativo viajar por quase toda a Inglaterra, mas nada seria tão gratificante do que os sorrisos que recebemos, mesmo depois de quinze anos muitos ainda não conseguiram retomar suas vidas. — Zabini comenta e um sorriso pequeno brinca em seus lábios. — Já estamos em Cheshire, por causa da neve vamos chegar a Londres só daqui quatro horas e meia.

— Não vamos conseguir chegar antes de outra nevasca, acho melhor procurar um lugar que possamos passar a noite, em pouco tempo vai começar a escurecer e a estrada fica mais perigosa. — A voz rouca do príncipe soa ainda mais grave por conta do cansaço, seu corpo inteiro dói e tem certeza que amanhã estará com um belo resfriado quando acordar.

— Tem razão, o centro da cidade deve ficar a quarenta minutos de distância de onde estamos, talvez dê tempo de achar algum hotel antes da tempestade. — Seus olhos analisam rapidamente o céu já não tendo tanta certeza do que falou, pois nuvens grandes e escuras estão começando a se formar no céu acinzentado. — Retiro o que disse, vamos torcer para achar alguma chácara perto da estrada.

Os dois suspiram pesado, estão cansados por terem passado mais de três horas dentro do carro e agora precisam fugir de uma nevasca que não demorará a cair. O príncipe se encolhe ainda mais dentro do grosso sobretudo preto na tentativa de se aquecer, sente leves tremores passarem por seu corpo e o nariz começara a coçar. Sua cabeça repousa sobre o apoio do banco enquanto observa a paisagem branquinha passar lentamente diante de seus olhos azuis. Sente saudades de quando ele e Blaise eram crianças e corriam para um dos enormes jardins do Palácio para brincar na neve que caíra durante a noite.

Os dois cresceram juntos, os pais de Blaise sempre foram empregados fiéis do Rei e da Rainha, então não foi novidade que o filho dos Zabini se tornasse o braço direito do pequeno Draco. Desde bebês eram muito ligados mesmo Blaise sendo apenas cinco meses mais velho que o loiro. Sempre fizeram tudo juntos, o Rei até mesmo matriculou o filho do melhor amigo na mesma escola que Draco, não se importava com os protestos de Geoff e Karen, sabia que o filho iria preferir brincar com o melhor amigo do que com outras crianças que se aproximariam apenas pelo fato de ser o Príncipe da Inglaterra.

Não que o garoto fosse uma criança mimada, longe disso, Lucius e Narcissa souberam educar bem Luna e Draco, lhes mostrando que a humildade é mais valiosa que qualquer dinheiro do mundo e que eles deveriam tratar a todos com bondade para receberem o mesmo em troca.

Quando os garotinhos tinham quatro e cinco anos a Segunda Guerra Mundial já estava explodindo por toda a Europa, todos viveram durante anos presos dentro do Palácio. O casal real se recusou a deixar Londres apesar do bombardeio aéreo que a Alemanha decretou, uma parte do Palácio de Buckingham foi atingido, mas por sorte ninguém havia ficado ferido. Draco se lembra até hoje do pânico que sentira, seus dias eram regados pelo barulho assustador dos aviões de combate lançando bombas pela cidade, seus sonhos eram embalados pelo som das bombas explodindo e dos gritos enquanto cada vez mais pessoas eram feridas.