Capítulo 5 - Conexões

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Olá pessoas, este capítulo está bem curto, mas possui alterações relevantes e uma cena inédita! Boa leitura.

POV Lauren

Naquele ponto, eu e minha avó já tínhamos nos despedido de Camila e Cristine e voltávamos para o nosso carro em um silêncio absoluto. Algo completamente anormal para nós. A verdade é que eu esperava que ela tivesse algo para me dizer depois daquilo que presenciei, ela sabia que eu estava curiosa, mas não parecia existir nenhum ímpeto em si em falar qualquer coisa que fosse. Pelo contrário, seu olhar estava perdido e carregava um ar distraído, denotando que não seria fácil manter uma comunicação naquele momento.

Internamente, eu queria ter autocontrole para conseguir me desligar da curiosidade e não questioná-la naquele instante, mas sabia que não era capaz de fazer isso. Quando entramos no carro, tomei todas as precauções para não parecer invasiva, especialmente observando o estado de reflexão no qual ela havia entrado, e enfim comecei a falar.

– Vó...? – Resolvi experimentar quebrar o silêncio e chamar sua atenção para mim, para verificar se minha vó não se sentiria naturalmente impelida a me dar algumas respostas. Seria a maneira mais fácil de fazer aquilo. Eu aceitaria ouvir exatamente o que ela sentia vontade de dizer, sem insistir em nada além.

– Oi, Laur. – Ela respondeu brevemente, esperando que o carro voltasse ao silêncio mais uma vez. Realmente, não parecia disposta a falar.

– Estou surpresa com esse encontro... Não sabia que tinham voltado a falar com ela – Comecei tentando fingir um ar despretensioso. Eu me ajeitava lentamente no carro para não precisar começar a dirigir ainda. Queria ver as reações de minha avó enquanto conversávamos.

– Sim, eu também estou surpresa... Bastante. – Ela respondeu baixo, mas para si do que para mim.

– Eu posso ver. – E o silêncio voltou. Não tive escolha. Levei a chave do carro à ignição para sairmos dali.

– Eu sei que está se perguntando o que aconteceu. – Algum tempo depois, dona Angélica quebrou o silêncio espontaneamente. – Desculpa não ter avisado antes que iria encontrá-la aqui, mas eu sei que você me questionaria e eu não saberia o que responder.

– E agora sabe?

– Sei. – Minha avó parecia novamente falar mais para si mesma do que para mim.

– Então, por que não me contou que ainda era tão próxima dela? – Comecei calmamente minhas perguntas, notando que dessa vez minha avó parecia disposta a se abrir.

– Porque nem eu sabia que ainda era, Laur... É complicado.

– Como assim? – Incomodava-me profundamente não ter mais acesso ao seu olhar, pois estava ocupada observando o trânsito.

– Eu não menti em momento algum para você. Ela foi minha aluna, o jeito dela me marcou profundamente, tivemos muitas discussões, nos aproximamos bastante... mas perdemos o contato quando ela foi para Harvard.

– Perderam o contato? Simplesmente? E toda essa emoção em conhecer Cristine? Em rever Camila? – Provoquei curiosa.

– Laur, tenho carinho por aquela mulher. Fiquei infinitamente feliz em saber que sua vida deu certo depois de Harvard... Cristine é incrível, é lindo ver que vocês duas se dão bem... Camila simpatizou com você. Eu estou... extasiada, entende? – Minha avó demorou para achar o adjetivo correto para descrever seu estado de espírito, visivelmente confusa.

– Definitivamente, não... – Declarei um pouco aborrecida com os poucos detalhes que estava recebendo, freando lentamente para parar no sinal vermelho.

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