After Starting

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POV- Camila.

Hoje conheci alguns colegas da Ally, eles são bem gentis, ela tem sorte de conseguir socializar tão bem, às vezes queria me comunicar com qualquer um, às vezes queria ler melhor as pessoas para que elas não precisassem aprender a como conversar comigo ou se afastassem de mim por não conseguirem, mas tenho tentado melhorar, e quando conseguir vou pra faculdade, e finalmente deixar se ser um fardo para as pessoas à minha volta.
Mas tudo bem, sempre dou o melhor de mim e espero que seja o bastante, ao contrário de mim meus pensamentos gritam, mas tudo bem também, contanto que todos estejam felizes.
Eu sei que você aí não perguntaria quem sou e sim como fiquei surda, bem, história divertida...
Quando eu tinha 11 anos comecei a me desequilibrar e cair frequentemente, ouvia zumbidos, mas não contei para os meus pais, pensavam que eu era apenas uma garota desastrada, eles estavam num momento difícil e não queria ser mais um problema, com isso minha audição foi desaparecendo e só aí eles perceberam, tentei esconder até o último momento, mas eles me levaram a um médico geral, que indicou um neurologista e foi aí que descobrimos que eu tinha um neuroma acústico, trata-se de um tumor benigno, que a princípio os médicos só monitoravam o crescimento e ele cresceu, consideravelmente rápido, então fiz radioterapia, mas o tumor se mantinha sem crescer e sem diminuir, a longo prazo a radioterapia podia fazer mal, afinal eu ainda era um criança, com o tempo que passei fazendo esse tratamento perdi completamente a audição, então a última opção foi a cirurgia, que foi bem sucedida, eu tinha meu equilíbrio de volta, mas os zumbidos não voltaram, isso queria dizer que minha audição também se foi.
Não consegui acompanhar meus amigos, por volta dos 13 todos eles exceto Dinah se afastaram, foi quando decidi aprender sinais, pois todos da minha família e minha amiga já tinham aprendido mas eu estava deprimida demais pra me focar nisso, enfim, só estava finalmente "recuperada" aos 15, entrando de cara no ensino médio, obviamente minha melhor amiga tinha outros amigos, gostava de festas, ao contrário de mim, então em muita parte do tempo estava sozinha, até lembrar que tinha uma irmã mais nova que se esforçou muito pra me fazer sentir incluída em tudo que ela fazia, Allyson realmente foi um anjo, e a melhor amiga dela, Normani, também. Nós só temos dois anos de diferença, então não foi difícil estar por dentro dos assuntos delas apesar de isso ter me deixado um pouco mais "infantil" e prolongou a fase horrível que é a adolescência, Ally e Normani aprenderam facilmente a se comunicarem comigo, já eu, por um tempo simplesmente não me interessava mais por quase nada, inclusive me comunicar, mas percebi que isso estava deixando minha família tão triste quanto eu, então simplesmente deixei tudo o que me deprimia de lado, e voltei a ser a garota que era antes de tudo e acho que foi isso que me manteve até hoje, e acho que essa é minha história.

POV- Narradora

Será mesmo? Quem realmente é Camila Cabello?
Ela era uma garota doce, sensível, quando tinha 4 anos ela estava no porão com sua avó procurando brinquedos antigos, e viu um godê de madeira antigo, sua avó explicou o que era, e presenteou Camila com ele, foi quando ela se apaixonou pela pintura, a princípio eram só rabiscos sem sintonia mas aos poucos seu talento se aguçava mais e mais. Quando tinha 8 anos ela descobriu o quanto cantar alegrava sua irmãzinha, então ela fazia pequenos shows quando Allyson estava triste. Quando fez 10 sua avó morreu e sua mãe ficou desolada, seu pai estava cansado e sem saber o que fazer pra ajudar a esposa, então Camila fazia uma pintura todos os dias pra sua mãe, na esperança de a ver sorrir, aos 11 Camila começou a sentir os sintomas de tumor, mas ela tentava levar ele como se não existisse, lutando contra tontura, desequilíbrio e zumbido constante, ela não conseguia focar terminar mais nenhuma pintura, o que ela achou que deixaria a mãe ainda mais triste, chegou em um momento em que ela tinha que se esforçar muito pra ouvir, seus pais logo notaram, depois de descobrirem, a mãe dela pareceu melhorar aos poucos, mas Camila se sentiu culpada, ela sempre girou em torno de deixar as pessoas bem, e de repente ela tinha toda a atenção, também toda a pena, todos os olhares de piedade, houve momentos em que tudo que ela queria era ouvir sua música favorita e esquecer do mundo real, mas a realidade estava sempre acertando ela, todos que ela pensava ser amigos se foram, sua vontade era simplesmente acabar com tudo, às vezes ela estava por um fio de desistir, mas a única coisa que ela não desistiu foi de pintar, ela sempre se esforçou mesmo que lhe doesse, e muitas vezes pintar a ajudou a pôr sua mente no lugar, inclusive em um dos seus momentos de reflexão enquanto pintava foi ver que ela deprimia todos à sua volta também, então ela decidiu mudar, juntou todas as suas boas lembranças e se transformou na Camila alegre novamente.
Mas será que é assim que as coisas funcionam Camila?
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No dia seguinte pela manhã Lauren se levantou e escolheu uma regata preta e uma jaqueta de couro e pra completar uma calça jeans preta um pouco rasgada com tênis all star pretos, plugou seus fones ao celular e começou o dia com a música "Burning Pile", desceu para tomar sua dose diária de café e um bolinho de limão, enquanto sua família estava comendo na mesa ela estava em pé comendo às pressas pois ela vai de skate pra escola, enquanto comia imaginava ela e seus problemas queimando, ouviu algo sobre carteira de habilitação, mas provavelmente sua irmã consegue uma primeiro, aliás, a irmã é 3 anos mais nova e se chama Taylor porém não é tão importante assim, o problema aqui é que depois do que aconteceu com Lauren na antiga escola eles não quiseram deixar ela tirar a habilitação e não faz nenhum sentido essa forma de punição, os pais eles... né!?
Enquanto Lauren ponderava, sua mãe Clara puxa seu fone com a maior falta de educação e depois tem a pachorra de perguntar de onde vem a grosseria de sua filha.

A Silent Voice [Camren]Where stories live. Discover now