Capítulo 25

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Eu não era uma pessoa que gostava da ideia de consumir álcool, pelo contrário, só o cheiro me causava ânsia, mas toda vez que esbarrava em uma foto ou imagem que Jae ou Jungkook — nem sabia mais como deveria chamá-lo — aparecia na minha frente, tinha vontade de ir até a loja mais próxima e experimentar. Muitas amigas o consumiam quando queriam esquecer algo e estava tentada em testar para ver se poderia melhorar o que estava sentindo em meu peito.

Não sabia quanto tempo tinha andado, mas já devia ser tarde porque muitas lojas estavam fechando e tinha poucas pessoas na rua.

Abracei meu forte mais forte na tentativa falha de aquecer o corpo, estava esfriando cada vez mais e eu precisava encontrar um lugar quente para me aquecer. Não queria ligar o celular e ver nada do que tinha sido enviado, não queria chocar com a realidade da mentira que vivia. Respirei fundo e uma fumaça branca escapou dos meus lábios, não poderia ser pior.

Uma loja de conveniência ainda parecia funcionar e não estava nem perto de fechar, corri para dentro dela e fui recepcionada por um pequeno rádio tocando uma música que devia ser do tal bts já que consegui reconhecer a voz do dito cujo. Um soco no estômago e percebi que não tinha como escapar, estava no país dele e todo lugar que fosse ele estaria lá de alguma forma.

Com um grunhido baixo me arrastei até a geladeira e busquei o que parecia melhor. Não poderia beber ali, então decidi que era hora de voltar para o hotel.

Procurei por um ponto de táxi e quando entrei dentro do carro tive que me conter para não gemer de prazer em sentir o calor novamente. Percebi que tinha andado muito até passar por uma das vielas que tinha ficado e estava mais longe ainda de onde estava hospedada. Por sorte o cartão de crédito ainda tinha alguma coisa e consegui pagar o valor alto que tinha dado a viagem. Eu estava mais que ferrada.

Poderia sentar ali mesmo e chorar mais um pouco, mas sabia que tinha que sair da passagem de todo mundo.

Com passos arrastados subi para o quarto tentando afastar os pensamentos, na verdade, estava com medo de que assim que estivesse sozinha na segurança de seu quarto o mundo desabasse de novo. Puxei uma das garrafas da sacola e deu um longo gole na bebida e senti o fogo descendo pela garganta e o gosto horrivel enchendo minha lingua, era a pior bebida do mundo, tive que respirar fundo para não botar tudo para fora no elevador.

Quando anunciou que estava em meu andar, sai com um passo largo e percebi que tudo estava girando e rolando e girando. Busquei algo para me segurar quando um homem alto e forte me segurou pelo cotovelo.

— Obrigada! — Sinto que meu rosto estava quente quando sorri envergonhada. — E desculpa.

Descobri que era mais fraca do que imaginava. Como um gole poderia fazer tanto efeito, percebi quando olhei para a garrafa que aquele gole tinha levado mais da metade do líquido. Gemi baixinho e percebi que não deveria ter feito isso.

Tentando me segurar nas paredes para não ter que beijar o chão, caminhei pelo redor. Estava tudo quieto, ou talvez fosse impressão minha. Eu parecia estar em outro mundo.

Puxei a bolsa para procurar a chave do quarto quando tropecei em algo. Por costume, me afastei para me desculpar, mesmo que fosse uma pedra com o estado que provavelmente pediria desculpa.

— Melissa, finalmente você chegou, onde você estava? Eu estava preocupado com você.

Ele tentou se aproximar, suas mãos vindo em minha direção, mas dei um passo para trás, para o mais longe possível.

— Não me toque! — Foi o que consegui dizer.

— O que isso na sua mão? Você não...

— E o que te importa? Como você me achou?

— Eu liguei para o seu pai e... — Bufei uma gargalhada.

— Tinha que meter meus pais nisso?

— É claro, eu te liguei várias vezes e não conseguia...

— Será que eu não queria falar com você?

Ele tentou se aproximar mais uma vez, mas automaticamente me afastei.

— Melissa, não...

Percebi que ele tinha maquiagem em seu rosto, mas o boné e a mascara a escondia o suficiente para não notar. Agora faz sentido, o motivo dele estar sempre cobrindo parte do rosto, para não ser pego.

Acabei rindo alto.

— Agora entendi porque você tinha medo de andar nos lugares comigo. — Balancei a cabeça, mas percebi que a bebida ainda estava mexendo em meu equilibrio. — Se você não se importa, quero que vá embora.

— Não vou embora até você me escutar.

— Eu não quero ouvir mais suas mentiras. Eu não quero saber que desculpa inventou agora ou sei lá, bolou com os seus amiguinhos para me fazer de trouxa.

— Eu nunca fiz isso!

— Ah, não? Nem o "JJ" ou melhor, J-hope ou Hoseok. Vocês tem tanto nome que nem sei qual pode ser real.

— O meu amor por você é real, agora venha, vamos conversar e me dê isso... — Ele tentou tirar a garrafa da minha mão, mas a recolhi, escondendo nas costas.

— Não se atreva, ou quer que eu faça um escandalo e todo o mundo o veja?

Ele respirou fundo e soltou os ombros.

— Não tem mais ninguém nesse andar além de nós dois e meus seguranças.

Olhei ao redor e percebi que havia três seguranças em cada lado do corredor. Como não tinha visto antes?

— Ok, você venceu! — Um sorriso surgiu e me segurei para não rir de novo. — Eu vou dormir na rua.

Dei as costas para ele e pensei em corredor, mas ele foi mais forte e me abraçou por trás.

— Eu vou embora, mas isso vai isso. — Ele puxou a garrafa com força junto da sacola.

O calor que emanou do seu corpo atingiu o gelo que envolvia o meu corpo. O seu perfume me agarrou e prendeu em suas teias junto com a sua respiração quente em meu pescoço. Só percebi que estava chorando quando soltei meu peso para o chão.

— Vá embora, por favor. — Supliquei em lágrimas.

— Eu vou, prometo. — Ele se agachou na minha frente e puxou o meu rosto, vi pontinhos brilhantes no cantos dos seus olhos. — Mel, eu vou embora se quiser, mas me escute, eu nunca fiz nada de mal porque queria, quando disse que te amava é porque eu realmente te amava, isso nunca foi mentira. Nunca.

— Então pra que mentir? —Um bolo travava minha voz e com isso quase não saiu o som, mas foi o suficiente para ele ouvir.

— Você nunca entenderia.

Respirei fundo e tentei recuperar minha voz.

— Você nunca tentou falar comigo, nenhuma vez, você teve milhares de oportunidades de contar a verdade, mas você tentou. — Eu o empurrei e ele caiu de bunda no chão. Tive que me levantar para não chorar mais. — Não sou interesseira se o problema é o seu dinheiro, eu não almejo fama se acha que eu ia me aproveitar da sua fama, eu não ia te entregar se fosse o caso, pelo contrário, o apoiaria mais do que nunca, mas você mentiu. MENTIU.

Minha voz estava alta, mas não me importei já que ele tinha dito que estava sozinho, então aproveitaria se fosse o caso. Minhas mãos tremiam e tive que fechar em punhos para conter.

— Uma coisa que aprendi desde pequena é nunca mentir, nunca, não importa o motivo, sempre diga a verdade. Eu nunca menti para minha mãe ou meu pai, e nunca menti principalmente para você e agora, eu nem sei como te chamar. Eu sinto que nem te conheço, você matou o homem que eu amava com suas mentiras.

Fiquei perdida em lágrimas quando me encolhi contra a parede, só o percebi se aproximando quando os seus braços me envolveram.

— Me perdoa, Mel. —Percebi que também chorava pelo tom da sua voz, mas não conseguia ver o seu rosto. — Eu ainda sou o mesmo, sei que menti, mas eu te amo e não posso te perder. 

Ele é um idol ♪ BTSWhere stories live. Discover now