capítulo 8

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    Saímos daquela sala apertada de reunião, Toriel pediu que um monstro me levasse até o quarto de hóspedes, tinha escadas mas não era costume usá-las, afinal, eles tem asas.

   Eu sou uma estranha entre eles, bom agora que alguns, no caso, os monstros que estavam naquela reunião e esta empregada sabem que eu sou humana. É estranho pensar que eu me sinto mais... Livre, aqui do que com os humanos. É triste como eu poderia pelo menos sentir saudades daquele lugar se eu tivesse recebido um pouco de afeto, atenção... Minha voz nunca foi ouvida antes, mas pela primeira vez, aqui querem escuta-la. Querem saber as palavras que carrego comigo, meu sentido,meu amar, meu viver. Não percebi quando eu e a empregada já subimos todas as escadas e chegamos ao meu quarto.

  É espaçoso, tem uma grande varanda, da pra ver as estrelas que brilham de verdade lá fora, meu quarto na ilha era embaixo do subsolo. Aqui é muito melhor, sem dúvidas. Entro correndo como uma pequena criança em uma loja de brinquedos, a cama com um lindo dorsel ao redor da mesma, em tons de azuis, é tão libertador! Vou para a varanda e me seguro na barra que me impede de cair, o vento bate em meu rosto, dou um grande sorriso, é lindo! Essa brisa que bate em meu rosto e levanta meus curtos cabelos, as lindas estrelas que brilham lá encima, me fazem companhia, a lua com seu lindo brilho se sobressai das estrelas. A empregada que arruma um pijama para mim ri com a minha reação, eu ainda não descobri seu nome mas gosto dela.

   E então... Pra me surpreender ainda mais, ele surge. Voando. Sans da um grande sorriso em minha direção, ele estava se divertindo me vendo brincar de ser criança, ele voa em minha direção abrindo os braços, meu sorriso aumenta ao ver ele, nos conhecemos a tão pouco tempo mas eu sinto algo por ele que é impossível explicar, ele me trouxe aqui, me deu liberdade, sou eternamente grata por isso. Eu subo encima da barra da sacada, a empregada percebe o que estou prestes a fazer e corre tentando me impedir, mas não ha tempo de eu pular em direção aos braços de Sans. Ele me segura forte, pra ter certeza de que não vai me soltar.

  Encosto minha cabeça em seu peito, e dou um simples sorriso mas com um significado enorme por dentro, Sans faz o mesmo. E ficamos ali, abraçados, literalmente flutuando. Não tenho medo das asas de Sans fraquejarem e nós cairmos, não tenho pois confio nele. É bom. Talvez perigoso, nos conhecemos a tão poucas horas... É ele. É isso o que se sente quando se está apaixonada? Eu deveria realmente estar aqui? Com ele? Por que me preocupo tanto? Isso faz tanta diferença?

— Fico feliz de você estar bem Frisk.— ele diz cortando meus pensamentos, olho para seu rosto e digo:

— Eu também fico feliz de você estar bem.— ele da um leve sorriso que me arrepia até a espinha.

— Vamos sentar ali, é um pouco cansativo voar tanto assim.— e então, ainda me segurando em seus braços e voa em direção ao telhado. Fico em pé, com um pouco de dificuldade mas consigo. Sans deve estar acostumado a ficar assim, porque ele se senta e olha o céu, eu faço o mesmo, mas não me sento tão perto dele. Reparo no seu semblante preocupado, algo aconteceu, por isso ele apareceu.

— O que aconteceu?— pergunto e ele se assusta, ele talvez estivesse pensando que conseguiu esconder o que sentia mas na verdade estava bem evidente...

— Não é nada.— ele mente. Conheço mentiras, melhor do que ninguém.

— Não precisa mentir.

— Que insistente você em?— ele diz e suspira.— Meu irmãozinho veio me questionar se eu trouxe um humano pra ele. Apenas isso.— ainda mentindo, pelo menos no final.

— Hm, entendi. Mas como ele sabe que você me trouxe aqui?— Sans continua olhando o céu, e eu seu rosto.

— Undyne o treina, ela deve ter deixado sair sem querer. Tive que mentir bastante pra que ele acreditasse que você já tivesse ido embora. Ele não é bobo, bom, não muito...— ele ri.— ele é sanstastico. Papyrus seu nome. Ele faz o melhor spaghetti dessa ilha. Ele é sonhador e é...— ele suspirou e sorriu.— é meu irmão. Meu esqueleto que quer se tornar um guarda real.—disse olhando o céu estrelado, já estava de noite, eu não havia percebido.

— Que fofo... Você deve ser orgulhar muito né?— pergunto.

— Demais, sansmilhões por cento pra ser mais exato.— eu dou uma pequena risada. finalmente, ele se vira pra mim e pergunta:— Gostou do céu?

— É muito lindo... Aquelas luzes pequenas são o que?

—As estrelas, bonitas não é?— eu aceno concordando. Sans então se vira e pergunta:— E a sua família criança?

— Eu não tenho.— fico triste de desmanchar tão rápido o seu sorriso. — Eu tinha apenas uma amiga de infância mas ela infelizmente se foi... Nunca conheci meus pais, muitos menos tinha irmãos. As crianças me achavam estranha por não ter nada.

   Um silêncio surge de repente e me arrependo de ter dito isso.

— É assim que são tratadas as crianças lá?— ele pergunta inocentemente, e eu apenas balanço a cabeça confirmando.— Meu Deus... É por isso que Asgore odeia tanto humanos, e o Asriel também.

— Asriel? Quem é esse?

— É o príncipe, ele odeia os humanos por que mataram sua amiga de infância também. Ele carrega as cicatrizes do incidente com bastante... Ódio. A brincadeira do bem me quer e mal me quer não deu muito certo quando ele era uma flor heh.— eu encaro ele séria, uma piada nessa hora?— Desculpe. Mas me conte, como foi sua infância lá na ilha Frisk?

— Minha infância...

skytale- o céu é o limite Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang