Entre a vida e a morte

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Jennie estava dirigindo a caminho da casa de Jisoo, tudo corria bem... até que um maluco atravessou em sua frente e ela rapidamente desviou. Por consequência acabou perdendo o controle do carro, ele rodopiou na pista. Assim que entrou em contato com o quebra-molas, ele capotou, seus corpos foram para frente e Jisoo que estava sem o cinto, acabou recebendo mais consequências do que a outra. O carro se encontrava completamente amassado e ensanguentado. Elas estavam desacordadas, aos poucos as pessoas foram chegando para olhar o ocorrido, percebendo assim que bem era a última coisa que estavam. 
A cabeça de Jisoo tinha um corte em cima de sua sobrancelha, vários ferimentos em sua barriga e braço. Jennie tinha um corte profundo em seu braço. Por sorte a ambulância chegou em menos de quinze minutos, as levando para o hospital mais próximo. O caminho até o lugar foi turbulento, Jisoo precisou ser reanimada e a outra teve o braço todo enfaixado para estampar o sangramento.
—  Ela não vai resistir, precisamos chegar o mais rápido possível ao hospital. - Disse um dos paramédicos, batendo logo em seguida na cabine do motorista. - Vai mais rápido.
—  Tão jovem, espero que sobreviva. - Ajustava o soro de Jisoo.
Na outra ambulância...
—  Ela teve poucos arranhões. Apenas o braço está cortado.
— Em comparação a outra, ela saiu ilesa.
— Me surpreende se ela chegar viva ao hospital. 
Jisoo foi imediatamente levada a sala de cirurgia, quanto Jennie foi fazer raio-x, precisavam saber se apenas o seu braço estava ferido, se não havia algum ferimento interno. Visto que não, todos os seus ferimentos foram tratados na sala de emergência.
Dentro da sala de cirurgia, Jisoo precisou de várias bolsas de sangue e até teve duas paradas cardíacas no local, seu estado não era nada bom e só por um milagre poderia sair dali ilesa. 
— O que vamos fazer? - Perguntou uma das assistentes à cirurgiã. - Essa já é a quinta bolsa de sangue e um de seus rins está em péssimo estado.
— Ela conseguirá sobreviver com um rim. - Disse a cirurgiã. - Peça para ligarem para a família dela...essa pode ser a última vez que a vejam com vida.
—  Certo. - A moça saiu da sala às pressas.
— Se você estivesse de cinto como sua amiga...Não teria que lutar por sua vida agora. - Foi até o ouvido dela. - Seja forte garota, você ainda tem uma longa vida pela frente. Lute por sua vida.
Ao se afastar pediu o bisturi, dando início aos preparativos para a retirada de seu rim esquerdo. Foram precisas mais algumas bolsas de sangue para prosseguirem a cirurgia, tiveram sorte que havia muito de seu sangue no banco. Após cinco horas de cirurgia, as hemorragias foram todas contidas. Ela foi levada para a uti e entubada, já que não conseguia respirar sozinha e que isso não seria muito aconselhável para seu estado. A cirurgiã achou que respirar sozinha seria demais, pois precisava lutar sozinha por sua vida.
Jennie enfim acordou, sua visão estava turva e sentia muita dor em seu ombro e braço esquerdo. O olhou e viu ele todo engessado e com uma tala que segurava seu ombro. Ela tentou levantar, mas a enfermeira conseguiu chegar para impedi-la.
—  Fique deitada. Você acabou de acordar.
— Cadê a Jisoo? Onde ela tá? - Falou desesperada.
— Não sei, mas irei chamar seu médico e ele irá lhe responder, fique aqui e não se levante.
Ela pressentia o pior, pelo rosto da enfermeira podia sentir que algo não estava certo. Depois de cinco minutos o médico chegou, lhe fazendo várias perguntas e exames, vendo se de fato estava bem.
— Cadê a Jisoo? O que aconteceu com ela?
— Ela estava sem o cinto e teve mais complicações do que você - Seus olhos se encheram de lágrimas.
— Que tipo de complicações? - Começou a chorar ainda mais -  Ela vai morrer, doutor? Ela não pode me deixar.
— Só a família tem acesso a essa informação, mas você pode falar com elas. Já que parece estar tudo bem com você. - Olhou para a enfermeira - Peça para que venham aqui.
A enfermeira saiu para chamar a família. Como Lisa era a única *família* de Jisoo, ela estava lá com Rosé, cobertas por lágrimas. Abraçou Jennie assim que a viu, não estava com raiva de Jennie, pois o medo de perder alguém pode nos fazer esquecer qualquer intriga.
— Eu sinto muito, eu sinto muito - Disse Jennie, enquanto soluçava
—  Ela vai ficar bem, você sabe como ela é forte. - Disse Lisa.
— Como ela tá? - Perguntou Jennie ao se afastar.
— A cirurgiã disse….. que ela teve sorte por ter sobrevivido à cirurgia. - Lisa não conseguia olhar em seus olhos.
— A culpa foi minha….Se eu não tivesse insistido para que saísse comigo... ela…. Isso não teria acontecido e ela estaria bem.
—  Não se culpe… Ela ficará bem e voltará para nós .
— Como não? Eu só trago problemas para a vida dela.
— Mas ela escolheu você. - Disse Rosé, que estava calada desde então. - Não amarela dessa vez. Ela vai precisar de nós quando sair disso e principalmente de você.
Três horas de espera até que a cirurgiã apareceu para dar notícias a elas. 
—  Ela está bem? - Perguntou Lisa, com um pouco de esperança que a resposta fosse sim.
— Ela está viva e é isso que importa nesse momento.
— Qual o estado dela? - Perguntou Jennie.
— Ela passou por uma cirurgia um pouco complicada, tivemos que retirar seu rim esquerdo e fizemos várias transfusões de sangue. Teve três paradas cardíacas até agora, mas se encontra instável e é com isso que devem se importar nesse momento.
— Podemos vê-la, já que está instável? - Perguntou Lisa.
— A levamos para uma sala particular como pediram, então sim, podem vê-la.
A médica as acompanhou até o quarto em que Jisoo se encontrava. Jennie foi até ela, pegando em sua mão. Já Lisa mal suportava ver o estado de sua amiga, tendo que abraçar Rosé para suportar tudo aquilo. Jisoo estava incubada, com a cabeça enfaixada e com diversos cortes pelo corpo que estavam cobertos ou suturados. Jennie passou a acariciar seu rosto, tentando se conter para não desabar mais ainda.
— Ela pode acordar? - Perguntou Rosé.
— Ainda não sabemos, qualquer nova coisa será uma novidade para todos nós da equipe.
—  Como assim não sabem? - Perguntou Jennie.
— Como eu disse, ela perdeu muito sangue e seu coração está trabalhando muito nesse momento, estamos fazendo todo o possível para prolongar a vida dela.
— Ela pode ter alguma sequela? - Perguntou Lisa.
— Talvez, há várias hipóteses, mas só saberemos quando ela acordar. Volto daqui a meia hora e qualquer coisa podem me chamar.
Se retirou e as deixou sozinhas. Jennie pegou uma cadeira e se sentou ao seu lado, segurando sua mão, para assim lhe dar apoio. A única forte naquele momento era Rosé, que mesmo chorando conseguia passar calma a sua namorada, conseguia apoiá-la naquele momento difícil

Reconquistas - ( Jensoo )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora